Celulas Tronco
Dissertações: Celulas Tronco. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: giselet • 31/8/2014 • 1.991 Palavras (8 Páginas) • 693 Visualizações
Atualidades e perspectivas da pesquisa com células-tronco
O conhecimento da existência das células-troncos nos tecidos é antigo. A grande revolução científica atual não reside, portanto, no fato da descoberta destas células, mas sim no fato de que, nos últimos anos, os cientistas aprenderam a interferir no “destino” delas, direcionando a diferenciação das mesmas em outros tipos celulares muito diferentes do tecido original do qual elas foram extraídas. A descoberta do grande potencial de diferenciação das células-tronco remeteu toda a comunidade acadêmica e a sociedade, de um modo geral, à possibilidade de tratamento de diversas lesões teciduais graves, como o trauma medular, infarto do miocárdio, assim como de doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica, entre outras. O Brasil é um país que vem se destacando no contexto mundial no que se refere aos estudos sobre células-tronco, com pesquisas nesta
área sendo desenvolvidas em sua maioria, por cientistas essencialmente das universidades públicas. Em nosso estado, entretanto, a pesquisa com células-tronco e terapia celular ainda é incipiente, restrita aos laboratórios de pesquisa de órgãos públicos, ocupando posição de pouco destaque dentro do cenário nacional. Por outro lado, as perspectivas para a mudança deste panorama são positivas, com a expansão do interesse de grupos locais de cientistas em desenvolver estudos nesta área.
A grande revolução científica não reside no fato da
descoberta das
células-tronco, mas sim no fato de que nos últimos anos os cientistas
aprenderam a identificar, isolar, manter in vitro estas células-tronco de
tecidos e embriões e a interferir no seu ‘destino.
Diariamente, grande parte das células que formam nosso corpo se multiplica dando origem a novas células da mesma linhagem de modo a manter o funcionamento dos tecidos e órgãos de um determinado indivíduo. Porém, sabe-se que há, em praticamente todos os tecidos do corpo, um grupo pequeno de células que se multiplicam eventualmente, funcionando como um “estoque” a partir do qual é mantida a população celular de um determinado tecido. Estas células são chamadas de células-tronco e o conhecimento de sua existência nos tecidos é antigo, assim como o conhecimento de que os mais de 200 tipos celulares do nosso corpo são originados a partir de um grupo de células presentes quando éramos apenas um embrião com 5-7 dias. A partir deste conhecimento prévio, já fica fácil identificar dois tipos de células-tronco que estão em muita evidência atualmente. As células-tronco de origem adulta (chamadas também de células-tronco adultas – presentes nos tecidos de um indivíduo) e as células-tronco de origem embrionária (chamadas de células-tronco embrionárias – presentes nos embriões em estágios iniciais de desenvolvimento). Portanto, a grande revolução científica não reside no fato da descoberta destas células-tronco, mas sim no fato de que nos últimos anos os cientistas aprenderam a identificar,
isolar, manter in vitro estas células-tronco de tecidos e embriões, e principalmente, a interferir no “destino” destas células direcionando a diferenciação das mesmas em outros tipos celulares em muitos casos muito diferentes do tecido original do qual elas foram extraídas, como por exemplo, a diferenciação de neurônios a partir de células-tronco obtidas do tecido adiposo. Logicamente a descoberta deste grande potencial de diferenciação destas células remeteu toda a comunidade acadêmica e sociedade de um modo geral à possibilidade de tratamento de diversas lesões teciduais graves, como o trauma medular, infarto do miocárdio, assim como de doenças degenerativas, como a doença de Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica, entre outras. Aproximadamente até cinco anos atrás, conhecíamos basicamente dois tipos de células-tronco (por motivos didáticos e em função do foco do artigo, alguns outros tipos de células-tronco serão omitidos). As células-tronco embrionárias, cuja caracterização inicial foi feita em 1981 pelo professor Martin Evans de Cambridge (Evans 1981) e as adultas, cuja pesquisa se iniciou na década de 70 com os professores Crosby em 1971 e Friedenstein em 1975 (Maniatis et al. 1971, Friedenstein et al. 1974). Em 2006, um grupo de pesquisadores Japoneses da Universidade de Kyoto, liderados pelo professor Yamanaka, apresentaram ao mundo um terceiro tipo de células-tronco; as células-tronco induzidas (iPSC – inducedpluripotent stem cells), que são resultados da indução
artificial de células somáticas da pele a se tornarem células-tronco com características emelhantes as embrionárias (Takahashi and Yamanaka 2006). Estes três tipos de células-tronco divergem em diversas características celulares básicas. Uma das mais evidentes e importantes características é o grau de potencialidade celular, que por sua vez está diretamente relacionado ao eventual sucesso do uso das células em terapia, assim como em algum problema passível de ocorrer. Em função destas diferenças, que conferem vantagens e desvantagens aos diferentes tipos de células-tronco, há cientistas que se dedicam na investigação e acreditam no sucesso do uso de um determinado tipo de célula-tronco em comparação ao outro. O quadro abaixo compara a potencialidade e algumas características básicas dos três tipos de células-tronco e descreve algumas vantagens e desvantagens da possível aplicação terapêutica destas células.
Exemplos da eficiência das células-tronco
Do ponto de vista de aplicação da tecnologia, podemos dizer que houve uma “explosão” de relatos científicos nos últimos 10 anos. Os mais variados tipos de células-tronco vêm sendo estudadas nas mais variadas espécies, com os mais variados propósitos, que não são somente os terapêuticos. Para se ter uma ideia do potencial da tecnologia, as células-tronco podem ajudar a produzir animais transgênicos, produzir espermatozoides e óvulos, assim como podem ajudar no entendimento de muitos cânceres (recomendo a leitura do tema
“células--tronco neoplásicas”). Apenas como uma amostra “nanométrica” da quantidade de relatos científicos sobre a terapia com células-tronco podemos citar alguns exemplos interessantes. Este ano de 2012, um grupo japonês relatou que, utilizando células-tronco derivadas da pele, foram capazes de reconstruir folículos pilosos
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