Componentes do Solo

Solo

Poderíamos considerar o solo onde caminhamos como uma substância inerte, mas nada estaria mais longe da verdade. O solo, na verdade, é fértil em organismos microscópicos e pequeno a organismos macroscópicos e recebe dejetos animais e matéria orgânica de organismos mortos. Os microrganismos atuam como compositores para clivar esta matéria orgânica em nutrientes simples que possam ser utilizados pelos vegetais e pelos próprios micróbios. (Os animais, é claro, obtêm os nutrientes a partir de vegetais e de outros animais.) Os microrganismos do solo são, portanto, extremamente importantes na reciclagem de substâncias nos ecossistemas.

Componentes do Solo

O solo é dividido em várias camadas, ou horizontes do solo. Estes horizontes incluem o solo superficial, o subsolo matriz, que cobre a rocha-mãe. O solo contém componentes inorgânicos e orgânicos. Os componentes inorgânicos são as rochas, os minerais, a água e os gases. Os componentes orgânicos são o húmus (matéria orgânica não-viva) e os organismos vivos. Os solos diferem bastante nas proporções relativas destes componentes. Os solos superficiais, a camada superficial do solo, têm o maior número de microrganismos, porque ele é bem rico de oxigênio e nutrientes. As camadas inferiores do solo (o subsolo e a matriz) e os solos esgotados de oxigênio e nutrientes contêm menos organismos. Os componentes inorgânicos mais abundantes do solo são as rochas pulverizadas e os minerais. O desgaste das rochas provocado pelas condições atmosféricas — decomposição mecânica ou química — libera no solo os minerais e os elementos que foram estes minerais.

Os elementos mais abundantes em muitos solos são o silicone, o alumínio e o ferro. Pequenas quantidades de outros elementos, tais como cálcio, potássio, magnésio, sódio, fósforo, nitrogênio e enxofre, também estão presentes no solo. Além dos minerais e das rochas, o solo também contém água e os gases dióxido de carbono, oxigênio e nitrogênio. As moléculas de água aderem às partículas do solo ou permanecem intercaladas entre elas. A quantidade de água no solo é bastante variável e depende do clima, da quantidade da última chuva e da drenagem do solo. Os gases estão dispersos entre as partículas do solo ou dissolvidos na água. A concentração dos gases no solo também varia com a atividade metabólica dos organismos do solo. Comparado com o ar atmosférico, o solo contém menos oxigênio e mais dióxido de carbono.

O húmus é constantemente modificado, à medida que os organismos morrem e os decompositores vão degradando as moléculas complexas em moléculas mais simples. Os solos diferem bastante na quantidade de húmus que eles contêm. A maioria dos solos tem de 2 a 10% de húmus, mas uma turfa pode ter 95% de húmus.

Microrganismos no Solo

Além dos microrganismos, o solo também contem os sistemas radiculares de muitos vegetais, uma grande variedade de animais invertebrados (nematódeos, minhocas, caramujos, lesmas, insetos, centopéias, miriápodes e aranhas) e uns poucos répteis e mamíferos que se entocam. Apesar da grande diversidade de organismos do solo, os microrganismos são, certamente, os mais numerosos, tanto em números totais quanto em relação ao número de espécies existentes. Como vimos, os microrganismos convertem o húmus em nutrientes utilizáveis pelos outros organismos. Eles também necessitam de muitos nutrientes do solo. Quando os nutrientes são abundantes, o número de micróbios aumenta rapidamente. Conforme os nutrientes vão se esgotando, o número de micróbios diminui.

Microrganismos e Interações

A quantidade e os tipos de microrganismos presentes no solo dependem de fatores ambientais tais como, a quantidade de nutrientes, umidade, grau de aeração, temperatura, pH, adubação e matéria orgânica.

Interações de espécies microscópicas influem na população microbiana no solo. Como por exemplo: bactérias, fungos, algas, protozoários e vírus.

Bactérias: estão em maior quantidade no solo, sendo a maioria heterotrófica e sob a forma de bacilos esporulados. Esses organismos são responsáveis pelo odor característico de mofo e terra com aspecto arado.

As cianobactérias, bactérias fotossintetizantes produtoras de O2 atuam no processo de transformação no solo e fornecimento de nitrogênio para certas plantações; favorece o surgimento de liquens, musgos e plantas.

Fungos: centenas de diferentes espécies habitam o solo sob condições de aerobiose. O acúmulo de micélios dos fungos melhora a estrutura física do solo. As leveduras são freqüentemente encontradas no solo, uma vez que folhas, troncos e frutos caem no solo.

Algas: tem frequência menor no solo do que as bactérias ou fungos. As principais espécies presentes no solo são as algas verdes (Chlorophyta) e diatomáceas (Chrysophyta). Elas podem iniciar o acúmulo de matéria orgânica devido às atividades fotossintéticas e mineralização quando associadas a fungos (liquens).

Protozoários e Vírus: muitos protozoários do solo se alimentam de bactérias e outros materiais orgânicos. Algumas