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Determinação Da Glicose Por Espectrofotometria

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Por:   •  8/2/2015  •  2.237 Palavras (9 Páginas)  •  941 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A Anemia de Fanconi (AF) é uma doença genética rara, descrita por Guido Fanconi, em 1927 (citado por FANCONI, 1967), estudando três irmãos que apresentavam anemia aplástica de evolução rápida e fatal, malformações esqueléticas, retardo de crescimento, hipogonadismo, microcefalia e manchas hiperpigmentadas na pele. O diagnóstico clínico foi o de uma anemia perniciosa, devido à morfologia dos eritrócitos. Entretanto, a análise da medula óssea revelou que, além do comprometimento morfológico da série vermelha, ela era atrófica e com poucos focos de hematopoese, sendo proposto, então, o nome de anemia perniciosiforme.

O nome Anemia de Fanconi foi introduzido por Naegeli, em 1931 (citado por FANCONI, 1967), que sugeriu que o mesmo fosse utilizado naqueles pacientes com anemia aplástica familial associada a anormalidades físicas congênitas.

Devido à grande variabilidade fenotípica, o diagnóstico clínico da AF exige acomplementação diagnóstica através de métodos laboratoriais (FAIVRE et al., 2000). Várias descobertas contribuíram para a caracterização da AF. Entre as mais importantes estão a instabilidade cromossômica espontânea e a hipersensibilidade das células dos pacientes AF ao efeito indutor de quebras cromossômicas de agentes clastogênicos, tais como a mitomicina C (MMC) e o diepoxibutano (DEB). Com base nestas características foram desenvolvidos métodos de indução de quebras cromossômicas, como o Teste de Sensibilidade ao DEB, que é o método de referência para o diagnóstico da AF (AUERBACH, 1993).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E HEMATOLÓGICAS DA AF

Clinicamente a AF é uma doença caracterizada por uma falência generalizada e progressiva da medula óssea (pancitopenia), fácies característico, diversas anormalidades anatômicas congênitas, retardo mental e de crescimento, pele com manchas de coloração café com leite, hipogonadismo e predisposição a vários tipos de neoplasias, especialmente leucemias (FANCONI, 1967; SWIFT, 1971; SCHROEDER et al., 1976; LIU et al., 1994).

As manifestações clínicas são variáveis, com sintomas relacionados à anemia, infecções associadas à neutropenia, e sangramento relacionado à trombocitopenia (ALTAY et al., 1997). Segundo Alter (2002), aproximadamente 75% dos pacientes com AF apresentam defeitos ao nascimento: pigmentação da pele e machas de coloração café com leite presentes em mais de 50% dos pacientes; baixa estatura (50%); anomalias do polegar ou rádio (40%); gônadas masculinas anormais (30%); microcefalia (25%); anomalias oculares (20%); defeitos estruturais renais (20%); baixo peso ao nascimento (10%); atraso no desenvolvimento (10%) e problemas de audição (10%). Além destas, outras manifestações menos comuns incluem: microcefalia, hidrocefalia, micrognatia, face de pássaro, braquicefalia e bossa frontal (ALTER, 2002).

As alterações congênitas mais comuns descritas por Pasquini e Zanis-Neto (2004) foram:

- manchas na pele caracterizadas por hiperpigmentações, tipo "café com leite";

- malformações cardíacas e renais;

- defeitos esqueléticos como: ausência do rádio e do polegar, polegar hipoplásico ou extranumerário ou de topografia anômala, sindactilia, dedos e falanges extranumerárias, microcefalia, nanismo, ausência ou hipoplasia do primeiro metacarpiano, hipoplasia tenar, luxação congênita do quadril e espinha bífida;

- anormalidades da face ou mandibular, microdontia, microftalmia, microstomia, estrabismo, retardo mental, surdez ou malformações das orelhas e pregas epicânticas;

- alterações endócrinas como hipodesenvolvimento gonadal e espermatogênese diminuída.

Estas características são bastante variáveis nos pacientes com AF. O início das manifestações hematológicas, principalmente trombocitopenia e pancitopenia, e o grau de gravidade das mesmas varia desde o nascimento até a idade adulta (ALTER, 1993; BUTTURINI et al., 1994). As variações também são observadas na presença e no tipo de malformações congênitas (NILSON, 1960; DACIE; GILPIN, 1994; AUERBACH; ROGATKO; SCHROEDER-KURTH, 1989). Segundo D'Andrea e Grompe (1997), 33% dos pacientes com AF não possuem anormalidades congênitas. A ampla variedade de expressão clínica possivelmente se deve aos vários produtos gênicos (demonstrados pelos estudos de complementação e atualmente, na maioria, clonados) envolvidos na mesma via de reparo, porém em diferentes pontos ou mesmo atuando em diferentes vias (FAIVRE et al., 2000).

Geralmente, a doença se manifesta entre os cinco e nove anos de idade, em caucasóides, negróides, asiáticos, hispânicos, índios asiáticos e ameríndios (SWIFT, 1971), porém o diagnóstico pode chegar a ser feito somente na idade adulta. A prevalência da AF é de aproximadamente um em cada cem mil indivíduos nascidos vivos na maioria das populações já estudadas. A freqüência estimada de portadores na população dos Estados Unidos, da Europa e do Japão é de um em trezentos (D'ANDREA; GROMPE, 2003). Ainda não foram realizados estudos da prevalência ou da freqüência de portadores da AF no Brasil. Diante dos avanços no tratamento, bem como o conhecimento da fisiopatologia desta doença, a sobrevida média aumentou para 30 anos nos pacientes estudados entre 1991 e 2000, quando comparada com a sobrevida observada no estudo anterior, que era de 19 anos nos pacientes estudados entre 1981 e 1990 nos EUA (TANIGUCHI; D'ANDREA, 2006).

A falência progressiva da medula óssea é outra característica clínica da AF, que, em geral, ocorre na primeira década de vida, podendo variar em cada caso. Freqüentemente este processo tem início com a redução dos valores hematimétricos em sangue periférico (trombocitopenia, leucopenia e anemia), sendo a medula óssea inicialmente normocelular e tornando-se progressivamente hipoplásica (GROSS et al., 2002).

Três graus de comprometimento medular podem ser definidos, os quais são baseados na literatura e aplicáveis na prática clínica (BUTTURINI et al., 1994; GUARDIOLA et al., 2000):

- Grau I → Sem falha medular. Critérios: plaquetas acima de 100.000/μL; neutrófilos acima de 100/μL; hemoglobina acima de 10 g/dL.

- Grau II → Falha medular inicial. Pelo menos um dos critérios: plaquetas entre 100.000/μL e 20.000/μL; neutrófilos entre 1.000/μL e 500/μL; hemoglobina menor que 10g/dl; sem necessidade de transfusões ou até 20 transfusões.

- Grau III → Falha medular avançada. Pelo menos um dos critérios: plaquetas abaixo de 20.000/μL; neutrófilos abaixo de 500/μL

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