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Educação E Formação Integral Do Homem: A Paidéia Contemporânea

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Por:   •  19/2/2013  •  1.610 Palavras (7 Páginas)  •  2.258 Visualizações

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A Concepção de educação na modernidade

Na aparente renovação da concepção de educação e na implantação de novos métodos de ensino, destacam-se o ensino lancasteriano, o método intuitivo e as idéias pedagógicas escolanovistas.

A noção de modernidade é tratada como a visão de tempos modernos que se vincula às visões de mundo que surgem entre os séculos XV e XVII, quando diversas mudanças nos campos da religião e da ciência, no mundo do trabalho e nas formas de organização da sociedade, dão lugar a uma maneira de entender o mundo, natural e social, baseada em dicotomias (GINZBURG, 1989 apud ALVES, 2004, p. 25).

Os séculos XVI e XVII constituem os complexos processos da modernidade, em que velho e novo se confrontam, com todas as suas características: a secularização, o individualismo, o domínio da natureza, o Estado moderno, a nova ciência, a afirmação da burguesia e da economia de mercado e capitalista, a cultura laica. Velho e novo se encontram; o retorno da leitura dos clássicos antigos para a criação de uma nova estética; a atenção à natureza, priorizando a observação e a dedução. “Também o indivíduo deve submeter-se a uma remodelação, através do ideal do ‘cortesão’ e das regras de ‘sociabilidade’, que estabelece os princípios e as formas da socialização” (CAMBI, 1999, p. 244).

Com relação às idéias educacionais dos tempos modernos, iniciamos pela renascença, período em que se elabora o ideal pedagógico vivido pela França, desde o século XVI até o fim do século XVIII, na formação do espírito clássico. A renascença marca, do ponto de vista pedagógico, uma ruptura com o passado da educação escolástica da Idade Média.

“Era necessária uma revolução que destruísse o velho ensino e pusesse em seu lugar um sistema inteiramente novo” (DURKHEIM, 1995, p. 170). Desta forma, seria necessário rapidamente apagar todo vestígio da escolástica na mente dos homens, para que a razão pudesse ter acesso a ela.

Todos os grandes pensadores da época também assumiram tal atitude por considerarem a escolástica uma invasão pública. Deste modo, no século XVI a tradição escolar deixa de se desenvolver na mesma direção do passado, para tomar um rumo inteiramente novo, o que significava não apenas pronunciar o pensamento novo, mas preparar a sua teoria, o que fez surgir, pela primeira vez na história, segundo Durkheim (1995), uma literatura pedagógica na França representada por Rabelais, Montaigne, Vives, Erasmo, entre outros.

No século XVI, surge à idéia de Rabelais e Erasmo, dois grandes pensadores. Rabelais, afirma ser a natureza boa, inteira sem reserva, sem restrição, sem regulamento, sem disciplina. Para ele, regulamentar a natureza “é impor-lhe limites,” (DURKHEIM, 1995, p. 174).

O princípio da natureza boa, aplicado à educação, prima pela necessidade de desenvolver na criança todas as funções do corpo e da mente, sem distinção, no sentido de formar homens completos e universais e libertar a natureza humana de uma educação

artificial e sem sentido.

Erasmo, reduz a cultura humana à mera cultura literária e toma o estudo da antiguidade clássica, Grécia e Roma. Com ele o formalismo da escolástica cede lugar a um novo gênero, o do formalismo literário. A arte de escrever e de falar ocupa o lugar que era o do saber na pedagogia de Rabelais. A pedagogia de Erasmo é também norteada por um sentido aristocrático, apegado ao dizer, cujo objetivo da educação era formar mentes apuradas e capazes de cumprir um papel honrado na sociedade (DURKHEIM, 1995, p. 192).

No início do século XVII, surge na Europa, Ratichius e Comênius, dois grandes teóricos. Ratichius protesta contra o fato de as letras ocuparem um lugar primordial no ensino, e contra os anos que a criança perde para aprendê-las. Para Ratichius “o pensamento contido em todos os seus princípios era o de que tudo deveria ser feito na sua ordem natural” (MONROE, 1976, p. 216-217), Muitos dos princípios de Ratichius foram considerados como verdades e tiveram influências reformadoras. Monroe (1976) traz alguns: repetir muitas vezes cada coisa; tudo deve ser ensinado primeiro na língua materna; nada se deve aprender de cor; primeiro a coisa e depois a sua explicação; tudo deve ser aprendido por meio da experiência e da investigação ou experimentação. Alguns dos princípios propostos por Ratichius anteciparam reformas metodológicas como a de Comênius e a de Pestalozzi criada no século XIX.

As idéias de Comênius foram o ponto de partida de rompimento com os métodos da renascença e da escolástica, que seria a valorização dos textos, para colocar a criança na escola das coisas. Ele advoga três canais pelos quais o conhecimento chega até nós: “os sentidos, o intelecto e a revelação divina; ‘diz’ que o erro cessará quando se conservar entre eles o equilíbrio” (MONROE, 1976, p. 219).

Comênius valoriza a pesquisa e todas as metodologias chamadas, hoje de ativas. Suas idéias filiam-se diretamente à pedagogia do século XVIII e também às educacionais do final do século XIX e início do século XX no Brasil.

O padrão de formação intelectual e cultural elaborado pela sociedade moderna, nos séculos XVI e XVII, dá origem ao surgimento da escola moderna, racionalizada na estrutura e nos programas, e valorizada na sua função civil. O homem civil, bem educado, torna-se o modelo de adequação social da aristocracia. Depois, se estende para os grupos burgueses e à sociedade, exceto o povo.

No Século XVIII, segundo Cambi (1999), ocorreu a divisão entre o mundo moderno e o contemporâneo.

A formação do homem contemporâneo

Lúcio Anneu Sêneca (1 a.C 65 d.C) tem um papel de destaque no Império Romano. Foi aristocrata, filósofo estóico, orador, político e escritor e, embora tenha tido a preocupação com a formação do cidadão romano do seu tempo, fez reflexões sobre valores universais que ultrapassaram esse momento específico e abrangeram os homens de todas as épocas e lugares.

No ponto de vista educativo de Sêneca, o exercício da vontade, da liberdade, do ócio útil e da filosofia aparece como condição para o desenvolvimento do homem moral, ou seja, para ele se libertar da escravidão de seus próprios vícios, das paixões e da sua materialidade e conquistar a felicidade.

Para ele, as idolatrias seriam um obstáculo para que o homem tivesse uma vida tranqüila e feliz. Por isso, acreditava ser necessário libertar a alma das “opiniões” equivocadas, o que poderia ser favorecido pela filosofia, pelo convívio com os bons e pela eliminação

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