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Escola Mudam Tradiçoes

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Por:   •  7/3/2015  •  1.332 Palavras (6 Páginas)  •  601 Visualizações

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Escolas mudam tradição e criam Dia da Família para evitar exclusão

Nas escolas onde o Dia da Família foi adotado, a reação das crianças tem sido natural, mas muitos pais são contra

31/10/2013 08:50:00

Atualizado em 31/10/2013 08:56:58

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Clarissa Pacheco

clarissa.pacheco@redebahia.com.br

Foi durante uma comemoração de Dia dos Pais da Escola Lua Nova que o pequeno Lucca, então com 3 anos, surpreendeu as mães Érica e Milena, que foram juntas pela primeira vez à festa na escola do filho. “Chegamos lá, sentamos... e ele se sentou no colo de um pai e ficou assistindo a um show de palhaços. Depois, o grupo disse: ‘que vocês tenham um dia maravilhoso com o pai de vocês, saiam para passear com o pai de vocês’. E meu filho com a mão no queixo ouvindo isso. Se aquilo doeu em mim, imagina nele”, lembra Érica, falando do episódio de três anos atrás.

Quando Érica Matos, psicóloga, e Milena Santana, arquiteta, decidiram ter um filho, há pouco mais de seis anos, elas já se preocupavam com os desafios da criança. E aquela situação do Dia dos Pais motivou uma mudança na escola. Desde então, a Lua Nova promove outra festa duas vezes ao ano: a do Dia da Família.

“Eu fui brigar pelo direito da gente. Foi um mal-estar, ele adoeceu, ficou 15 dias sem ir na escola. Eu fui repensar”, contou Érica. Boa parte das escolas infantis do Brasil ainda comemora, no segundo domingo de maio e no segundo domingo de agosto, os dias das Mães e dos Pais, respectivamente.

Para evitar que o filho Lucca passasse por constrangimentos no Dia dos Pais, as mães Érica e Milena batalharam por um dia que homenageia famílias com qualquer configuração

Mas, ao procurar a direção, Érica argumentou que Lucca não era a única criança que poderia passar por situações semelhantes: além dos filhos de casais homossexuais, havia outras crianças que não tinham pai ou mãe, ou criadas por avós, tios, e que acabam se sentindo excluídas.

Ela e Milena sugeriram a criação do Dia da Família e indicaram uma pesquisa entre os pais. Nem precisou. A ideia foi abraçada. Hoje, é sucesso na escola e uma prática adotada em outras instituições.

“Está lá nas diretrizes curriculares a questão do respeito às diferenças de gênero. Mas viver isso na prática ainda é um grande desafio, para nós também. A gente busca fazer as crianças pensarem”, disse a diretora pedagógica da Escola Lua Nova, Walkyria Amaral.

O funcionário público Nilo Cathalá, 51, já frequentou festas de Dia dos Pais nas escolas dos filhos. Hoje, acha que o Dia da Família é a melhor alternativa. “Eu acho até uma coisa meio brega e fora de moda, esse negócio de Dia do Pai, Dia da Mãe. É como elevador social: a gente vai, mas não existe mais aquela diferença”, brincou.

Há 11 meses, Nilo perdeu a esposa, vítima de um infarto. Hoje, é pai e mãe dos dois filhos: Lucas, 8, e Marco Antônio, 12. “Eu acho muito bacana assumir essa parte de Dia da Família, porque as famílias estão muito modificadas. Tem que acabar com isso de que família é só pai, mãe, filho”.

Quem também vê a festa com um olhar positivo é a aposentada Áurea do Nascimento Cerqueira, 78. Ela criou dois dos 18 netos, hoje com 17 e 14 anos, depois que a mãe deles os abandonou quando o mais novo tinha apenas 1 ano. O pai vive com outra família e os visita com alguma frequência. Mas quem ia mesmo às festas na escola dos netos era dona Áurea.

Espalhou

A Lua Nova não é a única escola da capital que adotou o Dia da Família. Hoje, existe essa comemoração em escolas tradicionais como o Antônio Vieira e o Instituto Social da Bahia (Isba). Para Walkyria Amaral, o desafio é “incluir sem ser excludente”.

Em 1998, o Colégio Miró instaurou o Dia da Família, porém sem deixar de festejar os dias dos Pais e das Mães. “Com o passar do tempo, a gente viu que não era viável, eram muitas festividades. Ficou um hiato sem que a gente comemorasse o Dia da Família e este ano a gente retomou”, disse a diretora pedagógica da escola, Maria Clara Coelho.

Os motivos que levaram o Miró a estabelecer um dia para celebrar a família são os mesmos que guiaram as escolas Lua Nova e a Villa Criar, que fica em Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas.

“O que a gente via era a criança frustrada, porque se trabalhava uma semana falando da mãe, do pai, e quando chegava a festa e a mãe não podia comparecer, ou porque não teve tempo, ou porque já faleceu, ou porque tem uma relação dolorosa”, explicou Telma Gottschalk, coordenadora pedagógica da Villa Criar.

Desafios

O cartunista e escritor Luis Augusto, 42, que é pai e mãe de Ben, 4 anos, acredita que o posicionamento da escola é importante para a formação das crianças enquanto cidadãs.

“Eu acho que a escola tem que voltar aos poucos a ser um centro

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