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Fisiologia do movimento das plantas

Por:   •  4/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.344 Palavras (14 Páginas)  •  730 Visualizações

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Índice

Introdução        1

1.Fisiologia do movimento das plantas        2

1.1.Movimentos násticos        2

1.2.Nutação        4

1.3.Taxias        4

1.4.Rastreamento solar        5

1.4.1.Fitocromos e desenvolvimento        6

1.4.2.Luz e estiolamento        6

1.4.3.Luz e germinação de sementes        7

1.4.4.Luz e floração        8

1.4.4.1.Fotoperiodismo        8

1.5.Alteracções no desenvolvimento normal dos vegetais        11

Considerações finais        12

Referências bibliográficas        13

Introdução

Na concepção de RAVEN et all (1996): os organismos vivos podem regular suas actividades de acordo com o ambiente que os circunda. A maioria dos animais, sendo móvel, pode mudar suas condições de algum modo: alimentando-se, acasalando-se e abrigando-se quando sob condições climáticas adversas. Contrariamente, uma planta torna-se imóvel ao emitir sua primeira raiz que a fixa ao solo. No entanto, as plantas têm a habilidade de fazer ajuste para um grande número de mudanças em seu ambiente externo. Essa habilidade é manifestada principalmente através de mudanças no seu padrão de crescimento.

Muitas plantas monocelulares como as diatomaceas, são dotadas de movimento e deslocam-se na água onde vivem. Contrariamente, os vegetais superiores não podem mudar de lugar e limitam-se a movimentos parciais de alguns órgãos. Estes movimentos notam-se principalmente durante o crescimento do caule, das flores, das sementes e das folhas. A nutação, a gravidade e a luz fazem com que a planta se mova e tome a posição definitiva que deve ocupar no ambiente. Mas além destes movimentos que se notam nos órgãos vegetais durante o crescimento, há ainda folhas completamente desenvolvidas de muitas plantas através movimentos muito claros, causados pelas acções mecânicas, pela luz e pelo calor, e até às vezes movimentos periódicos espontâneos.

1.Fisiologia do movimento das plantas

Na concepção de MULLER (2006): ao contrário do que sucede com os animais, as plantas não se podem deslocar em busca de alimentos ou melhores condições. Podem, no entanto, recorrer a certos tipos de movimentos específicos para alcançar fontes luminosas, matérias-primas e para reagirem às outras alterações do ambiente.

De acordo com SIQUEIRA et all (2007): ao longo do crescimento das plantas, elas tendem a adaptar-se ao meio ambiente e essa adaptação é conseguida através de modificações no crescimento, como os tropismos (que permitem aos órgãos fotossintéticos dirigirem-se para a luz; e às raízes penetrarem no solo), ou os nastismos (que permitem a alimentação de algumas plantas insectívoras) e os tactismos, que são movimentos de deslocamento.

1.1.Movimentos násticos

Segundo AMABIS & MARTHO (2004): os movimentos que ocorrem em resposta a um estímulo, mas cuja direcção independe da orientação do factor estimulante, são denominados nastismos. Os movimentos násticos podem ser lentos, como a abertura e o fechamento de flores e folhas em resposta à luz, ou rápidos, devido a súbitas mudanças no estado de turgor das células, como acontece nas folhas da sensitiva.

Para MULLER (2006): nastismos são movimentos reversíveis, não orientados. Não importam a natureza e a direcção de incidência do agente, o movimento sempre ocorrerá segundo um determinado padrão, dependendo apenas da organização dos tecidos e dos órgãos que reagem.

Na perspectiva de SIQUEIRA et all (2007): os movimentos násticos ocorrem em respostas a estímulos, não sendo, porém, orientados nem pela direcção nem pela origem dos mesmos. Eles afectam, então, todo o corpo (ou órgão) vegetal e não apenas o lugar onde se deu o estímulo.

Os nastismos são movimentos de deslocamento realizados por estruturas vegetais, ou pelo organismo todo, em resposta a estímulos externos, podendo ser positivos ou negativos. Os movimentos násticos podem ser de dois tipos: movimentos por crescimento e movimentos por variação de turgor, (ibdi, 2007).

  1. Os movimentos por crescimento
  • Epinastia: é um movimento nástico por crescimento que ocorre quando a superfície superior de um órgão tem uma taxa de crescimento mais que a inferior, (Ibdi, 2007).

Exemplo: As folhas, elas curvam-se para baixo.

  • Fotonastia: é um movimento por crescimento, provocado pelas variações de luz nos períodos dia-noite, comum nas dicotiledôneas. Quando no escuro, as folhas voltam-se para cima e, ao retornarem à luz, tornam-se planas. O factor luz (ou sua ausência) é que determina a velocidade de crescimento, (Ibdi, 2007).

Exemplo: Na planta chamada dente-de-leão, a incidência de luz forte faz com que toda a inflorescência se abra. Em luz fraca ou no escuro, ela fecha-se.

  • Termonastismo: são movimentos násticos por crescimento de flores que se abrem e fecham por variação da temperatura. Por outras palavras, termonastia são reacções de abertura ou fechamento da flor provocadas pelo calor, (Ibdi, 2007).

Exemplo: As flores da tulipa, se abrem com aumento da temperatura, pois suas partes internas crescem mais que as externas, e fecham-se em temperaturas baixas.

  1. Movimentos por variação de turgor

Os movimentos diários de folhas que ao anoitecer adquirem a posição de dormir, são decorrentes da variacao no turgor em células situadas na base dos folíolos (Ibdi, 2007).

  • Nictinastia: ocorre em algumas leguminosas, que ao escurecer, as células dos púlvinos ficam flácidas e os folíolos aproximam-se, fechando, ou quando a folha toda curva-se para baixo, numa posição de dormir, que com a influência da luz, as células dos púlvinos tornam-se túrgidas, e os folíolos afastam-se ou abrem-se, (ibdi, 2007).
  • Seismonastia ou sismonastia: ocorre na Mimosa pudica, que quando a sua folha, recebe uma pancada, fecha os seus folíolos e em seguida dobra-se, inclinando o pecíolo, como se estivesse inteiramente murcha. Por outras palavras, o seismonastismo ocorre na Mimosa pudica, conhecida como sensitiva ou dormideira, esse tipo de resposta ocorre se ela receber um estímulo mecânico, como um toque, por exemplo. A sismonastia ocorre também em Dionaea, uma planta insectívora cujas folhas articuladas fecham-se quando um insecto as toca. Esse movimento rápido depende de bruscas variações de turgescência de um tecido especial situado na base dos pecíolos folhares chamados púlvinos, que são estruturas presentes na base das folhas compostas e na base dos folíolos, em leguminosas. Os púlvinos são formados por parênquima, sofrendo variações na turgescência de suas células, (Ibdi, 2007).

1.2.Nutação

As nutações são movimentos determinados por ritmos de crescimento ou variações de turgor. Não dependem de factores externos, mas a sua velocidade pode ser alteradas pelas condições ambientais como, por exemplo, a temperatura, (ibid, 2007).

Exemplo: o crescimento dos ápices de caules de plantas volúveis, que descrevem um movimento helicoidal, para a esquerda ou para a direita, que permitem sua fixação a um suporte. Neste caso, como a nutação descreve um movimento de rotação em torno de um eixo central, recebe o nome de circunutação.

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