GenÉtica: escolhas que nossos avós não faziam
Por: Calvin Crispim • 28/11/2015 • Resenha • 1.072 Palavras (5 Páginas) • 391 Visualizações
Os capítulos discorrem sobre os dilemas éticos e morais que a autora teve que enfrentar no decorrer de sua carreira, os bastidores das pesquisas na área da genética e estimulam reflexões sobre os preceitos éticos no cotidiano da genética de uma forma simples e clara que faz refletir sobre os impactos dos resultados, por exemplo, dos testes de paternidade e diagnóstico pré-natal de doença hereditária sobre a existência dos indivíduos, famílias e comunidades.
Nos capítulos que se seguem, a geneticista faz referência a Tecnologias de Reprodução Assistida, ao Projeto Genoma Humano, Exames de Investigação de Paternidade, Diagnósticos Pré-implantação (DPI), Diagnósticos Pré-natais (DPN), Reprogramação Celular, trazendo conflitos página a página, envolvendo o leitor em relações familiares intensas. Estas relações entre pesquisadores e familiares proporcionados pelo avanço da Biologia e da Genética, estimulou a evolução o código de ética e moral para dar limites para as pesquisas.
Durante o tratamento para a Reprodução Assistida necessita do uso der hormônios que estimulem a superovulação produzindo número variável de óvulos (entre oito e nove).
A fertilização é realizada em condições laboratoriais controladas, para que os óvulos iniciem sucessivas mitoses e passem a ser chamados de pré-embriões. Na fase de oito células, são implantados no útero almejando a gestação. Mesmo sendo uma técnica amplamente difundida a implantação de muitos pré-embriões aumentam os riscos de crianças pré-maturas, com baixo peso, o que é um fator para mortalidade infantil, e comprometimento intelectual. Para a mãe aumenta os casos de pré-eclâmpsia, diabete gestacional, e rompimento do colo uterino.
Uma alternativa para a Reprodução Assistida seria a clonagem que permite a geração de irmãos gêmeos com diferentes idades. A autora chama a atenção sobre a desinformação e a fantasia da exata semelhança entre o clone e o ser clonado. Nenhuma criança mesmo geneticamente idêntica à outra, seria igual a ela porque suas experiências ao longo da vida seriam vivenciadas em separado. A clonagem pode ser realizada através de qualquer célula e o doador pode ter suas células adquiridas sem o seu consentimento ou mesmo de alguém que já tenha morrido.
A Técnica de Diagnósticos Pré-implantação é utilizada conjuntamente com a fertilização in vitro, onde se retira uma célula do embrião e mapeia o seu DNA antes da implantação no útero materno objetivando descobrir se há alguma mutação específica responsável por uma doença genética, dando a oportunidade aos pais de prevenir o nascimento de crianças com doenças genéticas graves.
O DPI só é indicado quando um dos cônjuges tem uma doença séria, ou para casais que já tiveram um filho ou parente próximo afetado por doença genética grave. A técnica avalia a herança familiar de mutações no embrião, evita a repetição e dramas familiares onde os envolvidos não suportariam passar pelo drama novamente, agora vendo a doença se manifestar em seu filho. Isso poderá aumentar o número de abortos ou problemas psicossociais de um filho gerado apenas com o objetivo de produzir e doar tecido e órgão para o irmão doente.
Muitas pessoas defendem que se faz necessário a fiscalização das clínicas de fertilização in vitro e DPI devem ter algum tipo de regulação e fiscalização do cumprimento do código de ética e moral.
As pesquisas em genética não estariam em um estado tão avançado se não se tivesse concluído o mapeamento do Genoma Humano, que com a ajuda da Engenharia Genética, o sequenciamento do nosso DNA e o mapeamento dos nossos genes se tornou mais prático e corriqueiro, pois a poucos estes processos duravam anos, hoje levam apenas dias para mapeadas.
Existe o risco de divulgação da carga genética de indivíduos mapeados o que poderia gerar discriminação genética por parte de empresas de planos de saúde por saber das possibilidades de assumir uma pessoa com altos riscos genéticos e de empregadores não selecionarem candidatos com determinado perfil genético.
Tendo o domínio da técnica de sequenciamento de DNA é possível a implantação de Bancos de DNA que são repositórios de amostras de DNA de pessoas saudáveis, afetadas por doenças, criminosos ou etnias.
As opiniões são divididas sobre a implantação destes bancos no Brasil, devido armazenar todas as informações genéticas de um indivíduo e através deles estão expostas todas as informações extremamente pessoais. Acreditam que os bancos de DNA ferem a privacidade genética, temem sobre a exposição das informações contidas nestes bancos sem o consentimento do doador. Sendo necessária a utilização dos princípios bioéticos para garantir a confidencialidade desses dados. Quando a favor da implantação, concordam para a utilização na resolução de crimes, descartando a hipótese do uso em pesquisas.
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