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O Alccol No Organismo

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Por:   •  9/6/2014  •  2.237 Palavras (9 Páginas)  •  261 Visualizações

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EFEITOS DO ALCOOL NO CEREBRO

A maioria de nós já presenciou os efeitos visíveis do excesso de álcool: o andar trôpego, a fala enrolada e os lapsos de memória. As pessoas quando bebem têm problemas com o equilíbrio, coordenação e juízo, além de reagirem mais lentamente a estímulos, o que explica por que é tão perigoso beber antes de dirigir. Todos esses sinais físicos ocorrem devido à forma como o álcool afeta o cérebro e o sistema nervoso central.

O álcool afeta a química do cérebro, alterando níveis de neurotransmissores. Neurotransmissores são mensageiros químicos que transmitem os sinais através do corpo, controlando os processos de pensamento, comportamento e emoções. Os neurotransmissores são excitatórios, o que significa que estimulam a atividade elétrica do cérebro, ou inibitórios, quando a reduzem. O álcool aumenta os efeitos do neurotransmissor inibitório GABA (ácido gama-aminobutírico) no cérebro. O GABA causa os movimentos lentos e a fala enrolada que frequentemente se observa nos alcoólatras. Ao mesmo tempo, o álcool inibe o neurotransmissor excitatório glutamato, suprimindo os efeitos estimulantes e levando a um tipo de retardamento fisiológico. Além de aumentar o GABA e reduzir o glutamato no cérebro, o álcool aumenta a quantidade de dopamina no sistema nervoso central, que cria as sensações de prazer.

O álcool afeta as diferentes regiões do cérebro de maneiras distintas.

• Córtex cerebral: nessa região, onde se dá o processamento de pensamentos e a consciência, o álcool afeta os centros de inibição de comportamento, tornando a pessoa menos inibida, e atrasando o processamento de informações dos olhos, ouvidos, boca e outros sentidos, além das funções cognitivas - tornando difícil pensar claramente.

• Cerebelo: o álcool afeta o centro dos movimentos e do equilíbrio, resultando no desequilíbrio que associamos ao "caindo de bêbado".

• Hipotálamo e hipófise: coordenam as funções automáticas do cérebro e a liberação de hormônios. O álcool deprime os centros nervosos do hipotálamo, que controla os estímulos e a performance sexual. Embora o desejo sexual possa aumentar, a performance sexual piora.

• Medula: essa área do cérebro é responsável por funções automáticas como respiração, consciência e temperatura corporal. Agindo na medula, o álcool induz a insônia. Pode também diminuir a freqüência respiratória e baixar a temperatura do corpo, levando a risco de morte.

A curto prazo, o álcool pode causar brancos ou lapsos de memória. A longo prazo, os problemas podem ser ainda mais sérios.

EFEITOS DO ALCOOL NO CORAÇÃO

A maioria das pessoas que consomem álcool não sofrem danos significativos no fígado. Entretanto, o consumo crônico e/ou excessivo de álcool pode causar uma variedade de problemas hepáticos incluindo excesso de gordura no fígado ( esteatose ), hepatite alcoólica ( inflamação ), e finalmente cirrose ( dano permanente ao fígado).

A hepatite alcoólica e cirrose alcoólica desenvolve-se em aproximadamente 15 a 20% dos alcoólatras. Grosseiramente quer dizer que 1 em cada 5 alcoólatras vão Ter problemas de saúde grave relacionadas ao alcool. Estas pessoas poderão morrer de insuficiência hepática (fígado para de funcionar) , causado por uma hemorragia digestiva , infecção , ou insuficiência renal (rins param de funcionar). O transplante de fígado só é permitido a pacientes que se afastam do álcool por um período de vários meses.

Doses pequenas de álcool podem apresentar efeitos tanto prejudiciais quanto benéficos em indivíduos com um status cardiovascular normal que não fazem uso de medicações.

O etanol diminui a contratilidade miocárdia (músculo do coração) e acarreta vasodilatação perifériea, resultando em uma queda discreta na pressão sanguínea associada a um aumento compensatório na freqüência e no débito cardíacos (a pressão cai e o coração começa a bater mais rápido). A elevação do consumo de oxigênio pelo coração induzido pelo exercício após a ingestão de álcool é maior que que quando ele bate normalmente. Por outro lado, a ingestão de um ou dois drinques diários no máximo, durante um longo período de tempo, pode reduzir o risco de morte por problemas cardiovasculares, talvez devido a um aumento da fração colesterol-lipoproteína de alta densidade (HDL - podemos dizer: "o colesterol bom"), ou devido a alterações nos mecanismos de coagulação.

Embora baixas doses de etanol causem uma pequena queda na pressão arterial, o consumo de três ou mais drinques diários resulta num aumento dose-dependente da pressão arterial, que retornará gradativamente à normalidade após algumas semanas de abstinência. Em conseqüêneia, a ingestão abundante de bebidas contribui de forma significativa para as causas reversíveis de hipertensão leve a moderada. A ingestão crônica abundante de bebida pode causar miocardiopatia, com sinais e sintomas que variam desde arritmias inexplicadas (o coração bate fora de compasso), na presença de comprometimento ventricular esquerdo, até a insuficiência cardíaca com dilatação de todas as quatro câmaras e hipocontratilidade do músculo cardíaco. Trombos podem formar-se no átrio ou ventrículo esquerdos, enquanto um aumento cardíaco superior a 25% pode acarretar insuficiência mitral (uma das válvulas do coração - corresponde a grave problema). Finalmente, existe uma associação entre acidente vascular cerebral (AVC) e alcoolismo, sobretudo nas primeiras 24 h após o consumo abundante de bebidas.

EFEITOS DO ALCOOL NO FIGADO

- Fígado gordo ( esteatose ) A esteatose ou depósito de gordura nas células do fígado pode ser um fenómeno normal que pode atingir cerca de 10% das células. Uma esteatose mais exuberante, com aumento do volume do fígado, pode estar associada ao álcool e a muitas outras situações das quais a obesidade é a mais frequente. A esteatose alcoólica não evolui para hepatite aguda alcoólica nem para cirrose alcoólica e desaparece após 3 meses de abstinência de álcool.

Hepatite aguda alcoólica: o álcool é uma das causas de hepatite aguda. A hepatite aguda alcoólica tem mau prognóstico atingindo uma mortalidade elevada.. Os doentes que recuperam podem evoluir para cirrose se continuarem a beber.

Cirrose alcoólica: O álcool e a hepatite C são as causas mais frequentes de cirrose . As lesões provocadas no fígado que levam à cirrose são atribuídas a uma

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