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O Pré-Modernismo

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Por:   •  10/4/2014  •  499 Palavras (2 Páginas)  •  580 Visualizações

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O Pré-Modernismo

O fim do século XIX e as duas primeiras décadas do século seguinte foram marcados por mudanças no quadro político, econômico e social do Brasil. Tais mudanças provocaram, por um lado, o aumento das pequenas classes- média, operária e proletária- e, por outro, contribuíram para o aparecimento de hierarquia entre as classes dominantes.

Nesse cenário, duas ideologias entraram em choque: o tradicionalismo rural, refratário à mente agitada dos centros urbanos, e as transformações nas grandes cidades, onde a burguesia rica estava sempre aberta às influências externas, em busca de modernização e as classes média e operária estimulavam movimentos progressivas radicais.

Tudo isso marcou, cada vez mais, os acentuados contrastes da realidade brasileira, dando origem a conflitos sociais isolados.

Nesta época existiram as mais variadas tendências e estilos literários, além dos poetas do parnasianismo e simbolismo, que ainda continuavam escrevendo. Por apresentar traços individuais muito fortes, o Pré-Modernismo no Brasil não se caracteriza como escola literária, distinguindo-se na verdade como um termo genérico para designar a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promoviam rupturas com o passado. Pode-se dizer que essa "escola" começou em 1902, com a publicação de Os sertões, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha, e se estende até 1922, com a Semana de Arte Moderna.

Está época ficou conhecida pela Republica do Café-Com-Leite, que tomou lugar da República da Espada (governos dos marechais Deodoro e Floriano). Está nova república constitui-se de um revezamento de presidentes eleitos; ora do estado de São Paulo, ora de Minas Gerais. Foi também um período de grande corrente migratória para o pais. O café em São Paulo vive seu auge, assim como a borracha na Amazônia. Em contraste com a prosperidade sugestiona, o Nordeste vive em meio ao cangaço, estourando a Guerra dos Canudos. Houve também revoltas sociais no Rio de Janeiro em 1904 é em 1910. A primeira contra a vacina obrigatória; a segunda contra os castigos corporais. Tudo isto aparece nas obras dos pré-modernistas, que preocupavam-se em retratar a realidade do pais em livros como Triste fim de Policarpo Quaresma ou Os sertões.

O pré-modernismo apresentava individualidades muito fortes e estilos as vezes antagônicos - como os de Euclides da Cunha e Lima Barreto. Apesar disso, as principais obras possuíam características em comum: a ruptura com o passado,a denúncia da realidade brasileira, o acentuamento do regionalismo, a difusão de tipos humanos aproximando a ficção da realidade. Os autores acabaram montando um vasto painel brasileiro, retratando o Norte e o Nordeste (mas obras de Euclides da Cunha), o Vale do Rio Paraíba, o interior paulista(Monteiro Lobato), o Espírito Santo (Graça Aranha) e o subúrbio carioca (Lima Barreto). Houve uma redescoberta do Brasil verdadeiro.

Esses autores, de certa forma, abrem caminho para o Modernismo, expondo os problemas brasileiros que, retomados pelos "futuristas", contribuem para a "descoberta do Brasil". Na poesia, destaca-se também o expressionismo "sui generis" de Augusto dos Anjos, que rompendo com o passado antecipa algumas das "descobertas" modernistas.

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