Os Filhos de Deus e as Filhas do Homem
Projeto de pesquisa: Os Filhos de Deus e as Filhas do Homem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rcalixto100 • 5/9/2014 • Projeto de pesquisa • 5.035 Palavras (21 Páginas) • 475 Visualizações
Os Filhos de Deus e as Filhas dos Homens (Gênesis 6:1-8)
Introdução
As tentativas de se produzir uma raça superior não tiveram início com Adolf Hitler, nem terminaram com ele. Nossa geração parece ter uma fixação por super humanos. Super Homem, o Homem Biônico, a Mulher Biônica, Hulk, e muitos outros personagens da televisão contribuem para o mesmo tema. E o domínio desta super-raça não fica apenas no reino da ficção. É quase assustador perceber que os cientistas genéticos estão trabalhando seriamente para criar humanos melhores, enquanto que os abortos podem ser empregados sistematicamente para eliminar os indesejáveis. Outro dia, li um artigo no jornal que falava de uma organização que torna disponível para determinadas mulheres o esperma de ganhadores do Prêmio Nobel.
É muito mais difícil determinar as últimas conseqüências dessas tentativas do que encontrar sua origem. Seu início está registrado no sexto capítulo do livro de Gênesis. Devo dizer, à medida em que iniciamos o estudo destes versículos, que há mais discordância por centímetro quadrado deste texto do que em qualquer outro lugar da Bíblia. Em geral são os estudiosos conservadores que têm mais dificuldade com esta passagem. Isso é porque aqueles que não levam a Bíblia a sério, ou literalmente, se apressam em classificar este episódio como lenda. Os estudiosos conservadores precisam explicar este acontecimento de acordo com o que Moisés afirmou que ele era, um acontecimento histórico. Ainda que se levantem grandes diferenças na interpretação desta passagem, o assunto não é algo que seja fundamental - algo que afetará o conteúdo principal que dá base à salvação eterna de alguém. Aqueles dos quais discordo mais sinceramente, em geral, são meus irmãos em Cristo.
Quem são os “Filhos de Deus”?
A interpretação dos versos 1 a 8 depende da definição de três termos chave: “os filhos de Deus” (versos 2 e 4), “as filhas dos homens” (versos 2 e 4) e os “nefilins” (verso 4). Há três interpretações principais destes termos que tentarei descrever, começando por aquela que, para mim, é a menos provável, e terminando com a que é a mais satisfatória.
1ª OPINIÃO: A UNIÃO DOS ÍMPIOS CAINITAS COM OS PIEDOSOS SETITAS
Aqueles que sustentam esta opinião dizem que “os filhos de Deus” são os homens piedosos da linhagem de Sete. Eles acham que as “filhas dos homens” sejam as filhas dos ímpios Cainitas. E os “nefilins” são os homens ímpios e violentos que foram produzidos por essa união irreverente.
O principal suporte para esta interpretação é o contexto dos capítulos 4 e 5. O capítulo quatro descreve a ímpia geração de Caim, enquanto que o capítulo cinco nos mostra a piedosa linhagem de Sete. Em Israel, a separação era uma parte essencial da responsabilidade religiosa daqueles que verdadeiramente adoravam a Deus. O que teve lugar no capítulo seis foi uma transgressão dessa separação que ameaçou a descendência piedosa através da qual nasceria o Messias. Essa transgressão foi a causa do dilúvio que viria a seguir. Ele destruiu o mundo impiedoso e preservou o justo Noé e sua família, através dos quais a promessa de Gênesis 3:15 seria cumprida.
Embora esta interpretação tenha as características recomendáveis à explicação da passagem sem criar qualquer problema doutrinário ou teológico, o que ela oferece em termos de ortodoxia, o faz às custas de uma prática exegética aceitável.
Primeiro e mais importante, esta interpretação não fornece definições que surjam da passagem ou mesmo que se adaptem bem ao texto. Em lugar algum os descendentes de Sete são chamados de “filhos de Deus”.
O contraste entre a piedosa linhagem de Sete e a ímpia linhagem de Caim pode estar sendo superenfatizado. Não tenho absoluta certeza de que a linhagem de Sete, como um todo, fosse piedosa. Enquanto todos os des-cendentes da linhagem de Caim parecem ser ímpios, apenas um punhado de Setitas são chamados de piedosos. O que Moisés indica no capítulo cinco é que Deus preservou um remanescente justo através do qual Suas promessas a Adão e Eva seriam cumpridas. Têm-se a distinta impressão de que poucos foram piedosos nestes dias (cf. 6:5-7, 12). Parece que apenas Noé e sua família poderiam ser chamados justos na época do dilúvio. Teria Deus falhado em livrar qualquer outro que fosse justo?
Além disso, “as filhas dos homens” dificilmente poderiam ser restritas apenas às filhas dos Cainitas. No verso um Moisés escreveu “Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas” (Gn. 6:1).
É difícil concluir que estes “homens” não sejam os homens em geral ou a raça humana. Segue-se que a referência às suas “filhas” seria igualmente geral. Concluir que as “filhas dos homens” no verso dois é algo dife-rente, um grupo mais restrito, é ignorar o contexto da passagem.
Por estas e outras razões83, devo concluir que esta opinião é exegeticamente inaceitável. Ainda que vá de encontro ao exame da ortodoxia, falha em submeter-se às leis da interpretação.
2ª OPINIÃO: A INTERPRETAÇÃO DOS DÉSPOTAS
Reconhecendo as deficiências da 1ª opinião, alguns estudiosos procuram definir a expressão “os filhos de Deus” comparando-a com as línguas do Antigo Oriente Médio. É interessante saber que alguns governantes eram identificados como filho de um deus em particular. No Egito, por exemplo, o rei era chamado de filho de Rá84
No Antigo Testamento, a palavra hebraica para Deus, Elohim, é usada para homens em posição de autoridade: “Então, o seu senhor o levará aos juízes que agirão em nome de Deus” (Ex. 21:6, seguido do comentário da NASV).
“Deus assiste em sua própria congregação; Ele julga em meio aos governantes” (literalmente, deuses, Sl. 82:1, cf. também 82:6).
Esta interpretação, como a dos anjos caídos, tem suas raízes na antiguidade.85 De acordo com esta abordagem os “filhos de Deus” são nobres, aristocratas e reis.
Estes déspotas ambiciosos cobiçaram poder e riquezas, e desejaram tornar-se “homens de renome” ou seja, célebres (cf. 11:4). Seu pecado não foi o “casamento misto entre dois grupos, ou entre dois mundos (anjos e homens), ou entre duas comunidades religiosas (descendentes de Sete e de Caim), ou de duas classes sociais (plebe e realeza) - mas esse pecado foi a poligamia.” Era o mesmo tipo de pecado que Lameque, o descendente de Caim, praticava, o pecado da poligamia, particularmente expresso na forma de um harém, instituição
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