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Pesca Artesanal na Baía

Por:   •  22/1/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.642 Palavras (15 Páginas)  •  548 Visualizações

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Diagnostico da Pesca Artesanal na Baía do Iguape em São Francisco do Paraguaçu-BA

Resumo:

São Francisco do Paraguaçu é uma vila ribeirinha pertencente, ao município de Cachoeira situado no Recôncavo Baiano. Trata-se de uma região banhada pelas águas do rio Paraguaçu que desemboca na Baía de Todos os Santos (00ºS / 00ºW), onde está localizado o convento de Santo Antonio do Paraguaçu construído com o idealismo da arte barroca, em meados do século XVI e XVII pela obra franciscana, sendo uma das primeiras estabelecida no Brasil após a independência da custódia religiosa de Lisboa. A população é sustentada pelo trabalho autônomo da pesca artesanal com uma divisão nas atividades. A constante luta pela sobrevivência está relacionada ao ciclo de sustentabilidade física, cultural, social e econômica, sendo a captura dos alimentos realizada com instrumentos e métodos tradicionais de pesca apresentando as espécies de maior freqüência no estuário, para sua comercialização e consumo. O presente trabalho tem como objetivo diagnosticar a pesca artesanal e as suas dificuldades presentes tanto na atividade pesqueira quanto nos impactos ambientais. Pretendemos ainda identificar as técnicas e instrumentos utilizados e as espécies capturadas, através do método de entrevistas semi-estruturadas com os pescadores e marisqueiras (n=00), para, assim então, detectar indicador social, identidade, infra-estrutura para o trabalho, condições e impactos ambientais e as perspectivas da atividade.  

Palavras-chave: Pesca Artesanal; Impacto Ambiental; 

Abstract:

San Francisco Paraguaçu is a riverside village belonging to the municipality of Cachoeira located in Recôncavo. This is a region bounded by the river Paraguaçu which empties into the Bay of All Saints (00 ° S / 00 º W), where is located the monastery of Santo Antonio do Paraguay built with the idealism of Baroque art in the mid-sixteenth century and XVII work by Franciscan, one of the first established in Brazil after independence from religious custody in Lisbon. The population is sustained by self-employment with a small-scale fishing activities in the division. The constant struggle for survival is related to the cycle of sustainable physical, cultural, social and economic, capturing food made with instruments and traditional fishing methods showing the most frequent species in the estuary, for their marketing and consumption. This study aims to diagnose the fishing and the difficulties present in both the fishing industry as environmental impacts. We also intend to identify the techniques and instruments used and the species caught by the method of semi-structured interviews with fishermen and shellfish (n = 00), well then, detect social indicator, identity, infrastructure work, conditions and environmental impacts and prospects of activity.

Keywords: Artisanal fisheries; Environmental Impact;

 

Introdução:

A pesca artesanal é definida como aquela em que o pescador, sozinho ou em parceria, participa diretamente da captura de pescado, utilizando instrumentos relativamente simples. Os pescadores artesanais têm na pesca sua principal fonte de renda, ainda que sazonalmente possam exercer atividades complementares (Diegues, 1988). Na Vila do São Francisco do Paraguaçu e em Santiago do Iguape, a pesca artesanal é a principal ocupação do maior número de moradores em atividade, gerando emprego e renda, sendo o único meio de subsistência para sua população nas suas respectivas comunidades pesqueiras. No Brasil, a pesca artesanal está ligada, historicamente, à influência de três correntes étnicas: a indígena, a portuguesa e a negra (Silva et al., 1990), que formaram a cultura das comunidades litorâneas da Bahia.

A influência dessas culturas e etnias predominam na presença das embarcações de pequeno porte, conhecidas como a canoa, de origem indígena, e nos instrumentos de pesca, a exemplo do covo (equipamento utilizado para captura de crustáceos e peixes). As comunidades litorâneas destacam-se também por sua religiosidade, inspirada no catolicismo português e no candomblé de matriz africana.

A Região do Recôncavo Baiano é um dos berços da cultura baiana, em que há um forte laço das comunidades locais com o ecossistema costeiro ou estuarino da Baía do Iguape, onde homens e mulheres que se dedicam à pesca e coleta de peixes, moluscos e crustáceos.  Esse ecossistema estuarino é o rio Paraguaçu que desemboca na Baía, apresentando uma transição entre ambientes terrestre e marinho que se constituem em áreas de criação e refúgio para diversas espécies de peixes ainda jovens, que se beneficiam da sua riqueza em nutrientes. Hoje, o que acontece nessa área é lamentável, devido aos impactos ambientais causados pela construção da barragem Pedra do Cavalo. Além disso, a falta de educação ambiental dos pescadores clandestinos também afetam a antiga relação entre ecossistemas e as comunidades locais de pescadores e marisqueiras.

Na barragem de Pedra do Cavalo, a abertura das comportas, em períodos de cheia, ocasiona a morte de organismos aquáticos, por excesso de oxigênio na água devido à força gravitacional, comprometendo seriamente a pesca local. Os pescadores clandestinos, por sua vez, manuseiam artifícios caseiros como bombas ou dinamites para capturar os peixes de grande porte, usados na comercialização, deixando para trás centenas de outros peixes de pequeno porte, boiando ao sabor das correntezas. Com essas ações danosas, além de cometerem um crime ambiental, destruindo quase todo o ecossistema aquático da Baía do Iguape e afetando diretamente a disponibilidade das populações de espécies exploráveis, deixam estragos em monumentos históricos como igrejas, fortes e residências próximos às praias.

Em face dessa realidade, nossa pesquisa de campo teve como objetivo identificar a atividade da pesca artesanal desenvolvida na comunidade do São Francisco do Paraguaçu - Recôncavo Baiano do grande estuário da Baia do Iguape - observando os instrumentos, técnicas, pontos da pesca e espécies de peixes, crustáceos e moluscos mais capturados, identificando ainda as implicações relacionadas às estações do verão e do inverno, bem como as dificuldades na atividade pesqueira sob a influência dos impactos ambientais que afetam o extrativismo.

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