Protozoarios
Tese: Protozoarios. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dandaniedanika • 31/8/2014 • Tese • 1.429 Palavras (6 Páginas) • 683 Visualizações
PROTOZOÁRIOS
*TRIPANOSSOMÍASE POR TRYPANOSOMA CRUZI: DOENÇA DE CHAGAS
DESCRIÇÃO DA DOENÇA
A Tripanossomíase humana encontrada nas Américas é conhecida por doença de Chagas, tripanossomíase ou tripanossomose americana, e tem por agente causal o Trypanossoma cruzi, flagelado que determina no homem quadros clínicos com características e consequências muito diversas.
A infecção apresenta uma fase aguda, com lesões localizadas, e outra fase, crônica, que pode produzir quadros clínicos variados e incuráveis. Destacam-se, por sua gravidade, a cardiopatia chagásica que ocorre em 27% dos casos, as dilatações de órgãos cavitários, que afetam principalmente o aparelho digestivo (megaesôfago, megacólon etc.) em 6% dos infectados, e distúrbios neurológicos em 3%. As lesões cardíacas são responsáveis por elevada mortalidade, especialmente na fase crônica da doença, que pode sobrevir mesmo 10 a 20 anos depois do processo agudo.
A OMS (1998) estima entre 16 e 18 milhões o número de indivíduos parasitados, nas Américas.
Carlos Chagas procurou incessantemente aquele protozoário no sangue de pessoas e animais residentes em casas infestadas por barbeiros.
CARACTERIZAÇÃO DO PARASITO
Apresenta muitas variações morfológicas, fisiológicas e ecológicas, além de variações quanto à infectividade e patogenicidade.
O GRUPO 1 é aquele encontrado em animais silvestres e triatomíneos que com eles convivem, particularmente na região amazônica. Esses flagelados mantêm-se no ciclo silvestre e produzem, no homem, infecções esporádicas e assintomáticas.
O GRUPO 2 é o prevalente nas áreas endêmicas da doença humana e tem como principal vetor, o Triatoma infestans. Supõe-se que seja originário dos Andes bolivianos, tendo-se adaptado, com este vetor, a um ciclo doméstico nas habitações rústicas das zonas rurais. Acompanhando migrações humanas, propagou-se para os países sul do Continente e invadiu o Brasil a partir dos estados sulinos. Ele é responsável pelas formas sintomáticas e graves da doença.
O GRUPO 3 de ocorrência mais rara, é também uma zoonose de animais silvestres, a merecer mais estudos para compreensão de seu papel epidemiológico.
CICLO DE VIDA
Os gêneros e espécies da família Trypanosomatidae, ainda que possuam todos basicamente a mesma organização, exibem morfologia que varia não só de gênero para gênero, ou de espécie para espécie, como também no decorrer do ciclo biológico de cada espécie. As mudanças morfológicas podem estar condicionadas pelo tipo de hospedeiro em que a espécie se encontre (vertebrado ou invertebrado), do tecido que esteja parasitando (sangue, fibras musculares, macrófagos etc.) ou, mesmo, da posição que o parasito esteja ocupando no aparelho digestivo do inseto vetor.
As formas que o Trypanossoma cruzi pode apresentar, durante o seu ciclo vital, são:
Amastigota: Quando se apresenta como um microrganismo de pequenas dimensões e contorno aproximadamente circular, ovoide ou fusiforme.
Epimastigota: Caracteriza-se por sua forma alongada (fusiforme) e por ficar o cinetoplasto discoide nas proximidades do núcleo, o bolso flagelar sempre estreito.
Tripomastigota: Forma que apresenta o corpo celular longo e achatado.
INFECTIVIDADE ( VETOR )
Trypanossoma cruzi é infectante para grande número de hospedeiros. Cerca de uma centena de mamíferos silvestres e domésticos que já foram encontrados naturalmente infectados. Em relação aos insetos vetores, são triatomíneos dos gêneros Triatoma, Panstrongylus, Rhodnius e Eutriatoma ( mais de trinta espécies) que se apresentam infectados.
Transmissão: As formas infectantes, ou seja, os tripomastigotas metacíclicos contidos nas fezes dos insetos, penetram facilmente através das mucosas e das conjuntivas ou de qualquer solução de continuidade da pele. Não atravessam a pele íntegra, mas o próprio local da picada do inseto pode constituir a porta de entrada, se contaminada com as dejeções que esses hemípteros costumam emitir enquanto se alimentam. Feridas ou escoriações causadas pelo coçar são outros pontos favoráveis para a invasão.
A transmissão materno-infantil, por via transplacentária, tem sido comprovada. Outros modos de transmissão possíveis, se bem que raros, são pelo leite materno e pelo coito.
Pequenos surtos epidêmicos já foram registrados, após refeições coletivas, em que houve contaminação de alimentos.
SINTOMATOLOGIA
Pode ser sintomática ( aparente ) ou assintomática ( inaparente). Esta é a mais frequente. Ambas estão relacionadas com o estado imunológico do hospedeiro. Há predomínio da forma aguda sintomática na primeira infância, levando a morte em cerca de 10% dos casos devido principalmente a meningoencefalite e mais raramente a falência cardíaca devido a miocardite aguda difusa, uma das mais violentas que se tem notícia.
A fase aguda inicia-se através das manifestações locais, quando o T. cruzi penetra na conjuntiva ou na pele. Dentro de 4 a 10 dias após a picada do barbeiro, aparecem lesões em 50% dos casos e regredindo em um ou dois meses. Congestão conjuntival, linfadenite-satélite, com linfonodos pré-auriculares, submandibulares e outros aumentados de volume, palpáveis, celulite do tecido gorduroso periorbitário e palpebral e presença de parasitos intra e extracelulares em abundância em qualquer parte do corpo.
As manifestações gerais são representadas por febre, edema localizado e generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomeglia e, as vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas.
A fase crônica assintomática, após a fase aguda, os sobreviventes passam por um longo período assintomático (10 a 30 anos). Esta fase é chamada de forma indeterminada (latente) e caracterizada pelos parâmetros de positividade de exames sorológicos e ou parasitológicos, ausência de sintomas ou sinais da doença.
A fase crônica sintomática certo número de chagásicos após permanecerem assintomáticos por vários anos, com o correr do tempo apresentam sintomatologia relacionada com o sistema cardiocirculatório, digestivo ou ambos.
Em pacientes não tratados o desaparecimento dos sintomas pode ocorrer entre seis e oito semanas, mas pode se estender até quatro meses. A doença pode evoluir naturalmente para
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