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Resenha Critica

Por:   •  22/12/2017  •  Resenha  •  1.018 Palavras (5 Páginas)  •  553 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO – IFMA

CAMPUS BARREIRINHAS

CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA PLENA EM BIOLOGIA

EVOLUÇÃO

PROF. Ma. ALMERINDA MACIEIRA MEDEIROS

ELLEN CHRISTIAN MARQUES SOUSA

RESENHA CRÍTICA

MACDOWELL, João A. Evolução versus criação: falso dilema. Veritas. Porto Alegre, v.56, n.2, maio/ago.2011.p.84-120.  

Evolução versus criação: falso dilema

O artigo “Evolução versus criação: falso dilema” de João A. MacDowell, professor do Departamento de Filosofia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e Coordenador do Programa de Mestrado em Filosofia do mesmo Departamento, aponta a inconsistência do dilema “evolução ou criação”, mostrando, mediante uma reflexão filosófica, que ele deriva de uma falsa compreensão do método e do alcance tanto das ciências positivas como da teologia. Nesse sentido, defende, que compete aos cientistas verificar se o neodarwinismo da teoria sintética é ou não uma explicação científica satisfatória dos fenômenos.  

Para tanto, visando maior compreensão, o autor dividiu-o em tópicos que abordam de forma sucinta, porém repetitiva, várias teorias que giram em torno de um conflito: criacionismo e evolucionismo, fazendo uma retrospectiva histórica desses dois partidos adversários. Partindo dessa premissa, no primeiro momento, tenta explicar a origem dos seres de dois modos: pelo fixismo, segundo o qual as espécies permanecem inalteradas; e pela evolução biológica, que implica que todos os organismos vivos descendem de uma mesma espécie. Nessa perspectiva, vale ressaltar que a primeira posição já não é mais aceita na sociedade como um todo, pois contrapõe à evolução biológica, ao qual compara a vida à uma árvore, cujos ramos se multiplicam e se diferenciam.

Procurando explicar as teorias explicativas da evolução, apresenta-as de forma comparativa, abordando o lamarckismo como uma simplificação das ideias de Lamarck, ao qual atribui a evolução à transmissão hereditária de caracteres morfológicos adquiridos em virtude do uso ou desuso de certos órgãos em função das necessidades vitais do ser vivo; e a seleção natural, defendida por Darwin, que privilegia os indivíduos que se adaptam melhor ao ambiente e que deixam um maior número de descendentes, de modo que se diferenciam e constituem novas espécies ao longo do tempo, resultantes, sobretudo, de mudanças radicais do ambiente provocadas por alterações climáticas. Percebe-se portanto, que tais teorias não explicam os momentos cruciais do processo evolutivo, surgindo assim, a teoria sintética ou neodarwinismo, suprindo as lacunas pela redescoberta das leis da genética de Mendel, ao qual explica a diferenciação das espécies pela conjugação das mutações genéticas e a seleção natural.

À luz dessas considerações, MacDowell afirma que a teoria sintética admite a evolução como um processo inteiramente imprevisível, resultante de mutações genéticas aleatórias. Pois, não obedecem a uma lei específica, podendo acontecer a qualquer momento em função de inúmeras circunstâncias.

Para tanto, em contraste com o Neodarwinismo, apresenta as teorias finalísticas, nas suas várias formas, apelando para um plano de inteligência criadora. Tal abordagem é feita de maneira concludente, que admite a evolução, mas afirma que ela só pode ser entendida se orientada por uma inteligência imaterial e superior ao mundo empírico. Em contrapartida, baseando-se em argumentações de Dawkins, ao qual menciona que a ciência explica plenamente o processo evolutivo, o autor faz argumentos sobre a existência de Deus, apontando que além de improvável e incoerente, a sua existência é incompatível com a realidade científica. Portanto, a ideia de criação, é incompatível com o neodarwinismo, aceito pela grande maioria da comunidade científica.

Nesse contexto, segundo o autor, a ciência não oferece uma base segura para a afirmação ou negação, ou seja, certezas inabaláveis. As suas teorias são sempre reformáveis, pois referem-se apenas às causas dos fenômenos intramundanos. Nesse caso, aponta que a filogênese (origem e desenvolvimento da vida no seu conjunto) seria análoga à antogênese (processo de desenvolvimento de um indivíduo vivo), na qual o resultado está inscrito no início, como pretende o Planejamento Inteligente.

Uma vez apresentado o panorama a respeito da questão científica da evolução das espécies, volta-se ao ponto inicial, o “Criacionismo”, que explica a origem da vida e das espécies por uma intervenção criadora de Deus, alterando o curso da natureza, e não pela evolução natural do universo material. Trata-se de afirmações teológicas ou filosóficas, ao qual divide-se em várias formas: criacionismo radical, baseado na interpretação literal da bíblia que adota o fixismo e defende a criação por Deus em seis dias; criacionismo moderado, corresponde a várias posições, aceitando alguns dados da astronomia e da geologia; e o movimento do Planejamento Inteligente, que como já mencionado, admite a evolução do universo e das espécies biológicas. Portanto, percebe-se que que a criação, como ação transcendente de Deus, pode ser compatível com a evolução biológica, pois não compete com as causas naturais, mas sustenta-as no seu ser e agir.

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