Resenha: The Doctor (Um Golpe Do Destino)

The Doctor (Um Golpe do Destino) é baseado na autobiografia do Dr. Edward Rosenbaum na qual conta a historia de Jack McKee (William Hurt) é um médico completo: bem sucedido, rico e sem problemas na vida. Até receber o diagnóstico de que está com câncer de garganta. Agora ele passa ver a medicina, os hospitais e os médicos sob uma perspectiva como paciente.

O filme é centrado na vida de um renomado cirurgião, arrogante, egoísta e até mesmo indiferente aos seus pacientes, chegando a referir-se a eles como números, leito ou pela enfermidade que os acomete, prezando a objetividade na relação medico-paciente afim de não propiciar uma melhor dinamização do tempo em suas cirurgias, onde o sentimento do paciente não era levado em consideração, mas apenas o bom resultado no tratamento. Em sua vida pessoal percebe-se o afastamento criado entre ele e sua esposa, como também em relação ao seu filho, devido à falta de tempo e aos seus inúmeros compromissos.

Tudo isso começa a mudar depois que o doutor percebe que aquela tosse, ignorada há certo tempo, começa a se agravar, chegando a certa ocasião a cuspir sangue. Quando se submete a exames específicos descobre, através de uma frase fria e direta, o que acometia sua garganta: “você tem câncer” por apresentar tumor laríngeo na corda vocal verdadeira. Diante da inversão de papeis por está sendo submetido à figura de paciente e aos protocolos e procedimento hospitalares e com a ajuda de June, uma paciente que possuía um tumor no cérebro e o fez perceber a importância das boas relações interpessoais e da importância que apenas uma palavra pode ter para uma pessoa “fragilizada”. Este se deu principalmente devido ao tratamento recebido pela Dra. Leslie que o examinou de forma padronizada e direta, sem uma explicação previa do tipo de exame que seria feito e qual o seu intuito, apenas aplicando-o e chegando ao diagnostico sem nem ao menos uma preparação para este.

Diante deste aspecto elucidado pode-se compreender a importância da ética profissional em relação ao dialogo e a interação deve permanecer primordialmente em todas as relações para que esta discorra de forma lúdica e harmoniosa diante das diversas situações, além deste ao fato de Jack denunciar um dos membros da sua equipe por este ter modificado o prontuário de um paciente o que é ilegal segundo os atos legais. Outro fator é a importância da valorização da vida na qual por vezes só damos o devido valor quando nos encontramos em situações de risco e enfermidades, com risco de óbito, como fica expresso na frase de Jack “O tumor me libertou de uma forma que jamais me permitir viver”. Além deste a humanização biomédica que na maioria das vezes restringe-se apenas a analise dos dados em relação à enfermidade e exposição do resultado. Diante deste mostra a importância de enxergar o paciente e não somente a doença que o acomete. Um filme obrigatório a todos os profissionais da área da saúde que, por lidarem com vidas, muitas vezes acham que estão acima dessas e esquece-se de sua verdadeira obrigação: cuidar das pessoas que lhes pedem ajuda.