Resumo para Imunologia CEDERJ AP1
Por: Luana Costa • 3/3/2018 • Exam • 9.454 Palavras (38 Páginas) • 648 Visualizações
Aula 3
Nos mamíferos, observamos que a imunidade resultará do conjunto de moléculas e células (originadas na medula óssea através de um processo denominado HEMATOPOIESE) distribuídas em órgãos especializados, que são os órgãos linfoides. Eles são constituídos por células que formam seu arcabouço de sustentação e abrigam:
1. células provenientes da LINHAGEM PROGENITORA MIELÓIDE;
2. células provenientes da LINHAGEM PROGENITORA LINFÓIDE (linfócitos T, linfócitos
B e CÉLULAS NK).
Chamamos sistema neuroimuno- endócrino o macro sistema biológico que abrange os três sistemas, isto é, o sistema Nervoso, o Imune e o Endócrino. As interseções desses três sistemas se fazem por meio de receptores na superfície das células que compõem cada um deles. Tais receptores se ligam e respondem a moléculas produzidas por células de cada um dos três sistemas em separado.
As células que compõem o sistema imune dos vertebrados superiores têm sua origem na medula óssea, pela hematopoiese, a partir das célulastronco. Em seres humanos e em camundongos, a maioria das células do sangue é originada e amadurece na medula óssea. Uma exceção são os linfócitos T, que são originados na medula e amadurecem no timo. As células do sangue que não são hemácias (ou eritócitos) são coletivamente chamadas células brancas ou glóbulos brancos ou leucócitos.
As células sangüíneas se originam da célula-tronco destinada a se diferenciar em célula-tronco hematopoiética, que dá origem às linhagens específicas precursoras das células do sangue, que são as eritróides (hemáceas); as megacariocíticas (megacariócitos que dão origem às plaquetas); as granulocíticas (neutrófilos, eosinófilos e basófilos); as monocíticas (monócitos, macrófagos e células dendríticas) e as linfocíticas (linfócitos, células dendríticas e células NK).
A diferenciação e proliferação das células precursoras hematopoiéticas se dão a partir de estímulos (CITOCINAS e outros) provenientes de células do estroma da medula óssea. Muitas destas citocinas são chamadas fatores estimuladores de colônias ou fatores de crescimento porque elas foram descobertas, originalmente, devido à sua habilidade em estimular colônias de células leucocíticas ou eritróides na medula óssea.
Suponhamos que um indivíduo se infecte com o protozoário “D”. A resposta imune contra o protozoário “D” ativará elementos celulares e moleculares da imunidade inata e da imunidade adaptativa, e muitos neutrófilos serão consumidos. Várias citocinas serão produzidas tanto por células da imunidade inata quanto da imunidade adaptativa. Algumas dessas citocinas estimularão especificamente a proliferação e diferenciação de células progenitoras na medula, comprometidas com a produção de mais neutrófilos.
Células linfoides (linfócitos T, os linfócitos B e as células NK)
Estas células são as únicas responsáveis por duas características que definem a imunidade adaptativa: a especificidade refinada e a memória imunológica. Quanto a este último aspecto (memória imunológica), há quem diga que o linfócito T é um “neurônio circulante”!
Os linfócitos não-ativados são aqueles que não entraram em contato com antígeno. Os pequenos linfócitos, ao serem estimulados pelo antígeno, saem da fase de repouso, ou seja, da fase G0 do ciclo celular e entram na fase G1 aumentando de tamanho. Essas células ativadas apresentam maior volume de citoplasma e, com o aumento de organelas e RNA citoplasmáticos, são chamadas grandes linfócitos ou linfoblastos.
Linfocitos T, B e NK: sua morfologia não nos ajuda a distingui-las, ao contrário, podemos distinguir outros leucócitos pela sua morfologia e coloração. Você já ouviu certamente falar em linfócitos T CD 4, ou simplesmente em níveis de CD 4, quando ouve notícias sobre AIDS! “CD”. Esta sigla vem do inglês Cluster of differentiation, que quer dizer grupos de diferenciação, os quais são identificados por anticorpos monoclonais. Então, voltando aos CDs, eles nos ajudam a distinguir diferentes classes de linfócitos por métodos de laboratório. A sigla CD é seguida por números que podem estar associados a alguma letra. Mas os CDs ainda não são tudo, pois não nos revelam a completa identidade de alguns linfócitos. O nome helper foi dado à classe de linfócitos T que exibem o CD4 pela sua capacidade de auxiliarem outras células a exercerem suas funções, como a produção de anticorpos por células B ou a capacitação para a função microbicida por fagócitos. Apenas na presença de células T CD4, alguns linfócitos B vão produzir anticorpos. Eles observaram que o tipo de linfócito T CD4 que auxilia o linfócito B a produzir anticorpos não é do mesmo tipo de linfócito T CD4 que leva o macrófago a se capacitar para exercer suas funções microbicidas. O que revelou esta diferença aos cientistas foi o conjunto de citocinas produzido por cada tipo de linfócito T CD4, que são completamente diferentes entre si!
O CD3, é o marcador exclusivo dos linfócitos T. O CD3 não é expresso pelos linfócitos B nem pelas células NK.
1. Sabemos que os linfócitos são divididos em duas populações, linfócitos B e T, que apresentam os marcadores CD19 e CD3, respectivamente. Com base no que você já aprendeu, proponha um método imunológico capaz de identificar os linfócitos B e T de um preparado que contenha uma mistura de linfócitos.
Uma possibilidade é a utilização de anticorpos monoclonais antiCD19 e antiCD3 marcados com rodamina (vermelho) e fluoresceína (verde), respectivamente. Após a incubação dos anticorpos com a mistura de linfócitos e o preparo adequado do material, as amostras podem ser visualizadas ao microscópio óptico de fluorescência, onde você vai visualizar células emitindo fluorescência vermelha (linfócitos B) ou fluorescência verde (linfócitos T). Na verdade, você pode propor qualquer método imunológico que permita a visualização da ligação dos anticorpos aos seus respectivos alvos, as moléculas CD19 e CD3 na superfície das células B e T.
Monócitos e macrófagos
Os pró-monócitos (células precursoras de monócitos e macrófagos) deixam a medula óssea logo após a hematopioese e ganham o sangue, onde se diferenciam em monócitos. Nos tecidos, os monócitos se diferenciam em macrófagos. Chamamos sistema mononuclear fagocítico o conjunto de monócitos no sangue e macrófagos nos diferentes tecidos do corpo. Nos tecidos, eles aumentam sua capacidade fagocítica em comparação com os monócitos do sangue, pois são ativados por uma série de situações a que são expostos, como a presença de antígenos bacterianos e a ativação ocasionada por citocinas.
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