Revisão Clínica
Trabalho Universitário: Revisão Clínica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 02050869 • 8/5/2013 • 1.692 Palavras (7 Páginas) • 905 Visualizações
REVISÃO CLÍNICA
Reconhecimento e gestão das condições agudas comuns da cavidade oral resultando na cárie dentária, doença periodental e trauma: uma atualização para o médico de família.
Paul C. Edwards, MSc, DDS, and Preetha Kanjirath, BDS, MDS
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Este artigo apresenta uma visão geral das doenças comuns e/ou significativas da cavidade oral que o médico familiar é susceptível a encontrar, dando ênfase à patogênese, ao reconhecimento, complicações e gestão. Os tópicos incluem as seqüelas da cárie dentária, doença periodontal e trauma revisados. Estratégias de prevenção e intervenção precoce são enfatizadas. Atualizações recentes e questões práticas para o médico de família são destaque. (J Am Board Fam Med 2010; 23: 285–294.)
Palavras-chave: Cárie dental, Otorrinolaringologia, Doença Periodontal.
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A cavidade oral é uma região distinta do corpo que, como resultado de ser exposta ao meio oral, é sujeita a um conjunto distintivo de condições e doenças, muitas das quais exclusivas para esta área. Os efeitos destas doenças na cavidade bucal podem ter um impacto significante para com a saúde do indivíduo.
Cárie dentária e dor de dente
Os dentes são 32 unidades de tecido duro constituído por três unidades funcionais. Primeiro, a parte da coroa visível, que é exposta ao ambiente oral e é composta por uma camada externa de tecidos inorgânicos pesadamente mineralizados (o esmalte) sobreposta ao colágeno, um pouco mais suave, contendo uma substância calcificada (a dentina) que se assemelha osso em relação a composição orgânica e inorgânica. Em segundo lugar, a parte da raiz, que ancora o dente por meio de uma densa inserção de tecido conjuntivo fibroso (ligamento periodontal). Finalmente, um complexo de celulose central que é composto por um tecido fibroso, neurovascular e disperso.
A cárie dentária, ou a deterioração do dente, é uma das doenças crônicas que mais afetam a sociedade moderna. Também são conhecidas coloquialmente como “cavidades”, refletindo a cavitação que ocorre em lesões mais avançadas. Antes vista como uma doença de crianças (Figura 1), parece que, uma maior porcentagem de adultos estão agora desenvolvendo novas lesões de cárie na taxa de incidência igual aos filhos. Entre alguns abusadores da metanfetamina, um padrão de destruição de cárie rampante é notável; uma condição denominada “boca de metanfetamina” (figura 2). Há também um aumento exponencial do risco de desenvolvimento de cárie entre os pacientes que tomam muitos medicamentos que predispõem à xerostomia. Entre a população mais idosa, cáries são vistas comumente na superfície da raiz dos dentes, onde as gengivas vão diminuindo (figura 3).
Podemos desenvolver cáries através de uma complexa interação de cariogênicos transmissíveis da microflora oral, principalmente Streptococcus mutantes e lactobacilos, que metabolizam e fermentam carboidratos da dieta, resultando na produção de ácido láctico. A queda resultante no pH é a caudadora da dissolução da superfície do dente e do componente mineral do esmalte. Este processo dinâmico em que a desmineralização é combatida através do amortecimento da capacidade da saliva, tem como resultado a progressão da cárie, quando a taxa de desmineralização excede a taxa de remineralização. Clinicamente, ela começa nos poços profundos das superfícies oclusais ou lisas dos dentes (figura 4), embora muitas vezes são visíveis a olho nu como uma suave área de escavação da superfície, que varia do branco (refletindo uma desmineralização precoce) até o marrom ou o preto. O processo de cárie também pode ocorrer sob uma camada da superfície do esmalte intacto ou entre dois dentes adjacentes, tendo assim reconhecimento visual rápido, porém extremamente difícil sem a ajuda de radiografias (figura 5).
Por fim, o processo de cárie na camada mineralizada do esmalte do dente é principalmente um processo físico-químico, tendo visto que a dentina é ligada a um tecido altamente inervado no centro do dente através de um pequeno diâmetro dos túbulos dentinários. Quando a cárie penetra toda a espessura do esmalte até alcançar a base dentinária, os pacientes apresentam geralmente dor momentânea sobre a exposição ao frio e / ou a agentes osmóticos, como o açúcar. Este processo é denominado pulpite reversível e não é uma emergência aguda, podendo ser tratado pela remoção mecânica da cárie e pela colocação de uma restauração dental (“enchimento”) para substituir assim a estrutura do dente perdida, desde que este tratamento seja iniciado em um prazo de tempo razoável (normalmete algumas semanas). Um tipo semelhante de dor pode ser atingida em pacientes que têm recessão gengival, resultantes de maus hábitos de escovação (excessiva escovação áspera) ou como resultado da doença periodontal. A superfície radicular exposta e a remoção da escova de dente relacionados com o cemento de proteção, resultam em momentânea dor pela exposição ao frio e/ ou agentes osmóticos. O grau de sensibilidade pode ser reduzido quando instruímos o pacientes a mudar suas técnicas de escovação e usar menos força durante o processo, incorporando um traço vertical no curso da escovação, ao invés de escovar de “frente pra trás” usar movimentos horizontais na escovação junto com cremes dentais para dentes sensíveis. Estes cremes contém sais de nitrato de potássio ou oxalato que selam os túbulos dentinários expostos e/ ou modulam a transmissão nervosa. Dentistas aplicam agentes, tais como vernizes de flúor e finas camadas de resinas ósseas que podem fornecer a resolução mais rápida dos sintomas.
Quando a cárie não é tratada, as dores de dente persistem severamente mesmo após a remoção dos estímulos incitados ou dos resultados típicos que ocorrem espontâneamente. Esta condição, chamada pulpite irreversível, pode resultar em graves dores que duram horas ou dias, se não tratadas. Os pacientes com pulpite irreversível normalmente apresentam uma dor tipicamente generalizada, envolvendo a área de vários dentes, e podendo ser transmitida para os dentes opostos na mandíbula, muitas vezes tornando a identificação precisa do dente difícil, seja por parte do paciente, seja por parte do dentista. Deve-se oferecer ao paciente tratamento paliativo para a dor. Mesmo que os antiinflamatórios
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