AÇÃO DE CLASSE DA ELITE ORG NICA: A CAMPANHA IDEOLÓGICA DA BURGUESIA - DO LIVRO 1964: A CONQUISTA DO ESTADO DO AUTOR RENÉ ARMAND DREIFUSS
Por: Gabriela Moura • 3/7/2019 • Resenha • 563 Palavras (3 Páginas) • 904 Visualizações
RESENHA DO CAPÍTULO VI - AÇÃO DE CLASSE DA ELITE ORGÂNICA: A CAMPANHA IDEOLÓGICA DA BURGUESIA - DO LIVRO 1964: A CONQUISTA DO ESTADO DO AUTOR RENÉ ARMAND DREIFUSS
O autor de 1964: A conquista do Estado, René Armand Dreifuss, tem uma visão bem consolidada a respeito do golpe civil-militar realizado no mesmo ano. No capítulo em questão, “A ação de classe da elite Orgânica: A campanha da Burguesia” Dreifuss, trás inúmeros argumentos de que essa classe, foi uma das principais responsáveis pela disseminação os interesses da burguesia no Brasil entre os anos de 1962 a 1964.
O capítulo aborda e explica algumas estratégias, dizendo o autor, amplamente utilizadas pela burguesia, como forma de difusão dos ideias dessa classe. Uma delas foi a doutrinação geral através da mídia, que “a elite orgânica do complexo IPES/IBAD” se apoderou dos canais e meios de comunicação para disseminar os seus próprios interesses.
Através do Rádio e da Televisão, a elite teria divulgado, palestras, simpósios, conferências, debates políticos e até mesmo filmes e peças teatrais muitas vezes sutilmente, dos interesses que iam de encontro ao do sistema político vigente. Além desses meios, a elite se utilizava também de meios impressos, como jornais, revistas, folhetins e panfletos para, segundo o autor, preparar os civis ao clima político apropriado para a intervenção militar.
Dreifuss trás a tona a subversão da mídia ao domínio da burguesia. Apesar de ser extremamente longo e trazer listas de jornais, editores, jornalistas, pessoas influentes naquela época, e o ponto em questão dele ser convencer o leitor do imenso trabalho da burguesia antes do golpe, a realidade que é apontada sobre a mídia é importante.
Como já mencionado, o autor traz diversas listas de nomes de jornais, veículos, profissionais da comunicação como jornalistas e até mesmo publicitários e pessoas influentes que atuavam na mídia em favor do discurso da burguesia. Isso então aponta para a falta de ética de todo esse complexo. A parcialidade da mídia exposta no texto é algo que todo comunicador que se preze deveria, ao menos tentar, alcançar.
Em detrimento então de investimentos ou prestígio social, os veículos se vendiam e isso, infelizmente, é uma realidade que se vive em todo ambiente da comunicação, inclusive nos dias de hoje. Meios de comunicação influentes de uma vertente ou direita, ou esquerda, se apropriam do nome do jornal, ou qualquer outro meio, para fazer do seu discurso o único e verdadeiro.
Como todos sabemos, na comunicação, tecnicamente, isso não é verdade. Todas as pessoas têm culturas, histórias, vivências únicas e isso reflete no produto, seja ele revista, jornal impresso ou televisivo. Entretanto, o público, a quem todas as informações são destinadas, não podem e nem devem ser dominados por somente um discurso, como o autor aponta que a burguesia fez amplamente no período de 62 e 64, pois assim a população fica refém de interesses dos grandes.
O ponto central do livro, acredito que não seja esse, entretanto essa é uma realidade que não dá para ser ignorada. A mídia, não pode e nem deve ser centralizada, ao contrário, quanto mais descentralizada e diversa, mais a população ganha. Então a dominação da massa é evitada ao ouvir diferentes vozes.
Ana Gabriela Sousa Moura, graduanda do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Maranhão.
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