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Semana De Artes Moderna

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Por:   •  30/5/2014  •  1.250 Palavras (5 Páginas)  •  852 Visualizações

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Artes

ARTISTAS E MOVIMENTOS APÓS A SEMANA DE ARTE MODERNA.

Após a Semana de Arte Moderna e a agitação que ela provocou nos meios artísticos, aos poucos novos artistas plásticos foram expondo suas obras, se caracterizaram pela valorização da cultura brasileira. Esses artistas não eram adeptos dos princípios acadêmicos e preocupavam-se em dominar os aspectos técnicos da elaboração de uma obra de arte. Faziam parte desse grupo Cândido Portinari (1903-1962), Guignard (1896-1962), Ismael Nery (1900-1934), Cícero Dias (1908-2003) e Bruno Giorgi (1905-1993).

Cândido Portinari.

No início da década de 1920, Portinari era aluno da Escola Nacional de Belas-Artes, onde aprendeu as técnicas e os princípios de uma arte conservadora. Em 1928 ganhou como premio uma viagem ao exterior. Viveu dois anos na Europa, onde entrou em contato com a obra dos pintores mais importantes da época e também com a dos renascentistas italianos.

De volta ao Brasil, no início da década de 1930, começa a desenvolver sua pintura com características muito próprias e a enveredar pela experiência com a pintura mural, que se tornaria um aspecto importante de sua obra. São famosos os murais do então Ministério da Educação e Saúde e os da sala da Fundação hispânica na Biblioteca do Congresso, em Washington. Igualmente importantes são seus painéis – Via-crúcis – para a igreja de São Francisco, na Pampulha, em Belo Horizonte, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, e o painel Guerra e paz para a sede da ONU.

Para bem compreender o painel Guerra e paz, é interessante ler os comentários do historiador da arteClarival do Prado Valladares: “Em a Guerra, contam-se seis vezes a figura materna com o filho morto ao colo, naquela imaginária cena da Piedade, e entre os quase setenta figurantes acham-se as faces dos Retirantes nordestinos (...)”

Portinari teve nos quatro cavaleiros do Apocalipse o seu ponto de partida para toda a Guerra, intemporal e ubíqua. E para a Paz, sua matéria-prima foi à memória da infância. Teria sido, também as Eumênides, de Ésquilo. Refere-se, pois, à terceira parte da trilogia de Ésquilo, Orestéia, quando as Fúrias concordam em se transformar em espíritos pacíficos que se chamaram Eumênides. Na verdade, Portinari nem de longe arremeda cenas ou personagens da mitologia ou dramaturgia grega. Todos os figurantes da Paz são meninos de Brodosqui, ás vezes nas gangorras, como aparecem em várias de suas telas, outras em cambalhotas e piruetas, pulando carniça ou armando arapuca, moças que dançam e cantam, um coral de crianças de todas as raças, assim como nós, brasileiros, noiva da roça na garupa do cavalo branco, o palhaço, a mulher carregando o cordeiro, dois cabritos que dançam bem no centro do painel como se fossem o núcleo da Paz, a égua e o potro e, na faixa de cima, bem lá em cima, camponeses plantando, camponeses colhendo, o espantalho, os batedores de arroz, homens, mulheres e meninos que cantam. Não há duvida, só podem ser as Eumênides entre as moças e os meninos de Brodósqui.

De modo geral, em sua pintura Portinari retratou pessoas de suas relações de amizade, desenvolveu cenas de retirantes nordestinos, de infância e tipos populares em Brodósqui, sua cidade natal e, de conteúdo social e histórico. Em seu quadro Café, temos um bom exemplo do seu olhar sobre o mundo do trabalho rural.

Em Café, os corpos humanos sugerem volume e expressam força física. Os pés enormes parecem relacionar as figuras intimamente com a terra, pintada em tons avermelhados. É uma cena que mostra um trabalho extenuante: alguns trabalhadores colhem os grãos, outros os ensacam e outros transportam os sacos nas costas. Podemos perceber, mesmo em se tratando de uma síntese das várias etapas do esforço braçal até o café chegar ao mercado, o peso desse trabalho para os que labutavam nas lavouras.

Cícero Dias.

Cícero Dias nasceu em Pernambuco e estudou pintura na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Cedo, porém, abandonou as orientações acadêmicas para buscar um caminho pessoal.

No fin dos anos 1920 e inicio dos anos 1930, suas obras já davam mostras do estilo que marcaria sua pintura: usando com frequência o azul e o vermelho, deu um tratamento particular às cenas da vida nordestina.

Sobre a pintura dessa época, são importantes os comentários de Gilberto Freire, na apresentação de Cícero Dias para o público de Recife, conforme transcrição do historiador e crítico de arte Jose Roberto Teixeira Leite:

“Das novas relações e proporções é que sai avivado pelo mais brasileiro dos azuis, pelo mais pernambucano dos encarnados, o lirismo profundo, como em nenhum outro pintor que conheço, de Cícero. Esse pintor não tem requintes de colorido

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