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Sistema Renina

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Por:   •  28/4/2014  •  2.603 Palavras (11 Páginas)  •  518 Visualizações

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O Sistema Renina-Angiotensina: seu papel no controle da pressão e na hipertensão.

Além da capacidade dos rins de controlar a pressão arterial por meio de alterações do volume do líquido extracelular, os rins têm outro mecanismo potente de controle da pressão, chamado de sistema renina-angiotensina.

A renina é uma enzima proteica liberada pelos rins quando a pressão arterial cai para níveis muito baixos. Sua resposta consiste em elevar a pressão arterial de diversas maneiras, contribuindo para a correção da queda inicial na pressão.

A renina é sintetizada e armazenada em forma inativa, chamada pró-renina, nas células justaglomerulares (células JG) dos rins. Quando a pressão arterial cai, reações intrínsecas dos rins fazem com que muitas das moléculas de pró-renina nas células JG sejam clivadas, liberando renina.

Pequenas quantidades de renina permanecem nos líquidos locais dos rins e iniciam diversas funções intra-renais. A renina é uma enzima, e não uma substância vasoativa. A angiotensina I tem ligeiras propriedades vasoconstritoras, mas não suficientes para causar alterações significativas na função circulatória. A renina persiste no sangue por 30 minutos a uma hora e continua a causar a formação de angiotensina durante todo este tempo.

A angiotensina II é um vasoconstritor extremamente potente, afetado também a função circulatória de outras maneiras. Ela persiste no sangue por apenas um ou dois minutos, por ser rapidamente inativada por múltiplas enzimas sanguíneas e teciduais, coletivamente chamadas de angiotensinases. Durante a sua permanência no sangue, a angiotensina II exerce dois efeitos principais, capazes de aumentar a pressão arterial. O primeiro, a vasoconstrição em muitas áreas do corpo, ocorre com muita rapidez. A vasoconstrição ocorre, de modo muito intenso, nas arteríolas e, com intensidade muito menor, nas veias. A constrição das arteríolas aumenta a resistência periférica total, elevando, dessa forma, a pressão arterial. O segundo meio principal pelo qual a angiotensina eleva a pressão arterial é a diminuição da excreção de sal e de água pelos rins. Isso eleva lentamente o volume do líquido extracelular, o que aumenta a pressão arterial durante as horas e dias subsequentes. Esse efeito a longo prazo, agindo pelo mecanismo de controle do volume do líquido extracelular, é ainda mais potente que a vasoconstrição aguda na elevação eventual da pressão arterial.

A angiotensina faz com que os rins retenham sal e água por dois meios principais: Atuando diretamente sobre os rins para provocar retenção de sal e de água; Fazendo com que as glândulas supra-renais secretam aldosterona, que, por sua vez, aumenta a reabsorção de sal e de água pelos túbulos renais. Assim, quando quantidades excessivas de angiotensina circulam no sangue, todo o mecanismo renal a longo prazo para o controle dos líquidos corporais é automaticamente ajustado para manter a pressão arterial acima da normal.

A angiotensina exerce diversos efeitos diretos que fazem com que os rins retenham sal e água. Um deles é a constrição das arteríolas renais, que diminuiu o fluxo sanguíneo pelos rins. Ocorre menor filtração de líquido pelos glomérulos para os túbulos. O lento fluxo sanguíneo reduz a pressão nos capilares peritubulares, o que provoca a rápida reabsorção de líquidos dos túbulos.

A angiotensina é também um dos mais potentes estimuladores da secreção de aldosterona pelas glândulas supra-renais, como discutiremos em relação à regulação dos líquido corporais e em relação á função das glândulas supra-renais. Quando o sistema renina-angiotensina é ativado, a intensidade da secreção de aldosterona em geral também aumenta e uma importante função subsequente da aldosterona é a de causar elevação acentuada da reabsorção de sódio pelos túbulos renais, elevando sua concentração no líquido extracelular. Desse modo, tanto o efeito direto da angiotensina sobre os rins quanto seu efeito por meio da aldosterona são importantes no controle da pressão arterial a longo prazo.

Uma das mais importantes funções do sistema renina-angiotensina é a de permitir que a pessoa ingira quantidades muito pequenas ou muito grandes de sal sem apresentar grandes variações do volume do líquido extracelular ou da pressão arterial. A pressão arterial elevada aumenta o fluxo sanguíneo pelos rins, reduzindo a secreção de renina para um nível muito mais baixo, e provoca, sequencialmente, a redução da retenção renal de sal e água a quase normalização do volume do líquido extracelular, e por fim, a quase normalização da pressão arterial. A pressão arterial elevada aumenta o fluxo sanguíneo pelos rins, reduzindo a secreção de renina para um nível muito mais baixo, e provoca, sequencialmente, a redução da retenção renal de sal e água a quase normalização do volume do líquido extracelular, e, por fim, a quase normalização da pressão arterial. O sistema renina-angiotensina é um mecanismo de feedback automático que contribui para a manutenção da pressão arterial em níveis próximos aos normais, mesmo quando a ingestão de sal é aumentada. Ao contrário, quando a ingestão de sal diminui até abaixo da normal, ocorrem efeitos opostos.

Ocasionalmente, ocorre um tumor das células justaglomerulares (células JG) secretoras de renina, secretando uma enorme quantidade dessa substancia, consequentemente, é formada uma quantidade igualmente grande de angiotensina II. Em todos os pacientes nos quais isto ocorreu, desenvolveu-se hipertensão grave. Quando grande quantidade de angiotensina é infundida continuamente em animais, durante dias ou semanas, também se desenvolve grave hipertensão a longo prazo.

Quando um dos rins é removido e um constritor é colocado na artéria renal do rim remanescente, o efeito imediato é a pressão muito diminuída na artéria renal após o constritor. Então, após segundo ou minutos, a pressão arterial sistêmica começa a se elevar, o que continua a acontecer durante muitos dias. A pressão em geral aumenta rapidamente na primeira hora, o que é seguido por uma elevação adicional mais lenta durante os dias seguintes. A hipertensão provocada desse modo é designada como hipertensão de Goldblatt de “rim úmido”, em homenagem ao Dr. Goldblatt, que foi o primeiro a estudar as características quantitativas importantes da hipertensão causada por constrição da artéria renal. A elevação da pressão arterial na hipertensão de Goldblatt é causada pelo mecanismo vasoconstritor da renina-angiotensina. Devido ao baixo fluxo sanguíneo pelo rim após a constrição aguda da artéria renal, grande quantidade de renina é secretada pelo rim. A secreção de renina aumenta até seu máximo, depois de

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