Três formas de exclusão social
Tese: Três formas de exclusão social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: henzoval • 25/5/2014 • Tese • 1.886 Palavras (8 Páginas) • 495 Visualizações
As três formas da alienação social
Podemos falar em três grandes formas de alienação existentes nas sociedades
modernas ou capitalistas:
1. A alienação social, na qual os humanos não se reconhecem como produtores
das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam
passivamente tudo o que existe, por ser tido como natural, divino ou racional, ou
se rebelam individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência,
podem mais do que a realidade que os condiciona. Nos dois casos, a sociedade é
o outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com
poder total ou nenhum poder sobre nós.
2. A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como
produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Em
nossas sociedades modernas, a alienação econômica é dupla:
Em primeiro lugar, os trabalhadores, como classe social, vendem sua força de
trabalho aos proprietários do capital (donos das terras, das indústrias, do
comércio, dos bancos, das escolas, dos hospitais, das frotas de automóveis, de
ônibus ou de aviões, etc.). Vendendo sua força de trabalho no mercado da
compra e venda de trabalho, os trabalhadores são mercadorias e, como toda
mercadoria, recebem um preço, isto é, o salário. Entretanto, os trabalhadores não
percebem que foram reduzidos à condição de coisas que produzem coisas; não
percebem que foram desumanizados e coisificados.
Em segundo lugar, os trabalhos produzem alimentos (pelo cultivo da terra e dos
animais), objetos de consumo (pela indústria), instrumentos para a produção de
outros trabalhos (máquinas), condições para a realização de outros trabalhos
(transporte de matérias-primas, de produtos e de trabalhadores). A mercadoriatrabalhador
produz mercadorias. Estas, ao deixarem as fazendas, as usinas, as
fábricas, os escritórios e entrarem nas lojas, nas feiras, nos supermercados, nos
shoppings centers parecem ali estar porque lá foram colocadas (não pensamos no
trabalho humano que nelas está cristalizado e não pensamos no trabalho humano
realizado para que chegassem até nós) e, como o trabalhador, elas também
recebem um preço.
O trabalhador olha os preços e sabe que não poderá adquirir quase nada do que
está exposto no comércio, mas não lhe passa pela cabeça que foi ele, não
enquanto indivíduo e sim como classe social, quem produziu tudo aquilo com seu
trabalho e que não pode ter os produtos porque o preço deles é muito mais alto
do que o preço dele, trabalhador, isto é, o seu salário.
Os meios de comunicação
Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais
do que todos os outros esses traços da indústria cultural.
Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A,
B, C e D) e a dos horários (a programação se organiza em horários específicos
que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais,
profissionais liberais, executivos -, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o
sexo).
Essa divisão é feita para atender às exigências dos patrocinadores, que financiam
os programas em vista dos consumidores potenciais de seus produtos e, portanto,
criam a especificação do conteúdo e do horário de cada programa. Em outras
palavras, o conteúdo, a forma e o horário do programa já trazem em seu próprio
interior a marca do patrocinador.
Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver,
diretamente, com o conteúdo e a forma veiculados. Ele o faz porque, nesse caso,
não está vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por
exemplo, que uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um
programa feminino, patrocinar concertos de música clássica; uma revendedora de
motocicletas, em lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode
patrocinar um programa sobre ecologia.
A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas,
ainda que não patrocinados por ele. Por exemplo, um banco de um governo
estadual pode patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente para
atrair clientes, mas pode, indiretamente, influenciar o conteúdo ve iculado pelos
noticiários. Por quê?
Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o
programa de auditório é muito elevada e interessa aos proprietários daquela rádio
ou televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao governo do
Estado ao qual pertence o banco, este pode
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