O LUCRATIVO NEGÓCIO COM O AR POLUÍDO
Por: xptosa • 4/8/2017 • Relatório de pesquisa • 1.415 Palavras (6 Páginas) • 399 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL
DISCIPLINA DE ECONOMIA
Professor
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O LUCRATIVO NEGÓCIO COM O AR POLUÍDO
Recife,
2017
HENK, Malte; SCHAEFER, Jürgen. Mercado do Carbono: o lucrativo negócio com o ar poluído. Revista Geo, São Paulo, p.97-109, jun. 2011.
O LUCRATIVO NEGÓCIO COM O AR POLUÍDO
Jorge Amaro da Silva
O artigo “Mercado de carbono: o lucrativo negócio com o ar poluído”, de Maslte Henk e Jürgen Schaefer trata da “comercialização” de carbono proposta na Conferência Climática de Kyoto, Japão, como forma de “compensar” os efeitos da poluição gerada pelos países desenvolvidos.
O Protocolo de Kyoto foi um tratado internacional, produto da Conferência Climática de Kyoto, com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global. Esse Protocolo teve como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento.
Discutido e negociado em Kyoto, no Japão, em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.
Se a intenção de criar um mercado de carbono foi impedir a “frenagem” do desenvolvimento e da geração de riquezas, no Brasil, tal mercado talvez não tenha sido assim tão vantajoso. O volume de carbono emitido por indústrias no Brasil – de veículos, usinas de eletricidade e outros cinco setores - cresceu mais depressa que a economia entre 1994 e 2005. Enquanto o PIB subiu 2,6% ao ano, em média, o lançamento de gases que favorecem o efeito estufa variou 3,4%, ou seja, o país está poluindo mais do que gerando riquezas. Os dados, de estudo encomendado pelo governo federal à entidade “Economia & Energia”, vão basear o inventário nacional de emissões. Com 91 milhões de toneladas lançadas à atmosfera em 2005, o Brasil ultrapassou tudo o que Áustria e Holanda, somadas, produziram. A entrada de termelétricas a gás e a carvão foi a maior responsável individual pelo resultado. O estudo exclui as emissões oriundas do desmatamento.
A revista GEO fez uma reportagem sobre esse produto tão propício à vida e tão devastador no processo de aquecimento da Terra. Essa reportagem foi direto no assunto sobre o negócio de créditos de Carbono e cita vários casos onde esse tratado está em concordância entre o ar que respiramos e o negócio envolvendo Euros e Dólares no mercado de ações. Fala das relações que interligam desde um usuário de eletricidade na Alemanha até uma simples pessoa morando na África, a um diretor da empresa de energia elétrica alemã, responsável por uma quantidade enorme de emissão de CO2. O artigo mostra que todo esse trabalho de fabricar energia despejando toneladas e mais toneladas de CO2 no ar tem um preço, só que esse preço não chega aos pés do valor verdadeiro que deveria ser.
Para a RWE, empresa de energia elétrica alemã, a poluição é uma questão de preço. No fechar das luzes na última reunião em Kyoto, já quando tudo parecia fracassar nas negociações para diminuição da emissão de CO2 na atmosfera, os representantes que estavam presentes nesse pequeno grupo de delegados das nações aprovaram um acordo feito às pressas na qual os países industrializados poderiam comercializar as emissões, ou seja, poderiam comprar a isenção do compromisso de emitir menos dióxido de Carbono - CO2. Nessa noite foi inventado o comércio global de emissões de Dióxido de Carbono, o chamado MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, ideia posta na mesa pelo então presidente dos Estados Unidos (Bill Clinton) que na verdade queria se isentar da culpa sobre a emissão do gás. Dessa forma, empresas como a RWE pode poluir desde que pague por isso e utilizem algumas medidas “compensatórias”. No caso da RWE, sua compensação seria distribuir fogões à lenha mais econômicos para famílias de baixa renda na Zâmbia.
Alguns valores do mercado de carbono são empregados também para plantio de árvores. A supervisão de área plantada é feita por imagem de satélites de áreas antigas e novas para garantir o não desmatamento. As empresas que emitem carbono e “fornecem” fogões à lenha para moradores da Zâmbia, por exemplo, devem se assegurar de que as lenhas utilizadas nos fogões sejam de madeira de reflorestamento. Assim, os moradores de Zâmbia diminuem suas quantidades de emissão de CO2 para que os alemães possam aumentar as suas.
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