Sistema Nervoso Autônomo
Por: Valb • 4/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.402 Palavras (6 Páginas) • 363 Visualizações
[pic 1]
Universidade Federal de Minas Gerais
Programa De Graduação Superior Tecnologia em Radiologia
Valdenice C. Martins
FISIOLOGIA E BIOFÍSICA
Belo Horizonte
2015
Em relação ao sistema nervoso autônomo: por que não se pode generalizar e dizer que as ações dos sistemas simpático e parassimpático são antagônicas?
O sistema nervoso autônomo é formado por dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral, ele está relacionado ao controle e comunicação interna do organismo. Há uma ampla interação entre os sistemas somático e autônomo que tem como função a interação do organismo com o meio externo, e sistema nervoso visceral, que é formado pelo conjunto de estruturas que se ocupam do controle do meio interno. O principal grupo de funções reguladas pelo sistema somático é a locomoção e a comunicação na superfície da pele, enquanto que o sistema nervoso autônomo está baseado no controle de vasos sangüíneos, vísceras e glândulas. Esse sistema participa do controle funcional de diversos órgãos, como intestino, a contração do músculo cardíaco, as secreções do músculo cardíaco, as secreções dos órgãos do sistema digestivo e outras atividades involuntárias ele é dividido em sistema simpático e sistema parassimpático.
Podemos dizer que de um modo geral o sistema nervoso autônomo, se refere aos sistemas nervosos simpático e parassimpático, alem de ter outra subdivisão, considerada como integrante do sistema nervoso autônomo que é o sistema nervoso entérico. Este sistema nervoso pode ser visto como uma parte integrante do sistema motor, mas ao invés dos músculos esqueléticos, os efetores do sistema nervoso autônomo são a musculatura lisa, o músculo cardíaco e as glândulas sendo que uma de suas principais funções é a manutenção do ambiente interno que é o que chamamos de manutenção da homeostase, ou seja, quando estímulos internos sinalizam a necessidade de uma determinada regulação, o sistema nervoso central ativa o sistema autônomo, que realiza as ações compensatórias.
Os sistemas são compostos de uma parte aferente e outra eferente a aferente do sistema nervoso visceral é a que conduz os impulsos nervosos originados em receptores viscerais até as áreas específicas do sistema nervoso central, e a eferente propaga impulsos a partir de certos centros nervosos até as estruturas viscerais e recebe denominação específica de sistema nervoso autônomo que é responsável pela parte involuntária, destinando-se aos músculos, liso e estriado cardíaco, e para certas glândulas, que são, em grande parte, dependentes desse controle, ele é dividido em dois componentes: o simpático e o parassimpático, eles mantêm relações recíprocas, tendo suas funções complementares entre si.
Os sistemas nervoso, simpático e parassimpático contem diferenças em diversos fatores. Vamos falar aqui de alguns: diferenças anatômicas que no sistema simpático é toracolombar, que são formadas pelos corpos pré-ganglionares que são encontrados na medula torácica e na lombar pelos axônios que são curtos, e passam pela raiz anterior da medula, unindo-se aos nervos espinhais, ou seja, o gânglio está perto da medula e o parassimpático, é um sistema craniossacral, cujos corpos são encontrados em núcleos do tronco encefálico e da medula sacral e os axônios são longos, pois precisa fazer sinapse com o neurônio pós-ganglionar que o corpo está localizado ou no troncoencefálico ou na medula sacral. Temos também as diferenças neuroquímicas que se referem ao neurotransmissor envolvido na transmissão sináptica nele são encontrados neurotransmissores diferentes, a noradrenalina presente nas terminações simpáticas, e a acetilcolina nas terminações parassimpáticas. Elas podem ser importantes para o estudo de psicofarmacologia, pois permite a aplicação das drogas, onde as parassimpaticomiméticas simulam a ação do parassimpático e as drogas simpaticomiméticas simulam a ação do simpático. Vamos falar também das diferenças fisiológicas que estão relacionadas com as suas ações sobre os diferentes órgãos, onde a ação do simpático é mais generalizada e aumenta em momentos de maior gasto de energia, e a ação do parassimpático é mais localizada e ocorre predominantemente nos momentos de assimilação e de restituição de reservas energéticas. Dentre estas diferenças podemos observar o controle motor intrínseco do olho, nele o simpático, produz à dilatação da pupila, o parassimpático produz a contração da pupila. Existe também o controle sobre a função digestiva que no simpático surge em casos específicos e patológicos como em casos de ansiedade inibindo o peristaltismo podendo causar constipação intestinal, já a função normal exige apenas a ação do parassimpático que aumenta a atividade global do tubo digestivo, aumentando simultaneamente o peristaltismo e as secreções digestivas. Nos efeitos sobre a Fisiologia Cardiorrespiratória no coração, o simpático aumenta a frequência dos batimentos cardíacos e a força da contração ventricular e o parassimpático diminui a frequência dos batimentos cardíacos, no aparelho respiratório, o simpático aumenta a frequência respiratória e aumenta a oxigenação pulmonar e sanguínea pela dilatação dos brônquios, e o parassimpático produz bronco constrição, que é a diminuição do diâmetro interno dos brônquios. Podemos ver no controle dos vasos sanguíneos e da pressão arterial sistêmica que na estimulação simpática aumenta a propulsão cardíaca do sangue e a resistência ao fluxo em várias partes do organismo, podendo aumentar a pressão e no parassimpático dilata alguns vasos em áreas restritas, como na face, causando hiperemia típica do rubor facial. No controle da formação de urina e micção vemos que o parassimpático promove a micção, através da bexiga contraindo a musculatura e relaxando o esfíncter uretral, já o simpático inibe a micção, tendo o efeito contrário. Vemos no controle das secreções das cavidades faciais e da sudorese que o parassimpático promove salivação com secreção fluida, abundante e rica em enzimas digestivas, controla também as glândulas lacrimais e paranasais, relacionado com o lacrimejamento e coriza e o simpático promove saliva mais espessa, menos abundante e rica em muco, cuja função é evitar o ressecamento da boca, ligadas também às glândulas sudoríferas, responsável pela sudorese. No controle da secreção do hormônio adrenalina o sistema simpático estimula a secreção de adrenalina com função de ampliar em intensidade e duração. A adrenalina e noradrenalina são liberadas ao mesmo tempo em que os diferentes órgãos são estimulados pelo sistema simpático, sendo assim, há uma somação de estímulos sobre os órgãos alvo, ou seja, eles são diretamente estimulados pelo sistema simpático e, indiretamente, pelas catecolaminas medulares adrenais a diferença entre a estimulação simpática e parassimpática está no tempo de duração, a estimulação promovida pela acetilcolina dura cerca de 5 a 10 vezes mais que a estimulação adrenérgica do simpático. Em relação às funções sexuais, o parassimpático está envolvido com o preparo do organismo para a realização do ato sexual, como por exemplo, a ereção e estimula todas as glândulas exócrinas que liberam fluidos que facilitam o coito e a fertilização, já o simpático é responsável pela contração rítmica das vias espermáticas durante a ejaculação e pela contração da vagina e do útero durante o orgasmo feminino.
Podemos dizer então que o sistema nervoso autônomo, é composto por duas porções distintas: Simpático e Parassimpático, cujas ações são antagônicas(opostas), sobre os órgãos que enervam, este sistema atua normalmente em simultâneo equilíbrio entre a força de ação de cada uma delas que nasce da extrema capacidade regulatória do sistema nervoso central , essas ações estendem-se a diversos domínios do nosso organismo
...