A INVESTIGAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO SEDENTARISMO EM CRIANÇAS DE 12 A 13 ANOS
Por: LIPEconde • 8/8/2018 • Trabalho acadêmico • 6.447 Palavras (26 Páginas) • 467 Visualizações
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
DIEGO DOS SANTOS
FILIPE CONDE DE SOUSA
A INVESTIGAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO SEDENTARISMO EM CRIANÇAS DE 12 A 13 ANOS
Mogi das Cruzes
2017
INTRODUÇÃO
Desde o século passado, a tecnologia vem sendo introduzida na nossa sociedade de forma exorbitante e exagerada, tais avanços apresentam grande influência no comportamento do ser humano dos dias atuais. Aparelhos eletrônicos, internet, computadores, videogames, entre outros gadgets, são cada vez mais presentes no cotidiano da criança e ocupam cada vez mais seu tempo livre.
Frente a esse cenário, podemos observar que a tecnologia agiu como ferramenta essencial para o desenvolvimento mundial, trazendo diversos benefícios e avanços que outrora eram inimagináveis, contudo, o uso exagerado dela trouxe também aspectos negativos, principalmente ligados à saúde. A tecnologia foi criada para facilitar a vida das pessoas, de fato, ela auxilia de diversas maneiras no cotidiano, economizando tempo e sendo uma ferramenta importante nas ações do dia a dia. Em contrapartida, pode agravar o avanço do sedentarismo, tornando as pessoas ainda mais inativas e propensas às doenças (GUALANO; TINUCCI, 2011). O uso indiscriminado da tecnologia pode impedir o desenvolvimento e amadurecimento afetivo, físico, cognitivo e social das crianças (PAIVA; COSTA, 2015).
O estilo de vida da atual geração tem ocasionado uma mudança significativa na saúde e no desenvolvimento físico, psíquico e motor das crianças e dos jovens. As crianças tinham práticas mais saudáveis ao brincar de pega-pega, esconde-esconde, jogar futebol, e hoje elas estão imersas no mundo virtual e tecnológico (GARMES e MOURA, 2004). Tal fato é o enfoque de nossa pesquisa: investigar a tecnologia como forte colaboradora da diminuição na taxa de atividade física (AF) na vida da criança.
A investigação quanto à influência que a tecnologia pode promover na vida de escolares tem sido recorrente, como demonstram os trabalhos de Paiva e Costa (2015), Gulano; Tinucci (2011), Silva (2007) entre outros, visto que, cada vez mais, tem-se comprovado que a falta de AF é um dos fatores para o aumento da obesidade infantil, e que esta falta de atividade pode relacionar-se ao uso e consumo abusivo de tecnologia.
A AF é conceituada como: a totalidade de movimentos executados no contexto do esporte, da aptidão física, da recreação, da brincadeira, do jogo e do exercício. Num sentido mais restrito é todo movimento corporal, produzido por músculos esqueléticos que provoca um gasto de energia. (BARBANTI, 2003). Partindo desse princípio, podemos então correlacionar o uso dos aparelhos eletrônicos, de maneira geral, a um esforço mínimo realizado pela criança, não atingindo um gasto energético considerável para AF.
Sabemos que uma das consequências do uso exagerado da tecnologia é o aumento da taxa de sedentarismo. Para Sousa (2006), Carvalho et al. (1996) e Mattos et al. (2007) o sedentarismo é definido como a diminuição da atividade física habitual, onde os progressos tecnológicos e culturais ganharam espaços, e o ser humano passou a gastar menos calorias por semana, em esforço físico, para realizar as atividades diárias tais como: limpar casa, caminhar até o trabalho, subir escadas, entre outros.
A obesidade tem sido caracterizada pelo aumento do tecido adiposo e do peso corporal (GIUGLIANO ; CARNEIRO ; 2004). Baixos níveis de AF podem acarretar o sedentarismo, que, por sua vez, pode ser determinante na causa de doenças crônicas como a obesidade, portanto, uma vez que a obesidade é facilitadora de doenças metabólicas, as crianças que não se movimentam tem maior probabilidade de adquirir diabetes, problemas cardíacos, pressão alta ou colesterol alto. É importante identificá-la, uma vez que os portadores dessa condição apresentam risco aumentado de morbilidade e mortalidade. Na atualidade, a obesidade se coloca de maneira prioritária para intervenção, em nível individual e na comunidade, como um problema de nutrição em saúde pública (WHO, 1998).
A OMS possui um padrão de crescimento para crianças (WHO Child Growth Standards Median), e considera a obesidade infantil quando a criança de até cinco anos ultrapassa dois pontos de desvio desse padrão, e quando a criança de cinco até dezenove anos ultrapassa um desvio de três pontos do padrão. (WHO 2016)
Um dos espaços em que a prática da AF deve ser promovida é a escola. A Educação Física Escolar tem papel fundamental no processo de prevenção do sedentarismo e de promoção da qualidade de vida. Na maioria das vezes, o único lugar que a criança tem a oportunidade de praticar AF é dentro da escola. Percebe-se, então, a importância da escola para a prática de atividades e adoção de hábitos saudáveis na infância. Segundo Rycerz (2013), quando crianças e adolescentes adotam a prática regular de exercícios físicos desde cedo, eles têm mais chances de ter uma vida adulta ativa.
Em crianças e adolescentes, um dos principais fatores que corrobora para o excesso de peso corporal é o comportamento sedentário, com o tempo excessivo gasto em frente à televisão ou ao computador, uso de equipamentos tecnológicos ou mesmo a acessibilidade a utensílios eletrônicos como demonstra o estudo de Pimenta (2001), além de deslocamentos menos ativos, a tendência de sedentarização torna-se aumentada. Vale ressaltar que algumas pesquisas epidemiológicas concluíram que as crianças que assistem à televisão por períodos maiores que duas horas por dia, apresentam maiores chances de sobrepeso e/ou obesidade (SILVA et al., 2007).
Objetivo geral:
Investigar se há relação entre o excesso de uso de tecnologia com a taxa de sedentarismo em escolares de 12 a 13 anos de idade.
Objetivos específicos:
- Mensurar os níveis de atividade física nas crianças investigadas através do protocolo PAQ-C.
- Descobrir a frequência de uso de tecnologia pelas crianças estudadas.
- Correlacionar os dados obtidos para analisar se a incidência de sedentarismo está relacionada com mais frequência nas crianças que fazem um maior uso de tecnologia.
METODOLOGIA
Durante o presente estudo faremos uma pesquisa qualitativa e quantitativa, buscando um resultado mais completo acerca do tema abordado por nós pesquisadores. A pesquisa qualitativa preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser diretamente quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Para Minayo (2001) a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. E segundo Fonseca (2002) diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados e se centram na objetividade. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.
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