A Prática do Basquete
Por: Vinicius Candido • 10/7/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.620 Palavras (7 Páginas) • 321 Visualizações
INTRODUÇÃO
Movimentar-se seria uma questão de predominante necessidade para o ser humano e em pouco tempo sairíamos da inabilidade para habilidade, e novamente, para a inabilidade, na idade avançada (KRETCHMAR, 2000). Em uma rotina diária as qualidades motoras são colocadas à prova constantemente. Do primeiro momento de liberdade do bebê ao engatinhar até as séries de piruetas no ar inimagináveis das atletas de patinação no gelo. Andar, correr, saltar, manipular objetos utilizando a coordenação motora fina, são movimentos essenciais.
A prática esportiva necessitaria de habilidades motoras adequadamente definidas para que houvesse uma perfeita execução nos fundamentos do esporte. A vivência possibilitaria o desenvolvimento dessas capacidades. Assim sendo, quanto mais cedo se procura essa vivência, mais rápido o aluno consegue atingir um nível satisfatório, e em alguns casos, um nível de excelência no esporte.
O basquete seria um esporte coletivo que possibilitaria o desenvolvimento motor, desde que praticado de forma adequada e, portanto, com a orientação de um profissional qualificado. Esse profissional sempre terá que levar em consideração as limitações físicas (genotípicas) e a maturidade emocional do aluno. O esporte referido, como os demais, tem como base a coordenação motora que, aos poucos, leva ao equilíbrio e a movimentos mais complexos, além das questões aeróbicas e musculares.
O desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento motor ao longo da vida, proporcionado pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente (GALAHUE e OZMUN, 2005). Essa aprendizagem motora no basquete é baseada em atividades pedagógicas específicas, e de forma separada do elemento tático, que se mostra um momento muito importante na modalidade. Apesar dessa especificidade, os exercícios de arremesso, passes, dribles e outros não fariam sentido sem organização tática. O objetivo desse estudo foi estimar mudanças qualitativas e quantitativas das ações motoras que o basquete proporciona.
MATERIAIS E MÉTODOS
Além disso, há o interesse em buscar hipóteses que consigam explicar essas mudanças. Para essa pesquisa, foram analisadas três crianças do sexo masculino de dois anos (G1); três crianças do sexo masculino entre quatro e cinco anos (G2) e mais três meninos entre 11 e 12 anos (G3). Também foram utilizadas sete bolas de basquete e duas tabelas, em uma quadra polivalente, visando o desenvolvimento dos seguintes exercícios:
- Quicar a bola enquanto anda: o participante caminhou em linha reta quicando a bola por uma distância de 3 metros, para as crianças de dois anos; a distância de 4 metros, para as crianças entre quatro e cinco anos, e 5 metros para os meninos de 11 e 12 anos. Lembrando que todas as crianças, em seu nível intelectual, tem familiarização com o basquete;
- Andar lateralmente: o participante caminhou lateralmente por uma distância de 3 metros, para as crianças de dois anos; a distância de 4 metros, para as crianças entre quatro e cinco anos, e 5 metros para os meninos de 11 e 12 anos;
- Andar (saltitos ou leve corrida) para trás: o participante caminhou em linha reta de costas por uma distância de 3 metros, para as crianças de dois anos; a distância de 4 metros, para as crianças entre quatro e cinco anos, e 5 metros para os meninos de 11 e 12 anos.
DISCUSSÃO DE RESULTADOS
No Exercício Quicar a Bola (Tabela 1), somente G1 apresentou alta variabilidade, Coeficiente de Variação > 20,00%, então para este grupo a caracterização de desempenho foi dada por 2,00 pontos ± 65,47%, enquanto que nos demais, os resultados foram similares, 3,67 ± 0,58 pontos.
Tabela 1: Resultados Descritivos do Exercício Quicar a Bola
Estatística | G1 | G2 | G3 |
Média | 2,33 | 3,67 | 3,67 |
Desvio-padrão | 1,53 | 0,58 | 0,58 |
Mediana | 2,00 | 4,00 | 4,00 |
Coeficiente de Variação | 65,47 | 15,75 | 15,75 |
Entre as crianças do G1, houve poucos passos sequenciais na linha tracejada, apenas um voluntário, visivelmente com desenvolvimento motor mais apurado foi capaz de, simultaneamente, andar e quicar a bola. Enquanto, os outros apenas quicavam a bola e somente após o comando de voz andavam. Associado a tal quadro, a rigidez corporal se fez presente nas três crianças, sem nenhum movimento auxiliar ajudando o movimento principal, os passos foram bastante curtos, com os pés virados para fora e os joelhos flexionados. Percebeu-se ainda que os olhos ficaram, constantemente, focados na bola. Em alguns momentos, fora da linha tracejada, o indivíduo mais habilidoso, conseguia correr e quicar, enquanto os outros apenas com a atenção voltada ao quique e, sempre após o comando, eles andavam. As crianças não batiam a mão no meio da bola, com isso elas não se mantinham em linha reta. Imperativo foi destacar, que a realização do exercício divergiu da proposta de Gallahue (2005), para quem as crianças deveriam ter utilizado ambas as mãos para quicar a bola, o que não ocorreu.
Para os meninos do G2 esse exercício teve duas observações comuns entre os participantes: a curvatura muito acentuada do tronco e a força no momento de contato com a bola. O primeiro participante ficou muito atento ao toque na bola para que não saísse da linha marcada. A preocupação do segundo e terceiro foi de terminar o percurso mais rápido, mesmo solicitando que fizessem o exercício mais uma vez. Ainda não há o controle total nos quiques já que a força é inconsistente entre cada drible. Apesar de GALLAHUE informar que em suas avaliações, o estágio elementar sugere tapas subsequentes na bola para quicar, não foi visualizado esse momento nos três participantes.
Por estarem em uma fase bem mais avançada que os meninos do estágio anterior, os participantes do G3 não tiveram dificuldades nesse exercício proposto. Os movimentos foram bem relaxados, com uma completa compensação na movimentação dos braços, o ato de quicar a bola foi feito com muito mais equilíbrio dinâmico e de força, batendo com a mão espalmada no meio da bola em todas às vezes. Uma consideração que diferenciou os três participantes foi o fato de, em alguns breves momentos, o primeiro não olhou para a bola ao quicar enquanto que os outros mantiveram o olhar atento.
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