AS PRÁTICAS CORPORAIS E EDUCAÇÃO FÍSICA: QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
Por: Andréia Oliveira Santos • 23/8/2020 • Pesquisas Acadêmicas • 4.225 Palavras (17 Páginas) • 300 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEAD ESPECIALIZAÇÃO EM GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO
EURIDES OLIVEIRA RODRIGUES ROCHA
PRÁTICAS CORPORAIS E EDUCAÇÃO FÍSICA:
QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
2020
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EURIDES OLIVEIRA RODRIGUES ROCHA
PRÁTICAS CORPORAIS E EDUCAÇÃO FÍSICA:
QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
Projeto de Intervenção apresentado como requisito básico para a conclusão do Curso de Especialização em Gênero e Sexualidade na Educação – UFBA.
Orientadora: Profa. Ma. Vanessa de Santana Santos
VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
2020
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 4
JUSTIFICATIVA 5
OBJETIVOS 6
OBJETIVO GERAL 6
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 6
REFERENCIAL TEÓRICO 6
METODOLOGIA 10
CRONOGRAMA 11
RESULTADOS FINAIS 11
REFERÊNCIAS 14
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APRESENTAÇÃO
Este projeto surgiu da necessidade de estudar mais profundamente as práticas corporais1 realizadas pelos alunos nas aulas de Educação Física. Dentro do contexto da diversidade sexual e de gênero, inquietações acerca de como lidar com tal diversidade dentro das práticas corporais em sala de aula surgiram quando cursei o Magistério 1987 e perpassaram a graduação em Educação Física, pela (UEFS), em 2006, me conduzindo ao curso de Especialização em Fundamentos Políticos Sociais da Educação UESB/Museu 2009, até chegar à linha de pesquisa da Diversidade Humana, através da especialização na linha de gênero e sexualidade na educação.
Ao trabalhar em duas escolas municipais, em salas de 40 a 50 alunos, com quinze turmas de 10 a 17 anos (fundamental II), percebi diversas dificuldades em relação às práticas corporais, uma vez que o ensino regular apresenta um currículo heteronormativo, sexista, dentre outros marcadores sociais, onde prevalece o binarismo (masculino e feminino) estabelecendo assim padrões aos quais os alunos devem adequar-se para serem aceitos pelo sistema educacional. Há que se questionar sobre a construção de sujeito baseada em sua vivência durante as práticas educativas que são reproduções de toda uma trajetória social e histórica. Ao problematizar questões de gênero e sexualidade, pretende-se por investigar a respeito da formação do professor de Educação Física e suas ações no ambiente escolar no que se refere ao gênero e à sexualidade dos alunos.
Sabe-se que trabalhar na sala de aula com a diversidade humana é um grande desafio. No cotidiano das escolas onde trabalhei e trabalho, percebo a naturalização que existe com os preconceitos de raça, gênero e orientação sexual. Ao se pensar em tais questões, propõe-se um questionamento sobre as relações de gêneros e sexualidade que estão presentes nas aulas de Educação Física, direta ou indiretamente, a fim de manter um diálogo entre a formação docente e a prática nas escolas. Para tanto, é necessário a aplicação de um projeto de intervenção, visando compreender de que forma tais questões são trabalhadas nas aulas de educação física pelos professores e como estas são observadas pelos alunos.
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1 Grando define práticas corporais “(...) entendendo-as como práticas sociais que associam a tecnologia a estéticas corporais específicas para manifestar no corpo e com o corpo os sentidos e significados da beleza, da alegria, da religiosidade, da moral, de determinado grupo étnico e que possibilitam a construção de um ‘ideal de pessoa’. As práticas corporais, portanto, são manifestações culturais. Essas manifestações são explicitadas nos movimentos corporais identificados como dança, jogo, formas de exercitar, luta, competições esportivas etc. Essas práticas corporais expressam uma educação específica do corpo que por sua vez explicitam a concepção de pessoa em cada sociedade”. (2006, p.32).
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JUSTIFICATIVA
As interações sociais presentes nas aulas de educação física das escolas demonstram claramente que existem fronteiras estabelecidas entre os gêneros durante as práticas presentes nestas aulas. Sabemos que a construção de comportamentos sociais considerados femininos ou masculinos perpassa por símbolos, práticas, discursos e representações que atribuem lugares sociais aos sujeitos. Ao pensar nas relações sociais entre os sexos, há que se considerar não só uma perspectiva biológica, mas também todas as subjetividades presentes nas construções sociais, que estabelecem papéis predefinidos aos homens e às mulheres.
A escola é considerada um dos principais espaços de formação e socialização dos sujeitos, porém nem sempre se mostrou plenamente capaz de lidar com questões relacionadas
- sexualidade e à orientação sexual. Esta dificuldade em lidar e abordar claramente tais questões acaba por prejudicar o aprendizado, o desenvolvimento social e o bem estar dos estudantes, impedindo que a escola venha a desempenhar satisfatoriamente sua função social e contribua para o desenvolvimento de uma sociedade na qual haja respeito e valorização da diversidade.
Ao compreender que as potencialidades dos alunos colocam o professor numa posição constante de desafio em relação a que postura adotar com os mesmos, sabemos que tal relação requer uma mudança de pensamentos e atitudes, o que leva o profissional da educação a se questionar acerca de suas condutas e práticas pedagógicas. Através de situações vividas nas aulas de educação física, o professor percebe a necessidade de uma maior investigação acerca dos processos de subjetivação, das relações de gênero e sexualidades que estão presentes nas aulas de Educação Física.
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