As Noções básicas do funcionamento hormonal
Por: Braga27 • 23/4/2018 • Artigo • 3.391 Palavras (14 Páginas) • 213 Visualizações
Mini guia de rendimento feminino – Módulo I
Antes de começar este guia, quero deixar uma coisa bem clara aqui. Algumas coisas que eu irei escrever, podem ser comprovadas com artigos, outras com fisiologia básicas, mas terão algumas que serão apenas MINHA OPINIÃO. Não quero que isso se torne uma verdade absoluta em nenhuma parte do desenvolvimento, pois muitas das coisas que aqui serão escritas fazem parte da minha experiência como treinador, logo poderão haver algumas divergências com a opinião de alguns, até mesmo com a opinião da ciência, mas é a minha verdade, é o que EU ponho em prática. Outra coisa, certos assunto não serão abordados na íntegra, como doses de alguns ergogênicos, métodos de preparação de atletas, entre outros.
Eu não sou médico, eu não sou nutricionista, sou apenas um estudante de educação física. No mais, espero que tenham uma boa leitura!
1. Noções básicas do funcionamento hormonal
Bom, como todos sabemos, as mulheres possuem interações e feedbacks hormonais diferentes dos homens, algo óbvio. Sendo assim, hormônios não só sexuais como também os que atuam no metabolismo sofrem grandes alterações no decorrer da vida feminina. Puberdade, fase adulta, menopausa, entrada na 3° idade, fases da vida feminina que deixam seus perfis hormonais completamente diferentes, na maioria das vezes extremamente bagunçados causando stress, ansiedade, descontrole racional, compulsividade, etc.
Os hormônios sexuais principais nas mulheres são o estradiol e progesterona, sendo os responsáveis pela fertilidade feminina. A testosterona tambem está presente em níveis extremamente reduzidos, tendo a função básica da testosterona, claro, e ajudado no famoso “estirão” dado na puberdade. Alguns outros hormônios que atuam direta e indiretamente na função sexual da mulher são ocitocina, prolactina, LH e FSH. A fase de puberdade é uma das piores fases falando em descontrole hormonal, neste momento a mulher tem o aumento drástico de estradiol para que dê incío ao período fertil da vida. É nessa época que se encontram as piores alterações de humor, ansiedade, crises existenciais, etc.
O estradiol mesmo sendo um dos hormônios principais da mulher, em níveis elevados podem causar malefícios DIRETOS no organismo, diferentemente da testosterona, que em níveis altos causa malefícios indiretos (no homem). O estradiol é um hormônio cancerígeno, tendo ações em muitos tecidos, até mesmo nos cerebrais. Em níveis normais (nível normal vai depender de N fatores do índividuo em questão) o estradiol age beneficamente na densidade capilar, densidade óssea, perfil lipidico, proteção hepática e proteção cardiovascular. Alguns efeitos colaterais palpáveis do estradiol em níveis altos são retenção, celulites, humor alterado, libido alta e pele mais oleosa, justamente o que ocorre na fase inicial da mentruação, que é onde o estradiol se encontra nos seus níveis mais altos.
A progesterona é um hormônio diretamente ligado a fecundação, sendo responsável por varias funções importantes para a reprodução humana, mas não irei me aprofundar muito nesse assunto.
Os hormônios tireoideanos são responsáveis basicamente pela regulação do metabolismo no corpo, sendo os principais T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina). Alguns relatos (inclusive o meu) se mostram positivos no uso do T2 (diiodotironina) tanto na questão do aumento do metabolismo quanto nos efeitos colaterais. Também temos os hormônios TSH e TGB, responsáveis pela autoregluação da tireoide.
Os hormonios tireodeanos são produzidos por folículos que por todo o tempo útil sintetizam uma proteína chamada tireoglobulina, onde são formados e armazenados os hormônios tireodeanos. Essa proteína é formada por uma cadea de aminoácidos de tirosina. Para uma normal produção de T4 e T3, não basta apenas uma boa produção de tireoglobulina, o íon iodeto é de fundamental importância para a fabricação dos mesmos.
Os hormônios tireodeanos não atuam somente no metabolismo, também tem atuações no sistema respiratório, cardiovascular, neuro-muscular, digestório, edócrino e reprodutor.
2 Introdução ao sistema hormonal feminino
2.1 Período menstrual
No ambito de puro rendimento na musculação, o perídodo menstrual vai limitar apenas pela questão psicológica gerada pelo desbalanço hormonal, pois os níveis hormonais na época não são elevados num tempo suficiente para perda de resultados. Eu sou a favor de que a menstruação não é algo NECESSÁRIO à mulher, mesmo isso sendo tratado de forma polêmica, eu encaro como uma questão de escolha. Estar sempre com os níveis hormonais padronizados e até mesmo otimizados co a regulação exógena, não ter tpm, não ter as complicações que toda mulher tem no período menstrual, manter sempre um nível ótimo de rendimento, e ainda assim poder ter filhos futuramente, pra mim não soa uma má ideia, porém necessita de responsabilidade e conhecimento do sistema endócrino pra não acabar fazendo bobagem, não e qualquer um que consegue fazer uma regulação assim, nem muito menos é barato.
2.2 Tireóide
A suplementação da tireóide é de fato essencial para um bom desenpenho na queima de gordura, principalmente quando falando na mulher, onde seu metabolismo por natureza é mais lento. L-tirosina, lugol e selênio são armas poderosíssimas na manutenção do funcionamento da tireóide, a ingesta correta de minerais também tem sua imporância. A tireóide tem efeito direto na calcificação do ossos com a ação do PTH e calcitonina, sendo um dos agravantes de osteoporose, o hiperparatireoidismo, que evita a hipocalcemia ocorrente de uma dieta deficiente em cálcio e vit D.
Sendo assim, a tireóide tem de estar entre as principais preocupações pelas mulheres, pois com os níveis de estradiol baixos na fase de menopausa, a densidade óssea é defasada, logo uma tireóide saldável pode atenuar ou até mesmo evitar problemas futuros.
2.3 Rotina de exames
Se formos avaliar os exames como um todo, as importâncias seriam praticamente as mesmas que com os homens, porém (não tão lógico como parece) a interpretação dos mesmos é diferente.
Cuidados que eu avalio como especiais: tireóide, hormônios sexuais no geral (diretos e indiretos), perfil lipidico, perfil hematócrito, perfil hepático e cardiovascular. Sendo mais específico, aqui vai alguns exemplos de exames que sempre peço: t4 livre e total, tsh, t3 livre e total, cortisol, vitamina D, colesterol total e frações, homocisteína, CRP, testosterona livre e total, shbg, estradiol, prolactina, triglicérides, ácido úrico, creatinina, insulina, hemoglobina glicada, glicemia, gama GT, fosfatase alcalina, tgo, tgp, CPK e frações.
A interpretação correta destas taxas podem ditar a melhoria no rendimento e na saúde e para que essa interpretação seja feita corretamente, quem avalia necessita conhecer bem os fatores externos e intenos da tal. Cada indivíduo tem uma interpretação diferente nos exames, ou você acha que uma usuária de Aes orais vai ter níveis de tgo e tgp baixos? Jamais. Já vi casos de TGO em 400-800ng/dl, sem haver lesão hepática alguma, inclusive esse é um dos fatos de não se avaliar TGO e TGP isoladamente, eles não ditam muita coisa além da síntese protéica hepática. Marcadores ótimos para lesão hepática são GGT e FA.
O perfil lipídico deve ser avaliado juntamente com as taxas inflamativas (homocisteína e CRP), uma vez que elas em ótimos níveis, o grau de LDL poderá não ser preocupante. Outra coisa importante é avaliar o que a indivídua está utilizando com relação aos ergogênicos no geral para não se preocupar atoa com alterações leves nos exames, tem certas taxas que sobem com o uso de algumas substâncias, mas logo ao cessar o uso elas caem, como no caso do uso de stano e as transaminases.
Os exames devem ser repetidos de acordo com o perídodo em que se encontra, se em ciclo, tpc, blast, cruise, ou natural. Quem dita isso são os ergogênicos usados, os treinos, a dieta e até mesmo o ambiente externo vivido pela pessoa.
3. Regulação hormonal
Toda ação provoca uma reação/adaptação, isso serve para qualquer coisa no mundo. O corpo sempre vai tentar buscar a homeostase, SEMPRE, mesmo que esteja com seu eixo desligado, ele vai tentar ligar de novo, basta o estímulo endógeno ser maior que o exógeno. Sabendo disso, a regulação hormonal feminina tem de ser feita com cautela em suas cascatas de efeito, pois um deslize pode provocar problemas sérios como viriliação por exemplo. O uso de testosterona como TRH em mlheres está sendo mais popularizado, mulheres que buscam qualidade de vida e rendimento mesmo depois da menopausa, ou já fazem essa escolha antes mesmo dela acontecer. O tratamento com testosterona é acompanhado também de estradiol e progesterona, os três principais hormônios sexuais. Com o total controle dos três, é possível trazer diversos benefícios como queima de gordura, melhoria na libido drástica, aumento de massa magra e longevidade. Normalmente o tratamento é feito com gels bioidênticos, podendo ter um maior controle das taxas hormonais. No âmbito de puro rendimento, agumas mulheres optam pelo uso da testosterona isoladamanete, mas efeitos adversos virão sem dúvida como crescimento clitoriano, crescimento de pelos, voz rouca, os mesmos colaterais advindos do uso continuo de esteróides.
A regulação hormonal também pode ser feita a nível tireoidiano, com o uso de levotiroxina sódica (T4) e/ou di/triiodotironina (T2/3), sendo este último usado com mais cautela pelo fato da supressão de produção endógena brusca. O uso do T4 sozinho em doses elevadas com intuito de melhoria na queima de gordura não é tão eficaz quanto o uso de T2/3 pois como citado no ínicio do tópico toda ação provoca uma reação, logo a conversão de T4 em T3 além de não ser exata (estimasse 25%), o T3reverso pode subir para haver uma contraregulação. Você estará atrapalhando seu eixo endógeno para nada, podendo até piorar o caso. Se existe algum método confiável para saber se o T4 está se convertendo em T3 corretamente? Não posso afirmas, mas o mais usado é a temperatura corporal. Cerca de 0,5-1°c pela manhã é adicionado, mas repito, isso não é um teste confiável. Forte letargia também é um indício de grande conversão, mas não garante que o T3reverso não esteja agindo junto. A suplementação com selênio se mostra eficaz na conversão de T4 em T3, alimentos ricos em selênio são oleaginosas, cebola roxa e alguns outros. Normalmente na dieta mesmo já é adquirida uma quantidade boa de selênio.
Um dos pontos importantes a ser tratados no quesito regulação hormonal é o controle da libido. Não só os hormonios sexuais atuam neles como também a ocitocina e dopamina. Hormônios que além de melhoria na libido trazem bem estar, prazer (tanto sexual quanto pessoal), e alguns testes bem promissores como no tratamento de doenças psiquiátricas (esquizofrenia, autismo, abstinência, deoressão, etc). A ocitocina é vendida de forma livre nas farmácias, tendo também a versão veterinária, a dose é utilizada de acordo com as individualidades (mais uma vez), já os agonistas dopaminérgicos necessitam de receituário controlado, alguns deles são para o tratamento de parkinson, o que impede a venda livre. Um adendo para os agonistas dopaminérgicos é que eles causam uma certa “dependencia” por um curto período ao cessar o uso, depois tudo se normaliza, pois a dopamina tem uma facilidade maior que o normal de se regular sozinha.
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