Ensino as Abordagens do Processo
Por: caguiar • 18/9/2016 • Artigo • 1.170 Palavras (5 Páginas) • 530 Visualizações
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti: Ensino as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
De acordo com Mizukami (1986), algumas abordagens apresentam um referencial filosófico e psicológico, ela argumenta ainda que as abordagens apresentadas por ela apresentam justificativas teóricas ou evidências empíricas.
Abordagem tradicional: refere- se a uma concepção e praticas educacionais que persiste no tempo em diferentes formas, fornecendo um quadro diferencial para todas as outras abordagens que a seguiram.
Na concepção tradicional o adulto é considerado como homem pronto e o aluno como adulto miniatura que precisa ser atualizado.
A metodologia se baseia na aula expositiva e nas demonstrações do professor a classe, o professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita a escuta-lo, sendo assim o professor um agente e o aluno um ouvinte. Quanto ao atendimento individual encontra se dificuldades, pois a classe fica isolada e a tendência é tratar todos igualmente.
Na avaliação o objetivo é a exatidão do conteúdo reproduzido em sala de aula, as notas servem na sociedade como níveis de aquisição do patrimônio cultural.
Abordagem Compormentalista: consideram que o conhecimento é resultado direto da experiência. Nesta abordagem se incluem a aplicação da tecnologia educacional e estratégias de ensino quanto às formas de reforço no relacionamento professor- aluno.
A avaliação é da forma que o aluno segue seu próprio ritmo, em pequenos passos sem cometer erros, a avaliação nesta abordagem consiste em se constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos propostos quando o programa foi conduzido até o final de forma adequada.
Abordagem humanista: nesta abordagem o professor não dá o conteúdo ele é apenas um facilitador da aprendizagem, o conhecimento vem das próprias experiências do aluno, onde os professores apenas criam condições para que os alunos aprendam.
A metodologia utilizada não enfatiza técnica ou método para facilitar a aprendizagem, cada educador deve elaborar sua forma de facilitar a aprendizagem, criando um clima favorável de desenvolvimento e possibilite liberdade para aprender.
A avaliação consiste em que só o individuo pode conhecer realmente sua experiência e só pode ser julgada através de critérios internos do organismo, onde o aluno deve assumir uma forma de controle de sua aprendizagem, definir e aplicar os critérios para avaliar se os objetivos estão sendo atingidos com responsabilidade.
Abordagem cognitivista: esta abordagem refere-se a organização do conhecimento, processamento das informações, comportamentos relativos a tomada de decisões.
A metodologia é de que o desenvolvimento humano é que traz implicações para o ensino, uma das principais implicações é que a inteligência se constrói através da troca do organismo com o meio, por meio das ações do individuo.
A avaliação é realizada a partir de parâmetros extraídos a partir da própia teoria e verificar se o aluno já adquiriu noções.
Abordagem sócio-cultural: nesta abordagem se trata que a elaboração e o desenvolvimento do conhecimento estão ligados ao processo de conscientização.
A metodologia utilizada é de que os alunos recebem as informações e analisam os aspectos das próprias experiências, utilizando situações vivenciais de grupo em forma de debate.
ALVES, Rubem. A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir.10.ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
O livro relata a experiência da Escola da Ponte, desenvolvida em Portugal e que existe a mais de trinta anos. O educador Ruben Alves ao ter contato com a escola da Ponte, viu a materialização de todos os seus desejos educacionais, onde a escola apresenta uma prática focada nas necessidades do aluno, fazendo deste espaço escolar um laboratório de novas experiências onde a relação professor – aluno é tratada com diálogos, troca de saberes, onde os alunos se sentem motivados a fazerem novas descobertas.
O autor passou alguns dias na Escola da Ponte, conversando com alunos, pais professores e começou a relatar estas experiências e a publica-las através de artigos no jornal Correio do Povo, em Campinas. A escola da Ponte com uma equipe sólida que atua a mais de 25 anos e totalizando 125 alunos passou no decorrer dos anos por um processo de construção e juntamente com a comunidade criaram bases de uma proposta pedagógica, que se comprometia com o aluno e com o desenvolvimento de sua criatividade, com o objetivo de que o Aprendizado ocorra de forma prazerosa e o trabalho com projetos e pesquisa possibilite o crescimento do espírito investigativo.
A escola da Ponte não apresenta salas como as escolas tradicionais, ela possui classes multisseriadas que possuem alunos de diferentes idades e níveis. O que determina o trabalho pedagógico são os temas escolhidos e o agrupamento dos alunos é por meio do interesse em determinados projetos.
Rubem Alves avaliando essas experiências constata no livro que a escola da Ponte não tem a cidadania como algo a ser atingido, discurso tão comum que ocorre nas propostas pedagógicas das escolas, mas sim afirma que a escola da Ponte permite que seus alunos vivam a cidadania.Um outro exemplo relatado pelo autor é que os alunos maiores produzem textos para os menores estabelecendo assim uma troca entre os alunos sem a rigidez seriada e estanque das escolas tradicionais.
O encanto do autor por essa experiência dá-se sobretudo pelo fato que ele é um severo crítico das escolas tradicionais e por isso vê a Escola da Ponte, como um experiência autêntica que estimula a inclusão de todos os alunos, agregando valores que permitem a vivência da cidadania e formando alunos considerando sua totalidade e não os fragmentando como normalmente acontece, segundo o autor, as escolas organizadas nos moldes tradicionais.
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