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Entre a Jaula de Aula e o Picadeiro de Aula

Por:   •  9/5/2017  •  Seminário  •  630 Palavras (3 Páginas)  •  1.060 Visualizações

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Entre a Jaula de Aula e o Picadeiro de Aula

Um tempo que confunde coisas tão radicalmente distintas como autoridade e autoritarismo é um tempo enfermo. A ameaça real à saúde que não conduza a momentos críticos. Está na hora de perdermos o medo perante certos problemas, superando inócuos trajetos falsamente pedagógicos e modismo, saindo a procura de um equilíbrio até hoje raramente alcançado.

O fato que aqui nos interessa é que a supervalorização da razão institui um clima intelectualista que, após haver de certa forma esgotado sua pujança, conduziu ao cansaço. Há a arrogância da inteligência, sempre muito amiga do arbitro, ao mesmo tempo, mantida por um elitismo desprezado.

Porque há uma inteligência que separa, afasta privilegiados de desprivilegio, havendo felizmente uma outra que quer fazer da aventura da vida um companheirismo. Hoje se contesta o magnetismo, vemos contestadas as lideranças pedagógicas, tudo isto mesmo em nome de algo que a história indicasse deve ser feito, muito mais em nome de ressentimentos equivocados.

Os professores como que passam a ter vergonha de exercer uma autoridade para a qual estão designados uma autoridade que nada tem a ver com traços autoritários desta ou daquela personalidade, mas que emerge do próprio processo educacional e de ensino. O professor camarada pratica a não diretividade, porque só a sua presença arrisca impedir os alunos de respirarem livremente. Em sua sala de aula, prontificava um semideus (o professor), dardejando ordens sobre as silenciosas cabeças adolescentes; o professor e como um ponto de convergência de todos acontecimentos, como protagonista maior do ensino-instrutor, moralista e adestrado de comportamento. Procuro esquecer os tempos de ditadura no Brasil e meu pensamento visando 30 anos depois, classes desorientadas, professores encurralados pelo governo; assim sendo que lhes obrigavam a provar 80% dos alunos, a respeito de qualquer merecimento. Tudo isso sob a cumplicidade de uma situação política ditatorial cujas forças governamentais se encarregam pessoalmente da desatualização e da consequente despolitização do pais. Recuperar o sentido da autoridade nas relações pedagógicas, sem qualquer concessão a autoritarismo, que deste já estamos fartos.

Mas qualquer valor, por mais puro que seja, quando se hipertrofia faz-se num antivalor. A autoridade é constituída e precisa ser aceita, porque autoridade tem a ver com liderança e nada tem a ver com chefia; entendendo-se que líder é aquele que se propõe e é aceito, chefe é que se impõe por um recurso de poder cabe ao professor auxiliar o educando a ir reconhecendo que a vida é diferenciada, é com esforço e disciplina que se constrói um equilíbrio.

Mas a mais racional das autoridades é a do contrato, a que nasce de um encontro de partes que se respeitam que se ergue e se sustenta sobre o consentimento. O autoritarismo é o tapume atrás do qual alguma incompetência se esconde. A autoridade é humilde (embora firme), pois sabe que a receptividade dos educandos é uma estrutura de cristal, bela e capaz de partir ao menor impacto, que precisa ser preservada. Por outro lado o autoritarismo é arrogante (embora frágil), por compreender que não é convidado e nem recebido, por ter consciência de que sua própria existência é um logro. Sem perder a interconexão do todo, haja especificidade no pedagógico. As grandes a magnificas reflexões não dispensem as reflexões mais modestas sobre temas menores só na aparência.

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