O Bullyng e a Educação Física
Por: Igor Nascimento • 15/3/2019 • Resenha • 1.392 Palavras (6 Páginas) • 194 Visualizações
A relação entre o bullying e a educação física
O preconceito não é fruto de brincadeiras normais e esperadas da infância, ele ocorre também em outras esferas sociais. O bullying ou o preconceito está enraizado por questões culturais e simbólicas. Criamos ou supervalorizamos sinais ou estigma que desvalorizam o outro e o classifica. Assim, utilizamos os óculos como um estigma que irá classificar o indivíduo como portador de necessidades visuais diferenciadas, da mesma maneira, que a pessoa que foge do estereótipo da sociedade para o corpo correto, será classificada como o gordinho ou como o magrinho, e outros mais, como o deficiente físico, auditivo, visual, o homossexual, etc. É justamente do diferente “mal entendido” que surge o preconceito. O papel pedagógico do professor de Educação Física, deve discutir e refletir junto a seus amigos e alunos, as causas e principalmente sobre as repercussões que o preconceito pode causar a pessoa que está sendo estigmatizada.
O bullying ocorre em todas as escolas, sem exceção. Como o preconceito é fruto de questões sociais, como a estratificação econômica, escolas apresentam níveis quantitativos e qualitativos diferenciados. Os preconceitos mais comuns são relacionados a estigmas considerados negativos, que farão com que o aluno seja ridicularizado e inferiorizado, sendo agredido fisicamente e/ou chamado de: gordinho, bichinha, caveirinha, baleia, quatro olhos, mariquinha, girafa, nerd, entre muitos outros. O agressor procura sempre atingir o estigmatizado através de algum signo que seja visível. Assim, se existe um aluno que apresenta a voz mais fina, será chamado de mariquinha pelos colegas de classe se o assunto não for bem trabalhado pelo docente.
O bullying se mostra de maneira mais nítida nas aulas de Educação Física. As atividades propostas são recursos simbólicos que permite que qualquer pessoa, adulto ou criança, extrapole sua realidade. Em outras palavras, o indivíduo, quando realiza uma atividade, esquece todas as repreensões sociais, problemas, entre outros, e se representa como um ser livre que irá descarregar sua válvula de tensão naquele momento. Os alunos, nas aulas de Educação Física, também extrapolam o senso das restrições sociais e de expressão oral e corporalmente sem precisar se controlar. O aluno se acha livre para expelir agressões físicas e orais ao seu amigo de classe. Se a aula não for discutida e trabalhada pelo docente, se tornará um verdadeiro campo de guerra. O que podemos observar em muitos ambientes escolares.
O professor de Educação Física é peça chave no combate ao preconceito. Por exemplo, se um professor separa alunos para escolher o time das meninas e dos meninos, ele naturalmente exclui a existência do homossexual que não se vê em nenhum dos grupos sugeridos. De forma indireta, ele diz para o aluno homossexual que o mesmo não existe ou que não é bem-vindo. O professor é o ícone, o ídolo dos alunos, alguns o têm como pai ou mãe, outros como aquele que mostrou qual a profissão que vai seguir quando crescer. Assim, se o professor é um disseminador do preconceito, explanará o preconceito também para seus alunos. Não existe uma receita de bolo para o combate do bullying, pois cada um o sente e o vê simbolicamente de maneira diferente. Porém, um grande passo para o educador, seria a discussão sobre a temática em sala de aula utilizando o discurso de que somos diferentes e que isso não é suficiente para classificar o outro como melhor ou pior.
A Educação Física escolar é uma oportunidade única para desenvolver nas crianças competências positivas como colaboração, senso de equipe, aceitação e perseverança. Por isso é apontada como uma das ferramentas mais eficientes no combate ao bullying. No entanto, esse jogo corre o risco de virar completamente: sem a devida autoridade do professor, a competitividade pode fazer com que determinados alunos subjuguem outros, criando campo fértil para abusos verbais ou até mesmo corporais.
Professores de Educação Física, coordenadores e a direção da escola também devem se reunir periodicamente para avaliar os casos de bullying e o grau de efetividade que as medidas tem alcançado para mitigar os casos. Pais de alunos mais persistentes no comportamento abusivo deverão ser convocados para que as ações sejam estendidas ao lar da criança. O importante é que as ações antibullying sejam realizadas o quanto antes. A Educação Física deve implementar o diálogo e a tolerância ao outro desde as turmas mais jovens – afinal, crianças pequenas assimilam valores, também, através de atividades corporais.
Artigo 1: http://blogs.oglobo.globo.com/pulso/post/a-relacao-entre-bullying-a-educacao-fisica-441842.html
A atividade física como um meio de prevenção do bullying na escola.
Com a prática da atividade esportiva, o jovem tem a oportunidade de aprender a cooperar e a competir saudavelmente, respeitar os outros e adquirir um comportamento moral e ético.
Todavia, não é a competição ou o tipo de atividade praticada que determinam automaticamente o valor das referidas atividades desportivas. É antes a natureza das experiências e aprendizagens vividas nessas atividades e as interações com os demais envolvidos no processo (pares, os treinadores, os professores e os pais), que vão determinar se a prática de atividades contribui ou não para a aquisição de valores e atitudes que se pretendem alcançar.
O bullying pode ser visto como uma subcategoria do comportamento agressivo, mas de um tipo particularmente mal e cruel, isto porque é dirigido a uma vítima que é incapaz de se defender sozinha de forma eficaz. Os ataques são na sua maioria sem motivo ou pelo menos não são provocados e têm por objetivo magoar ou ferir a criança ou jovem alvo. As crianças vítimas provavelmente serão mais novas, mais fracas ou simplesmente, menos confiantes psicologicamente.
Pode-se assumir como definição operacional de bullying, a agressão entre jovens, intencional e frequente, capaz de causar danos ou magoar, tais como: ameaçar, chantagear, chamar nomes, gozar, levantar falsos testemunhos, contar segredos, praxar de forma violenta, pôr de parte um(a) colega, ignorá-lo(a), bater, empurrar e tirar objetos de valor. O ciberbullying, em particular, corresponde ao bullying que é realizado através do uso de tecnologia, tal como internet, etc.
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