Relatório de Atividades Acadêmicas, Científicas e Culturais
Por: diegojacob • 22/5/2015 • Relatório de pesquisa • 1.450 Palavras (6 Páginas) • 488 Visualizações
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Relatório de Atividades Acadêmicas, Científicas e Culturais
Nome: Diego José Jacob Dias
RA: 1177753
Atividade: Relatório Educação Física e Sociedade
Horas:
BATATAIS 2015-05-22
RELATÓRIO
O livro Educação Física e Sociedade de Mauro Betti, relata no capítulo 2 sobre a herança histórica e o contexto histórico europeu para então falar sobre as instituições educacionais e a relação entre os sistemas ginásticos e o nacionalismo, onde o autor cita a escola Philanthropinum onde o movimento ginástico alemão teve origem, essa escola iniciou o primeiro programa moderno de Educação Física. E assim vem abordar a influência do nacionalismo na Educação Física e da Educação Física através da ginástica no nacionalismo, alemão, francês, dinamarquês, entre outros, criando assim uma interrelação.
Contextualizando a Revolução Industrial, aborda-se também no texto sobre o movimento esportivo inglês, em que segundo o autor, a Educação Física inglesa não foi muito influenciada pela filosofia nacionalista tendo um desenvolvimento diferenciado em relação ao restante da Europa, isso devido à sua posição geográfica e assim sua maior contribuição não foi no campo da ginástica, mas do esporte. Para alguns autores como Eyler (1969), Mclntosh (1975) e Rouyer (1977), o movimento esportivo inglês do século XIX formou o outro pilar da sistematização da moderna Educação Física, e guarda relação com as transformações sócio-econômicas produzidas pela Revolução Industrial, o que de fato é verdade, pois devido as transformações o esporte passou a ser praticado por pessoas de diversas classes sociais e não somente pela aristocracia e teve a sua introdução em órgãos diretivos como relata Mauro Betti. As Escolas e a classe média emergente da Revolução Industrial tiveram participação fundamental na modificação do movimento esportivo inglês.
Na universalização da instituição esportiva, o ressurgimento dos Jogos Olímpicos e a criação do movimento olímpico internacional através do Comitê Olímpico Internacional, foram de fundamental importância. Nas duas iniciativas foi decisiva a participação do francês o Barão de Coubertin (1863-1937) que acreditava que o sistema educativo inglês, ao enfatizar o esporte, era o responsável pela grandeza do Império Britânico, e via no esporte inglês o ressurgimento da educação corporal.
O Prof. Mauro Betti nos traz em seu livro dados referentes aos Jogos Olímpicos, como no I Jogos Olímpicos realizada no ano de 1896 em Atenas, teve a participação de 14 países e desde então os Jogos cresceram muito em importância e número de países participantes, tendo atingido o recorde de participações no XX Jogos Olímpicos, realizados em 1972, na cidade de Munique, com a participação de 132 países. Dessa forma torna-se visível o crescimento dos Jogos e assim também, todo um interesse por trás de todo esse crescimento, interesses econômicos, póliticos e sociais de diversos países, principalmente das grandes potências.
A ideologia olímpica defendida através dos tempos pelo COI revela a profunda influência do espírito cavalheiresco e nobre do esporte inglês do sec. XIX, que Coubertin tentou universalizar através dos Jogos Olímpicos, e que hoje se traduz no conceito de fair-play, segundo o autor, mas essa ideologia acabou sendo vencida pelos fatos. A interferência da política internacional nos Jogos Olímpicos é constante e pública, a exigência do amadorismo é deixada de lado pela necessidade de treinamento diuturno dos atletas, e o doping ameaça o espírito de fair-play. Para alguns outros autores como, Krawczyk, Jaworski e Ulatowski (1979), na prática do movimento esportivo, os sistemas de valores políticos e nacionais quebraram os princípios universais da ideologia olímpica, e isso é um fato facilmente identificado pela quantidade de dopings e boicotes.
Nos anos sessenta, iniciou-se a crítica social do esporte, que aborda principalmente os interesses políticos, a alienação econômica, em como se manipulam as massas com a ilusão do êxito esportivo, e como se exerce sobre o esporte de alto rendimento uma coação que já não é mais esportiva, mas própria do sistema social (Lüschen & Weis, 1979c). Mauro Betti traz a idéia de que a economia de competição exige a medição constante da produção, ou seja, sua objetivação. O desenvolvimento do esporte na sociedade capitalista industrial caracteriza-se pela introdução progressiva de mediação da objetividade quantitativa. O que importa no esporte é o resultado; o esportista vale o que vale seu resultado, e toda sua atividade depende do seu sucesso. O que infelizmente é verdade, como foi muito bem escrito por Ronaldo Pacheco no ano de 2008 após os Jogos Olímpicos de Beijing a Desculpa aos Nossos Atletas, e retrata muito dessa cobrança do resultado, mas não se vê o desenvolvimento, a luta e as dificuldades dos atletas, porque a política não está preocupada com eles.
Ao falar sobre o esporte na escola o Professor Mauro Betti utiliza de idéias expostas por Belbenoit (1976) em sua obra “O desporto na escola”. Embora no domínio escolar se utilize indiferentemente os termos esporte e educação física, para Belbenoit esta identificação é um pouco superficial, pois para ele a finalidade própria do esporte não é a educação. Betti explana que devido ao excesso que muitas vezes leva os atletas a quererem se beneficiar de maneira não permitida e antiética, alguns educadores idealizam um esporte sem competição, mas há aí uma contradição, pois o esporte exige luta, procura de desempenho e afirmação de si, o que exige um termo de comparação ou defrontação com um adversário-parceiro.
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