Relatório de Estágio Educação Física
Por: Maria Luciléia • 15/10/2019 • Relatório de pesquisa • 8.441 Palavras (34 Páginas) • 332 Visualizações
I – INTRODUÇÃO
O presente relatório foi elaborado de acordo com o estágio supervisionado II, realizado na Escola Jayme de Altavilla (anexo), que fica localizada no endereço Miguel Correia de Amorim no bairro Baixão - Arapiraca-AL. A escola conta com seis salas de aulas ao todo, um pátio coberto (pequeno), uma biblioteca, sala do professor, uma copa, um banheiro feminino e outro masculino, um bebedouro. A escola fornece o lanche para as crianças, e para os que ficam no período da tarde para o reforço, fornece o almoço.
Na entrada da escola há um espaço grande onde realizamos parte da nossa regência, o piso é cimentado, porém, com alguns buracos. A escola não tem espaço específico para a prática da aula de Educação Física, como também, não disponibiliza materiais para a mesma.
Durante o estágio fomos acompanhados pela professora Vanilza Gomes. Nosso estágio foi composto por três observações (espaço físico da escola, interações verbais e habilidade docente), mais duas observações extras e quatro intervenções. Nesta etapa do estágio observamos a rotina das crianças e o trabalho da professora para com as mesmas, no período de 13/07/2016 à 19/10/2016, cuja carga horária foi de 20 (vinte) horas de observação e 40 (quarenta) horas de intervenção, totalizando 60 (sessenta) horas. O ano é de 2016 e a etapa da educação básica contemplada foi a Educação básica (Fundamental 1) com alunos, cuja faixa etária foi entre 8 e 10 anos.
Em todas nossas intervenções, procuramos primeiramente junto aos alunos fazer uma leitura da realidade, procurando saber; entender, o que eles conhecem sobre o assunto trabalhado naquela aula, após mostrávamos para eles qual era o conceito correto, (não que o que eles falavam não era correto), mas, nosso intuito era que eles se apropriassem do conceito científico daquilo que eles conhecem do senso comum.
O conteúdo da Cultura Corporal que foi trabalhado no estágio foi o jogo (especificamente os de cooperação, populares e competitivos). No que diz respeito ao jogo em geral, Coletivo de autores (1992, p. 45) nos mostra que “o jogo (brincar e jogar são sinônimos em diversas línguas) é uma invenção do homem, um ato que em sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente”.
Dessa forma, no jogo, as crianças agem sem medo e com educação no comportamento, assim, o mesmo favorece o desenvolvimento físico, mental e também social. Por isso se deve ter o cuidado para que nas aulas de Educação Física, o jogo esteja mais voltado para o lúdico, pois se o jogo vira obrigação, ou é usado como finalidade de instrução apenas seguindo regras, perde seu caráter de espontaneidade e deixa de ser jogo. Ainda na linha de raciocínio do Coletivo de Autores (1992), o mesmo nos mostra que quando a criança joga, ela opera com o significado de suas ações, o que faz desenvolver sua vontade e, ao mesmo tempo, tornar-se consciente das suas escolhas e decisões. Por isso, o jogo apresenta-se como elemento básico para mudança das necessidades e da consciência.
Os temas propostos durante o período de Estágio Supervisionado II foram trabalhados de acordo com a Abordagem Pedagógica Construtivista-Interacionista de Freire (1997/2003), onde ele vem propor uma Pedagogia do Movimento para 1ª e 2ª infância no que compete a superação do dualismo: mente e corpo, ou seja, para que a criança possa se desenvolver na sua totalidade é necessário que “corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar” (Freire, 1997, pp. 13-14).
Em relação ao seu papel pedagógico, “a Educação Física deve atuar como qualquer outra disciplina da escola, e não desintegrada dela. As habilidades motoras precisam ser desenvolvidas, sem dúvida, mas deve estar claro quais serão as consequências disso do ponto de vista cognitivo, social e afetivo” (Freire, 1997, p. 24). Sem se tornar uma disciplina auxiliar de outras, a atividade da Educação Física precisa garantir que, de fato, as ações físicas e as noções lógico-matemáticas que a criança usará nas atividades escolares e fora da escola possam se estruturar adequadamente.
Como já citado acima, nosso estágio fora composto por três momentos de observação e quatro de regência. Por meio de nossas observações, na qual analisamos no primeiro momento o espaço físico da escola, no segundo momento as interações verbais e por último a habilidade docente, fizemos um breve diagnóstico da turma, analisamos o que poderia ser trabalhado com as crianças bem como as estratégias adotadas pela professora durante as aulas. Isso nos ajudou na elaboração dos planos de aula, adequando os Jogos e Brincadeiras às necessidades das crianças no que compete à faixa etária, socialização, afetividade, cognição e desenvolvimento motor.
A proposta metodológica de Freire (2003) para as aulas de Educação Física está estruturada em 3 (três) partes: na 1ª, roda de conversa sobre o que será feito na aula; na 2ª, práticas; e na 3ª, roda de conversa sobre o que foi feito na aula (avaliação).
No campo de Estágio desenvolvemos nossas intervenções levando em consideração a estrutura das aulas mencionadas acima, em que usamos a seguinte metodologia para cada atividade proposta: na 1ª INTERVENÇÃO, destacamos: 1) Investigação acerca do conhecimento dos alunos em relação ao tema jogos 2) Jogo passa a bola 3) Passando o bambolê e 4) pega-pega de corrente. Neste dia ao chegarmos à sala, explicamos para os alunos o que iria acontecer em nossas aulas, dessa forma, explicamos que teríamos quatro encontros com eles, e que dividiríamos, cada dia trabalharíamos um tipo de jogo diferente.
No segundo momento organizamos as crianças em fila e fomos para o espaço livre para a prática das aulas. O jogo foi bem aceito e executado corretamente. As crianças queriam que repetissem, todos participaram.
Na terceira organizamos as crianças de forma que eles ficassem em círculo com as mãos dadas, explicamos para elas a brincadeira, perguntamos se elas já tinham ouvido falar nessa brincadeira, nenhum conhecia, porém, teve um bom andamento e deu para ser realizada por três vezes.
Na quarta e última houve certo tumulto, a maioria das crianças não entendeu a brincadeira e só corriam. Juntamos todas, explicamos como era a brincadeira, porém, já estava na hora de voltar a sala. Já na sala, retomamos um diálogo e perguntamos quais as dificuldades encontradas nas atividades e se entenderam a finalidade dos jogos cooperativos.
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