SÍNTESE - Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem

O referido artigo destina-se a explicar, o processo pelo qual o homem desenvolveu-se: biologicamente, anatomicamente, fisiologicamente, culturalmente e socialmente; através do tempo. Distinguindo-se, cada vez mais de seu ancestral mais próximo, o macaco, através do trabalho. Para tanto, o autor apóia-se em estudos já realizados nas mais diversas áreas do conhecimento, com o propósito de explicar como se originou, desenvolveu-se e aperfeiçoou-se este processo, sendo transmitido para as gerações futuras. Além de evidenciar que essa transformação contribuiu para a criação da sociedade de classes a que estamos submetidos hoje, e que é fruto do modo de produção Capitalista.

As idéias apresentadas buscam levar a uma compreensão da forma como foi concebido e estruturado o modelo sócio-econômico denominado Capitalismo. Modelo este, pautado numa sociedade estratificada (sociedade de classes, antagônicas), que devido ao modo em que está organizada, concentra riquezas nas mãos de uma minoria em detrimento da maioria, movida pelo lucro imediato e vigente ainda em nossos dias. Ao mesmo tempo em que nos convida a uma reflexão a respeito da maneira injusta como esse modo de produção se sustenta, e chega a nos incitar quanto a um rompimento com o mesmo.

Nos é então apresentado um cenário, que não aponta localização exata ou data precisa. Mas, diante do qual os nossos antepassados, classificados como macacos antropomorfos, são descritos em sua forma e gênero de vida. As circunstâncias em que viviam são os primeiros determinantes dessa fase de adaptação ao meio, e são elas que os fazem usar as mãos em situações distintas dos pés. A partir de então, nota-se uma especialização cada vez maior das mãos para a realização de atividades cada vez mais diferenciadas e, conseqüentemente, uma postura cada vez mais ereta lhes vai sendo exigida. O que caracteriza a transição desses macacos para o homem primitivo.

Por sua vez, o homem primitivo através do trabalho, fruto de suas mãos desenvolvidas, cria técnicas e habilidades que aperfeiçoam com a prática e que transmitem a suas gerações futuras. Graças a essas descobertas as mãos passam a serem vistas como parte de um todo, rompendo com a visão dualista existente que separava a alma do corpo, o homem da natureza.

A partir desse ponto, são mencionados os processos de desenvolvimento da fala, das relações homem-animal, do surgimento de um convívio social, e das possíveis interações existentes entre esses sujeitos, que cada vez mais se reconhecem como tal, graças ao trabalho que realizam e da transformação gradual ocorrida em seus cérebros e proporcionada por estes elementos. Concomitantemente a isso, destaca-se o aperfeiçoamento dos órgãos dos sentidos, o que determina uma articulação maior entre o que é pensado e o que é feito (dito), resultando no aparecimento da sociedade. Não ainda nos moldes que a conhecemos, mas numa sociedade comunal.

Enfim, a forma como esse processo ocorreu e suas implicações influenciaram diretamente na maneira de pensar dos homens, que passaram a explicar os seus atos através de seus pensamentos, negando assim, que os mesmos fossem provenientes de suas necessidades (concepção idealista). O quê, como já mencionado, contribuiu diretamente para o surgimento do modo de produção capitalista. Quanto à uma conclusão mais específica, há que se fazer