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A ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

Por:   •  30/7/2019  •  Artigo  •  2.408 Palavras (10 Páginas)  •  489 Visualizações

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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

Bruno Rafael da Silva Rodrigues; Daniel da Silva Amado Antunes; Filipe Miguel da Silva Faustino Oliveira; Jorge André Cardanho Ramos; José Miguel Sousa Pedro Seguro; Paulo Alexandre Ângelo Pessoa; Pedro Miguel Saborano Almeida

4º Ano – Turma D (TP2)

Unidade Curricular: Integração à Vida Profissional

Situação-problema:

“Imaginem-se a terminar o Curso de Licenciatura em Enfermagem e a iniciar a vossa actividade profissional num serviço de Neurologia de um hospital.

  • Identifiquem os riscos profissionais a que fica sujeito e desenvolva cada um deles tendo em conta a classificação, conceito e consequências.
  • Caso ocorra um acidente de trabalho com “picada de agulha” quais os procedimentos que devem seguir.”

No âmbito da Unidade Curricular de Integração à Vida Profissional e de acordo com a situação proposta elaborámos o seguinte documento, que visa activar os membros do grupo para a vigilância dos riscos em ambiente hospitalar, basear uma prática correcta de cuidados e servir de linha orientadora no caso de acidente de trabalho com “picada de agulha”.

Riscos Profissionais no Serviço de Neurologia

A profissão de Enfermagem caracteriza-se pela diferenciação técnica, interdisciplinaridade, pela agregação constante de tecnologia e consequente necessidade de actualização continua. Os enfermeiros são o grupo que possui o maior número de profissionais a nível hospitalar, e devido à natureza do seu trabalho, prestam 24 horas sobre 24 horas assistência aos utentes - permanecendo no ambiente hospitalar (Takeda, 2001 apud Faria, 2008), o que predispõem estes profissionais a uma maior vulnerabilidade aos factores de risco laborais: biológicos, químicos, físicos, psicossociais (e ergonómicos). 

Risco biológico

Os enfermeiros estão em contacto permanente com população doente ou portadora de inúmeros microrganismos, através de secreções, excreções, produtos de colheita para análises (sangue, urina, entre outros), fluidos orgânicos e microrganismos resistentes, os quais se encontram por toda a parte, sendo para estes – o hospital – um meio de cultura muito favorável.

De acordo com Corte (2005), são as infecções a principal consequência da exposição do enfermeiro aos factores de risco biológico, constituindo a principal diferença relativamente aos riscos inerentes a outras profissões.

As infecções são causadas por agentes biológicos (presentes no ambiente/população hospitalar) como: vírus, bacilos, fungos, bactérias. E são mundialmente apontadas como os principais riscos biológicos para os profissionais de saúde, principalmente: a Tuberculose (causada pelo Bacilo de Koch), as Hepatites virais (B e C) e o Vírus da imunodeficiência humana (VIH).

O enfermeiro deve então adoptar medidas de precaução universais, que se definem como “um conjunto de medidas que têm como objectivo proteger os profissionais de saúde e os doentes do contacto com agentes patogénicos que podem ser transmissíveis pelo sangue ou outros fluidos corporais, tecidos e órgãos” (Cunha et al, 2006) – luvas, bata, máscara, óculos, touca, ou outras (escolhidas de acordo com a situação).

Risco químico

O risco químico resulta da manipulação das diversas substâncias que se utilizam diariamente em meio hospitalar para efeitos terapêuticos tais como: citostáticos, glutaraldeído, formol, óxido de etileno e gases anestésicos.

A preparação e administração destas substâncias implicam um elevado risco para os profissionais que os manipulam devido à sua toxicidade e modo de acção. Em determinadas situações pode ocorrer manifestação tóxica imediata de irritação da pele, mucosas e olhos, mal-estar geral e cefaleias  (Ferreira, 2003).

As substâncias químicas que poderão causar mais frequentemente alterações à saúde, foram descritas pelos enfermeiros. As mais comummente referenciadas, foram: antineoplásicos, formaldeído, glutaraldeído, óxido de etileno, antibióticos, látex/talco, entre outras. Os sinais e/ou sintomas que os enfermeiros acreditam poder estar sendo desencadeados pelos produtos químicos foram: reacções cutâneas alérgicas pelo látex/talco, alterações sanguíneas pelas drogas antineoplásicas, diarreias pelos antibióticos, náuseas e/ou vómitos e a ocorrência de abortos espontâneos pelo óxido nitroso, pelo formaldeído e glutaraldeído, entre outros (Xelegati et al, 2006) .

Risco físico

No ambiente hospitalar de prestação de cuidados são encontrados vários riscos a nível físico/ambiental, tanto em termos de condições ambientais, equipamentos utilizados, como em relação às pessoas:

- Risco de incêndio: equipamentos velhos, instalações eléctricas sobrecarregadas, fumadores, utentes, visitas ou profissionais, podem ser responsáveis pela ocorrência de incêndios. Além disso a aquisição de materiais não inflamáveis, como o mobiliário pois, a nível hospitalar, existem muitos produtos facilmente inflamáveis (fardas dos enfermeiros, álcool, éter, papel das zonas de arquivo, entre outros). Em termos de prevenção destas situações, os planos de emergência, segurança e evacuação devem ser permanentemente actualizados, as saídas de emergência devem estar desimpedidas e devem existir extintores em locais adequados e dentro do prazo de validade;

- Iluminação: a qualidade da luz no local de trabalho é um factor de extrema importância, pois uma boa iluminação é indispensável a um benéfico desempenho profissional, a um maior conforto no local de trabalho e a uma maior segurança dos utentes e enfermeiros. Pelo contrário, uma má iluminação pode conduzir a erros profissionais, baixa eficiência profissional, quedas e outros incidentes, potenciar o aparecimento de cefaleias e cansaço visual;

- Temperatura: trabalhar num ambiente muito quente pode ser prejudicial para a saúde. Os enfermeiros estão constantemente expostos a este tipo de ambiente para benefício dos utentes. As fardas revelam-se pouco adequadas às diferenças de temperatura (tempo quente/tempo frio), podendo originar consequências dessas diferenças.

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