Escola Superior de Propaganda e Marketing
Por: Karina Feldman • 7/3/2017 • Relatório de pesquisa • 646 Palavras (3 Páginas) • 388 Visualizações
Karina Feldman, Beatriz Mentes e Fernanda Fagundes
Escola Superior de Propaganda e Marketing
CSPP2A
Trabalho de Antropologia
O Filme “Faixa de Areia’’, feito pelas cineastas Daniela Kallmann e Flávia Lins e Silva, é de um estudo antropológico sobre o comportamento das pessoas e seus grupos nas praias do Rio de Janeiro, e seu comportamento diante de outros grupos, mostrando suas diferenças e semelhanças. Na verdade é mais que um filme, é um documentário do comportamento em grupo de um povo que se denomina democrático e liberal. Este é formado por depoimentos dos frequentadores das praias cariocas, onde existem vários grupos, um universo diversificado e eclético.
O Rio de Janeiro é uma cidade muito segregada, mas a praia não. Encontramos um enorme contraste com quem mora em frente a praia e quem mora na favela. A diferença do poder aquisitivo é enorme, porém na praia todos se falam e se respeitam. A praia é um local onde pessoas de diferentes classes sociais, escolaridade, renda, hábitos e culturas se relacionam. Para a maioria dos frequentadores, a praias é um local democrático que pode ser pobre ou rico, gordo ou magro, velho ou novo, todo mundo se mistura e não há diferenciação. Existem diferentes tribos: os surfistas, os turistas, os locais, os que vão para paquerar, para curtir com amigos e aproveitar o fim de semana junto com a família.
Apesar das diferenças entre os grupos, todos apresentam características semelhantes. Segundo Simmel, uma característica em comum dos habitantes da cidade grande é o caráter blasé, que caracteriza o individuo como indiferente aos acontecimentos no ambiente social. Esse está acostumado com certas situações, se tornando acomodado, anestesiado e não reage mais. Podemos chamar esse fenômeno de embotamento dos sentidos. Simmel atribui está característica ao na grande cidade, que é corrido e agitado, gerando um grande grau de individualidade e impessoalidade.
Podemos observar que, grande parte dos banhistas que vão as praias da Zona Sul com maior frequência, acham que o Rio de Janeiro se baseia nesses bairros de elite, desconhecem áreas como o subúrbio carioca e a Zona Norte. Para eles os moradores do subúrbio possuem mau hábitos, e carecem de educação e classe, pois falam alto, jogam areia um nos outros, fazem churrasquinho, comem farofa, e montam rodas de pagode e funk. Já para os moradores do subúrbio, as praias da zona sul tem gente bonita, a praia é mais limpa e arejada. Gostam de frequentá-la pois buscam novos ares e experiências, estando já cansados de suas praias locais. Porém, conseguem observar a discriminação implícita de alguns que pelos que moram na Zona Sul.
Para uns, a praia é puro laser: um local de paquera, onde a finalidade é se relacionar, conhecer gente nova e fazer contato, serviço de massagem, encontrar amigos e família. Para outros, a praia se trata de trabalho. É sob as areias que muitos ganham seu dinheiro para manter a família e os estudos. Devido a crise, muitos advogados, engenheiros, publicitários tiveram que abandonar suas profissões e tornaram-se vendedores ambulantes.
É certo afirmar que a praia é um local democrático.‘’Cada um no seu espaço, mas todos no mesmo espaço’’ ou seja, cada um no seu grupo, aproveitando da sua maneira, e ao mesmo tempo respeitando os outros por estarem fazendo o mesmo, de forma diferente ou não, apenas pessoal. Sendo um território livre, onde tudo é liberado desde que não passe por cima de ninguém, a praia é um lugar de paz e tranquilidade e refúgio para muitos. E claro, as praias cariocas são uma das mais belas do globo.
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