A Infecção pelo vírus HIV representa um marco no cenário nosológico global
Por: Emerson Brito • 7/1/2018 • Trabalho acadêmico • 902 Palavras (4 Páginas) • 324 Visualizações
A infecção pelo vírus HIV representa um marco no cenário nosológico global, com altas taxas de incidência e fatores determinantes inicialmente desconhecidos a doença rapidamente se consolidou como um dos maiores problemas do cenário das doenças infecciosas.
Com os primeiros casos registrados em 1981, e inicialmente caracterizada como uma doença de gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens a infecção passou a carregar um estigma, fortemente associado a grupos marginalizados na sociedade.
Logo no fim dos anos 80 observou-se um aumento de casos entre usuários de drogas e pessoas hemotransfundidas. Com a evolução da epidemia e mudanças significativas na distribuição social, no inicio dos anos 90 até os dias atuais, registra-se um aumento constante no número de casos entre pessoas até então não enquadradas nos grupos de risco.
Com ações e políticas voltadas para os grupos de maior incidência e com a adoção de práticas sexuais seguras, uma diminuição gradual entre homens passou a ser notada. Estima-se que no Brasil há uma prevalência de 630 mil casos e 34500 novos casos por ano. Estudos atuais apontam tendências de interiorização, heterossexualização, feminização e pauperização da epidemia. Mesmo com uma estabilização da epidemia, tem-se notado um aumento constante em grupos mais vulneráveis (mulheres jovens de baixa renda e escolaridade e homessexuais jovens).
Em contrapartida as mulheres apresentaram um aumento constante no Brasil e no mundo. Atualmente estima-se que as mulheres representam 48% do total de infectados em todos os continentes. Mesmo considerando fatores regionais as altas taxas de incidência entre mulheres chamam a atenção para a heterossexualização da doença. Dados apontam uma relação de 21 homens para 1mulher infectada em 1985 (onde?). Estudos atuais indicam uma relação de 1,6:1 no brasil. No Brasil, a razão entre os sexos mostra claramente esta tendência: em 1986, eram 15,1 casos masculinos para um feminino; em 1996 eram 2,6; e, em 2009, 1,6 casos em homens para um caso em mulheres
A epidemia da AIDS é um fenômeno complexo e sua compreensão e abordagem exigem medidas constantes para ações mais completas e efetiva. A epidemia do HIV se caracteriza como um grande problema de saúde pública no cenário nacional. Mesmo com todos os programas e medidas adotadas a doença segue com índices cada vez maiores e com importante crescimento em grupos específicos.
- HIV em mulheres
As terminações para classificação da epidemia sofreram adaptações para uma melhor concepção e definição de estratégias. O termo grupo de risco entrou em desuso por desconsiderar fatores inerentes e determinantes em diferentes grupos, passando-se a considerar as práticas de risco ou comportamento de risco como a melhor explicação para as altas taxas de disseminação da doença. Com a heterossexualização da epidemia o comportamento de risco não contemplava as necessidades de abordagem em grupos e situações até então não discutidas, passou-se a considerar então o termo vulnerabilidade social que melhor explicava as relações de contágio entre pessoas heterossexuais em relação estável e sem comportamentos de risco direto[a].
Diversos fatores podem ser associados à vulnerabilidade ao HIV/AIDS, entre eles, a educação e o acesso à informação e aos serviços de saúde, questões de gênero e raça, crenças religiosas e posicionamento frente à sexualidade. A compreensão destes fatores é fator fundamental para uma melhor concepção da epidemia.
fatores de fundamental importância na determinação da vulnerabilidade ao HIV/Aids o acesso à informação e aos serviços sociais e de saúde, as relações de gênero, as questões de raça/etnia, as atitudes diante da sexualidade, as crenças religiosas e o nível de pobreza, entre outros.
- Sexualidade feminina
Fator histórico
Mudança no perfil sexual
o perfil das mulheres com HIV reitera que a prática de multiplicidade de parceiros é mais freqüente e socialmente aceitável nos homens do que nas mulheres, e mesmo quando estas não concordam com o comportamento dos seus parceiros, nem sempre dispõem de meios materiais e simbólicos para sair da relação ou mudar os seus termos
baixo poder de negociação sexual das mulheres, tornando-as mais propensas a terem relações sexuais desprotegidas
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