A Resenha Critica
Por: 00197053 • 27/6/2021 • Resenha • 907 Palavras (4 Páginas) • 229 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
Dias MO, Souza NVDO, Penna LHG, Gallasch CH. Percepção das lideranças de enfermagem sobre a luta contra a precarização das condições de trabalho. Ver Esc Enferm USP. 2019;53:e03492. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2018025503492
O artigo começa fazendo uma breve introdução sobre a repercussão das questões de gênero e socioeconômicas de trabalhadores e no enfrentamento da precarização do trabalho de enfermagem. Deixando claro seu objetivo, que é descrever e analisar, sob a percepção das lideranças de enfermagem, questões de gênero e socioeconômicas de trabalhadores da categoria que interferem na luta contra a precarização das condições de trabalho .
O presente artigo faz uma abordagem, de forma significativa, sobre que a precarização do trabalho de enfermagem , podendo interferi diretamente na saúde do trabalhador, exposto à intensificação do trabalho e ao sucateamento das condições laborais, à extensão da jornada laboral, à adoção da polivalência e da multifuncionalidade e à prática do multiemprego devido aos baixos salários da categoria.
Respaldam ainda que essa precarização pode causar sofrimento psicofísico para o trabalhador, além do comprometimento da qualidade e segurança da assistência, em qualquer um dos níveis de atenção em saúde.
Este estudo trata-se de estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, realizado na aben, Coren, sessões Rio de Janeiro e sindenfrj, com líderes de entidades de classe, os participantes do estudo foram profissionais de enfermagem que ocupavam cargos de liderança, incluindo diretoria ou presidência. Essas pesquisas foram divididas em duas etapas: a primeira foi um levantamento de informações por meio de uma pesquisa exploratória- descritiva com “acesso de material bibliográfico’’. E a segunda etapa foi fazendo uma produção primaria de dados feito por meio de “entrevista semiestruturada individual’’, essas entrevistas foram gravadas em áudio MP3, ouvidas e transcritas fielmente.
No decorrer do estudo o autor relata que a enfermagem é uma profissão predominantemente feminina e, por questões culturais, socioeconômicas, de etnia, entre outras. Desta forma, A relação entre o quantitativo de homens e mulheres na profissão de enfermagem mostram que 86,2% dos profissionais de enfermagem cadastrados no sistema Conselho Regional de Enfermagem (Coren) são mulheres. Aponta também que a herança cultural e social é androcêntrica, privilegia os homens em detrimento das mulheres. Desta forma e citado que a divisão sexual do trabalho, persistem as discriminações e as violências simbólicas, especialmente contra as mulheres, desvalorizando as profissões exercidas por elas. Assim, as profissões culturalmente tidas como femininas são desvalorizadas, se comparadas às masculinas
Vale salientar a importância sobre o empoderamento, que é um conceito complexo, que passa pelos campos da democracia, participação política e deliberação, sendo considerado um fenômeno em que as pessoas passam a ter controle sobre os recursos, sejam eles físicos ou simbólicos. Respaldam ainda que o empoderamento na enfermagem, resulta em inúmeros ganhos, desde ambientes de trabalho mais seguros e melhores resultados na assistência até contribuições para driblar as adversidades inerentes ao processo de trabalho, adversidades que vêm se aprofundando com o advento do neoliberalismo no setor saúde.
O artigo enfatiza que a enfermagem tem dificuldade de se articular nas lutas, o que acaba favorecendo a precarização. Ficamos submetidos e subordinados, profissionalmente falando. Neste sentido relata que a categoria não se organiza para dar visibilidade aos padecimentos e precarização da classe e, por vezes, transferem a responsabilidade de lutar para as entidades de classes. O autor pontua que a dificuldade de reconhecimento social tem a ver com a construção desunidos e fragilizados, mostrando que muitos dos enfermeiros é acomodado frente às lutas.
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