DOR, FAMÍLIA, CURA E MORTE: O que a enfermagem traz à discussão científica sobre oncologia pediátrica?

O câncer, hoje, considerado um problema de saúde pública, foi considerada a quinta causa de óbito em pessoas de 1 a 19 anos. Do ponto de vista clínico, os tumores pediátricos crescem rapidamente e são mais invasivos, porém respondem melhor ao tratamento e são considerados de bom prognóstico. Mediante esse contexto, a enfermagem tem a responsabilidade de acompanhar o desenvolvimento do conhecimento em oncologia, principalmente pelas investigações científicas, que são as peças-chave para o desenvolvimento do cuidado com o paciente oncológico. O estudo objetivou realizar uma revisão reflexiva da literatura científica sobre os temas mais abordados referentes aos cuidados do enfermeiro à criança com câncer. Estudo revisivo/reflexivo da literatura, realizado em julho de 2015 nas bases de dados Scientific Electronic Library Online e, Literatura da América Latina e do Caribe em Ciências da Saúde. Para pesquisa empregaram-se os descritores: enfermagem oncológica, cuidados de enfermagem, enfermagem pediátrica. O universo de artigos triados foi de 147, e após emprego dos critérios de inclusão (artigos nacionais, publicados entre 2010 a 2015) foram selecionados 25 documentos como amostra pertinente ao objeto de estudo. Todos os artigos analisados abordam a importância do apoio à família de uma criança com câncer, em função da fragilidade desta no momento da internação. Assim, ao cuidarem da criança os enfermeiros indiretamente cuidam dos familiares, cuidado expresso por conversas terapêuticas, abraços e ações que possibilitam consolo para o sofrimento vivenciado. Outra constante abordada é o contato com a morte, esta gera sensação de impotência no enfermeiro. As limitações e a necessidade de lidar com o assunto resultam em sensações de impotência e insuficiência. Todos os artigos elencados afirmam que o controle da dor, que é característico da doença, é considerado um princípio básico para a qualidade de vida. O cuidado realizado pelos enfermeiros é centrado em procedimentos para minimizar a dor e o sofrimento, buscando medidas que tragam qualidade assistencial. Assim acrescenta-se que o cuidar em oncologia pediátrica é desafiante, pois requer, além de recursos materiais e terapêuticos específicos, uma equipe de saúde atenta para o que permeia o universo infantil. Este cuidado exige profissionais com responsabilidade, compromisso, preparo adequado e sensibilidade para a dor, a família e a possibilidade da cura ou da morte.

Descritores: Enfermagem oncológica; Cuidados de enfermagem; Enfermagem pediátrica.

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