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Distúrbios Respiratórios

Por:   •  21/5/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.645 Palavras (27 Páginas)  •  475 Visualizações

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ATELECTASIA

Refere-se ao fechamento ou colapso dos alvéolos. Pode ser aguda ou crônica, e pode abranger uma ampla gama de alterações fisiopatológicas, desde microatelectasia, com perda do volume segmentar, lobar ou pulmonar total.

A atelectasia mais comum é a atelectasia aguda, que ocorre com mais frequência no contexto pós-operatório ou em indivíduos que estão imobilizados e apresentam um padrão respiratório superficial e uniforme. As secreções excessivas ou os tampões de muco também podem casar obstrução do fluxo de ar, resultando em atelectasia em uma área do pulmão.

A atelectasia também é observada em pacientes com obstrução crônica das vias respiratórias, que impede ou bloqueia o fluxo de ar para uma região do pulmão.

Fisiopatologia

A atelectasia pode ocorrer em adultos, em consequência de redução da ventilação ou de qualquer bloqueio que impeça a passagem do ar para dentro e para fora dos alvéolos, com consequente redução da ventilação alveolar. Após a absorção do ar alveolar aprisionado na corrente sanguínea, nenhum ar adicional pode penetrar nos alvéolos, devido ao bloqueio. Em consequência, a porção acometida do pulmão fica sem ar, e os alvéolos sofrem colapso.

As possíveis causas incluem alterações dos padrões respiratórios, secreções retidas, dor, alterações na função das pequenas vias respiratórias, posicionamento prolongado em decúbito dorsal, aumento da pressão abdominal, redução dos volumes pulmonares, devido a distúrbios musculoesqueléticos ou neurológicos, defeitos restritivos e procedimentos cirúrgicos específicos.

PNEUMONIA

Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões. Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).

É causada por diversos microrganismos, incluindo bactérias, micobactérias, fungos e vírus. Normalmente, ocorre após uma doença aguda ou crônica que diminui a defesa do indivíduo, como por exemplo, gripe, bronquite, rinite, etc.

É classificada em pneumonia adquirida na comunidade (PAC), pneumonia adquirida no hospital (PAH), pneumonia no hospedeiro imunocomprometido e pneumonia por aspiração.

  • Pneumonia Adquirida na Comunidade – A PAC ocorre no contexto comunitário ou até as primeiras 48 horas depois da admissão hospitalar. A necessidade de hospitalização para PAC depende da gravidade da pneumonia.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
  • Pneumonia Adquirida no Hospital – Quando o início dos sintomas começam 48 horas após a admissão no hospital. A pneumonia associada ao ventilador é considerada como um tipo de pneumonia hospitalar associada à intubação endotraqueal e ventilação mecânica, e é definida como pneumonia bacteriana que se desenvolve em pacientes com insuficiência respiratória aguda que estavam recendo ventilação mecânica durante pelo menos 48 horas.
  • Pneumonia no Hospedeiro Imunocomprometido – Ocorre com o uso de corticosteroides ou outros agentes imunossupressores, quimioterapia, depleção nutricional, uso de agentes antimicrobianos de amplo espectro, AIDS, distúrbios imunes genéticos e ventilação mecânica. As pneumonias que tipicamente ocorrem em indivíduos imunocomprometidos também podem ser observadas em indivíduos imunocompetentes. Os pacientes com sistemas imunes comprometidos costumam desenvolver pneumonia por microrganismos de baixa virulência. Este tipo de pneumonia pode se causada pelos microrganismos também observados na PAC ou PAH.
  • Pneumonia por Aspiração – Acontece quando há entrada de substâncias endógenas ou exógenas nas vias respiratórias inferiores. Dentre essas substâncias que podem causar este tipo de pneumonia estão as bactérias que normalmente residem nas vias respiratórias superiores, conteúdo gástrico, conteúdos químicos exógenos ou gases irritantes. Esse tipo de aspiração ou ingestão pode comprometer as defesas pulmonares, causar alterações inflamatórias e levar ao crescimento bacteriano, com consequente pneumonia.

Fisiopatologia

Em condições normais, o trato respiratório superior (nariz, faringe, laringe e parte superior da traqueia) impede que partículas potencialmente infecciosas alcancem o trato respiratório inferior estéril (parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões).

A pneumonia origina-se da flora normal presente nos pacientes cuja resistência foi alterada, quando os microrganismos alcançam o trato respiratório inferior; ou a partir de aspiração da flora presente na orofaringe. A pneumonia também pode resultar de microrganismos transportados pelo sangue, que penetram na circulação pulmonar e são aprisionados no leito capilar pulmonar, tornando-se uma potencial fonte de pneumonia.

Pode acometer a região dos alvéolos, e às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa, ocorrendo uma reação inflamatória que produz um exsudato que interfere na difusão de oxigênio e gás carbônico.

A pneumonia afeta tanto a ventilação quanto a difusão. Pode ocorrer uma reação inflamatória nos alvéolos, produzindo um exsudato que interfere na difusão do oxigênio e do dióxido de carbono. Os leucócitos, em sua maior parte neutrófilos, também migram para os alvéolos e preenchem os espaços normalmente ocupados pelo ar. Áreas do pulmão não são adequadamente ventiladas, por causa das secreções e do edema da mucosa, que causam oclusão parcial dos brônquios ou alvéolos, com consequente redução na tensão de oxigênio alveolar.

Manifestações Clínicas 

O aparecimento dos sintomas de pneumonia é gradual e inespecífico. Qualquer inflamação respiratória começa do mesmo jeito, com as mesmas manifestações clínicas.

  • Início súbito de calafrios;
  • Febre rapidamente crescente (38,5 a 40,5°C);
  • Dor torácica pleurítica que é agravada pela respiração profunda e pela tosse;
  • Taquipneia, acompanhada de outros sinais de desconforto respiratório, como dispneia, uso da musculatura acessória;
  • Taquicardia;
  • Infecção do trato respiratório superior – congestão nasal, faringite;
  • Cefaleia;
  • Mialgia;
  • Exantema (erupção cutânea generalizada);
  • Inapetência (ausência de apetite);
  • Ortopneia (dispneia na posição deitada);
  • Sudorese;
  • Irritabilidade;
  • Letargia;
  • Queixas gastrintestinais: vômitos, diarreia, distensão e dor abdominal. (Principalmente em crianças e idosos).

Depois de alguns dias, o indivíduo expectora um escarro mucoide ou mucopurulento.

Na pneumonia grave, as bochechas ficam ruborizadas, os lábios e os leitos ungueais demonstram cianose.

O escarro purulento ou as alterações discretas nos sintomas respiratórios podem constituir o único sinal de pneumonia em pacientes com DPOC.

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