INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
Por: maribellopes • 2/5/2016 • Trabalho acadêmico • 11.493 Palavras (46 Páginas) • 1.007 Visualizações
CONCONTEÚDO 2 – INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
A neuroanatomia significa o estudo do sistema nervoso (SN). Ele tem o nome de sistema porque é formado por um tecido fundamental que é o tecido nervoso, o qual por sua vez, é composto de células nervosas designadas de neurônios, que são a unidade anatômica e funcional desse sistema. O SN permite ao organismo a possibilidade de sentir o meio ambiente, a capacidade de nutrir-se, de movimentar-se, e no homem, é o SN que preside as distintas ações psíquicas. Por meio da conquista, da integração e da resposta aos diferentes estímulos, o SN possibilita de maneira breve manter o equilíbrio interno, ou seja, a homeostase. Ainda que os órgãos endócrinos também participem nesse trabalho, os adeques realizados por hormônios secretados pelas glândulas endócrinas são mais brandos que os executados pelo SN, o qual usa os impulsos elétricos.
O SN é um todo. Sua divisão em partes tem um significado tão somente didático, pois as diversas partes estão intensamente relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional. O SN dividido em partes, leva-se em conta o critério anatômico, o critério funcional, e o critério embriológico. Há ainda uma divisão quanto à segmentação.
Divisão do sistema nervoso com base nos critérios anatômicos
Esta divisão, que é uma das mais apreciadas, é composta pelo sistema nervoso central; SNC, e o sistema nervoso periférico; SNP. O SNC é aquele que se situa dentro do esqueleto axial, ou seja, a cavidade craniana e o canal vertebral, constituída pela superposição dos forames vertebrais; e o SNP é aquele que se situa fora deste esqueleto. Em geral, concebe-se que o SNC possui duas partes principais, o encéfalo e a medula espinal. O encéfalo e a medula espinal formam o neuroeixo. O encéfalo é dividido nas seguintes partes: o cérebro, o tronco encefálico, e o cerebelo. O termo cérebro designa o par de hemisférios cerebrais e o diencéfalo. O tronco encefálico abrange o mesencéfalo, a ponte, e o bulbo ou a medula oblonga. No homem, a relação entre o tronco encefálico e o cérebro pode ser rudemente confrontada à que há entre o tronco e a copa de uma árvore.
O mesencéfalo é a parte estreita do encéfalo que conecta o cérebro na ponte e no cerebelo. A cavidade estreita do mesencéfalo designa-se aqueduto do mesencéfalo, que interliga o terceiro ventrículo e o quarto ventrículo. O mesencéfalo abrange muitos núcleos e feixes de fibras nervosas ascendentes e descendentes.
O bulbo apresenta uma forma cônica conecta-se com a ponte, superiormente; e a medula espinal, inferiormente. Abrange muitas quantidades de neurônios, designadas de núcleos, e serve de via para as fibras nervosas ascendentes e as fibras nervosas descendentes.
A ponte situa-se sobre a face anterior do cerebelo, inferior ao mesencéfalo, e superior ao bulbo. A ponte deriva o seu nome do amplo número de fibras transversais sobre sua face anterior, que conectam os dois hemisférios cerebelares. Também abrange muitos núcleos, fibras nervosas ascendentes, e fibras nervosas descendentes.
O cerebelo é a formação nervosa volumosa, localizada atrás do bulbo e da ponte, adentrando na constituição do teto do quarto ventrículo. O bulbo, a ponte, e o cerebelo rodeiam uma cavidade preenchida com líquido cerebrospinal, o quarto ventrículo. Este se conecta superiormente com o terceiro ventrículo por meio do aqueduto do mesencéfalo; inferiormente, continua-se com o canal central da medula espinal. Comunica-se com o espaço subaracnóideo por meio de três aberturas na parte inferior do teto. É por meio dessas aberturas que o líquido cerebrospinal dentro do SNC atinge o espaço subaracnóideo.
O cérebro, a maior parte do encéfalo, compõe-se de dois hemisférios, que são conectados por uma massa de substância branca, designada corpo caloso. Cada hemisfério cerebral expande-se do osso frontal ao osso occipital no crânio, superiormente a fossa anterior do crânio e a fossa média do crânio; posteriormente, o cérebro permanece acima do tentório do cerebelo. Os hemisférios cerebrais são separados por uma fenda profunda, a fissura longitudinal, dentro da qual se projeta a foice cerebral.
O diencéfalo está quase totalmente escondido da superfície do encéfalo. Inclui o tálamo, dorsalmente, e o hipotálamo, ventralmente. O tálamo é uma massa ovoide ampla de substância cinzenta, que se localiza de cada lado do terceiro ventrículo. A extremidade anterior do tálamo constitui o limite posterior do forame interventricular, a abertura entre os ventrículos laterais, e o terceiro ventrículo. O hipotálamo compõem a parte inferior da parede lateral e o assoalho do terceiro ventrículo.
A medula espinal localiza-se dentro do canal vertebral, na coluna vertebral, e é envolvida por três meninges, a dura-máter, a aracnoide-máter, e a pia-máter. A medula espinal é aproximadamente cilíndrica, e inicia superiormente no forame magno do crânio, onde é contínua com o bulbo. Acaba inferiormente na região lombar. Abaixo, a medula espinal afila-se no cone medular, a partir do ápice do qual um prolongamento da pia-máter, o filamento terminal, desce para aderir ao dorso do cóccix.
O SNP abrange os nervos cranianos e os nervos espinais, os gânglios e as terminações nervosas. Portanto, são vias que transportam os estímulos ao SNC, ou que carregam até os órgãos efetuadores as ordens procedidas da parte central.
Os trinta e um pares de nervos espinais estão aderidos por meio das raízes anteriores ou motoras, e as raízes posteriores ou sensitivas. Cada raiz adere à medula por uma sequência de radículas, as quais abraçam toda a extensão do segmento medular correspondente. Cada raiz nervosa posterior possui um gânglio da raiz posterior, cujas células dão origem às fibras nervosas periféricas e centrais.
Os doze pares de nervos cranianos estão conectados com o encéfalo, sendo que os dois primeiros pares de nervos cranianos, o nervo olfatório e o nervo óptico apresentam origens encefálicas no cérebro. Os demais pares de nervos cranianos possuem origens encefálicas no tronco encefálico.
Ainda que os nervos fiquem circundados por bainhas fibrosas em seu caminho por meio de diversas partes do corpo, eles são relativamente desprotegidos e frequentemente lesionados por traumatismos.
Divisão do sistema nervoso do ponto de vista funcional
Do ponto de vista funcional pode-se dividir o SN em sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso visceral (SNV). O SNS é também designado SN da vida de relação, ou seja, aquele que relaciona o organismo com o meio. Para isto, a parte aferente do SNS encaminha aos centros nervosos gerados em receptores periféricos, comunicando a estes centros sobre o que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente do SNS conduz aos músculos estriados esqueléticos, o comando dos centros nervosos, derivando movimentos que levam a um maior relacionamento ou integração com o meio externo.
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