O Transplante Cardíaco
Por: Wylma Melo • 24/4/2018 • Trabalho acadêmico • 5.479 Palavras (22 Páginas) • 296 Visualizações
FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE
Estudo de caso em Enfermagem
Transplante Cardíaco
Wylma Karlla Melo da Silva
8° Período
Recife - PE
2017
Sumário
1. Introdução 3
2. Objetivo 9
2.1. Objetivo Geral 9
2.2. Objetivo Específico 9
3. Referencial teórico 9
4. Metodologia da Assistência de Enfermagem 9
5. Sistematização da Assistência de Enfermagem 10
1° Etapa - Histórico de Enfermagem 10
2ª Etapa- Diagnóstico de enfermagem 22
3ª Etapa – Planejamento da assistência de enfermagem 22
4ª Etapa - Implementação 25
5ª Etapa – Avaliação 29
6. Medicamentos utilizados 29
7. Conclusão 31
8. Referências Bibliográficas 31
- Introdução
O primeiro transplante cardíaco foi realizado em 1967 por Christian Barnard, na África do Sul, e, 6 meses após, Euryclides Zerbini realizou o primeiro TC no Brasil. Apesar de uma euforia inicial, os resultados foram insatisfatórios, com elevada mortalidade. No final dos anos 1970, com o surgimento da ciclosporina, que possibilitava um melhor controle da rejeição, ocorreu um grande desenvolvimento na realização dos transplantes em geral, inclusive do TC. O TC é atualmente a abordagem cirúrgica definitiva padrão-ouro no tratamento da insuficiência cardíaca (IC) refratária, situação na qual o paciente apresenta grande limitação funcional e elevada mortalidade. No entanto, a escassez de doadores limita de forma expressiva a realização de um maior número de TCs, situação que vem ampliando a indicação e a utilização de dispositivos de assistência circulatória mecânica. Com um aumento expressivo no número de TCs até meados dos anos 1990, desde então, devido à melhora no tratamento clínico da IC e à inerente limitação de doadores, o número de TCs no mundo se mantém estável − por volta de 4.000 a 5.000 ao ano. No Brasil, existe uma perspectiva de aumento no número de transplantes cardíacos, uma vez que apenas 11% dos doadores são utilizados. Em 2014, foram realizados 311 TCs, um recorde histórico, atingindo 1,6 transplante por milhão de população (pmp). Segundo o RBT, Registro Brasileiro de Transplantes, entre Janeiro e Setembro de 2017 foram realizados 43 transplantes cardiacos no Estado de Pernambuco, ficando em segundo lugar nas estatisticas, onde, São Paulo possuem o total de 85 transplantes cardiacos.
Indicações e contraindicações
[pic 1]
O TC constitui terapêutica que melhora a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes com IC refratária, ex.: estágio D (Quadro 01). Logo, os pacientes que mantêm classe funcional III e IV, internações recorrentes e apresentam marcadores de mau prognóstico − a despeito de otimização terapêutica (medicamentosa e cirúrgica) − devem ser considerados para TC (Quadro 02). Na avaliação, tanto dados subjetivos (classe funcional) quanto objetivos (exame físico e exames complementares) devem ser compilados para melhorar a acurácia da indicação. Assim, além da avaliação clínica, é oportuna a realização de testes funcionais, como o cardiopulmonar e o de caminhada de 6 minutos.
A seleção para o transplante é um processo dinâmico que deve ser refeita a cada 3-6 meses, sendo que pacientes podem ser retirados ou incluídos na fila dependendo da condição clínica, ou quando deterioram necessitam de transplante com prioridade. Uma vez aprovado pela equipe multidisciplinar e na ausência de contraindicações, o candidato será então inscrito na fila de espera. Uma lista de espera é formada pelos candidatos selecionados para o transplante, com ou sem prioridade, separados por grupo sanguíneo, ordenados pela sequência de inscrição na lista e caracterizados principalmente pelo peso.
Quadro 01: Abordagem de IC [pic 2]
Quadro 02: Classe funcional do paciente, baseada tradicionalmente nos sintomas segundo a Classificação da New York Heart Association- NYHA
[pic 3]
Complicações precoces
Disfunção primária do enxerto
A disfunção primária do enxerto é a principal causa de mortalidade precoce após o TC, correspondendo a 36% dos óbitos nos primeiros 30 dias.(2) Um consenso recente da International Society for Heart and Lung Transplantation (ISHLT) definiu a disfunção primária do enxerto acometendo o ventrículo esquerdo e/ou direito com alterações ecocardiográficas e hemodinâmicas, necessidade de suporte inotrópico/vasopressor e, comumente, o uso de dispositivos de assistência circulatória. Sua prevalência varia entre 1,4 a 30,7%, dada a heterogeneidade das populações estudadas e dos critérios diagnósticos empregados em sua definição. A principal manifestação clínica é a instabilidade hemodinâmica com choque cardiogênico, resultado de um processo multifatorial, ao qual contribuem elementos do doador, do receptor e do procedimento cirúrgico. Sua fisiopatologia não está bem definida, porém sabe-se que a lesão de isquemia-reperfusão, as alterações metabólicas após a morte encefálica do doador e os cuidados com o órgão, previamente ao transplante, são fatores que contribuem para seu desenvolvimento.
Disfunção de ventrículo direito
A disfunção de ventrículo direito (VD) secundária a hipertensão pulmonar é uma das situações mais preocupantes após o TC, sendo responsável por até 50% das complicações cardíacas e quase 20% dos óbitos no pós-operatório recente.
Infecções
As complicações infecciosas, juntamente da disfunção primária do enxerto, estão entre as principais causas de mortalidade nos 3 primeiros anos após transplante, correspondendo a 12% dos óbitos nos primeiros 30 dias e 29% entre 1 mês e 1 ano (excetuando-se as infecções por citomegalovírus − CMV).
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