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Rastreamento dos sintomas depressivos

Por:   •  7/7/2017  •  Artigo  •  4.087 Palavras (17 Páginas)  •  376 Visualizações

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RASTREAMENTO DE SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA VILA HARO,

NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS, MS

Adaiele Lúcia Nogueira Vieira da Silva

adaiele@hotmail.com

Bolsista do Grupo PET - Enfermagem - UFMS

Fabiana de Souza Orlandi

forlandi@ufscar.br

Professora assistente – UFSCar

Beatriz Rodrigues de Souza

nursebia@hotmail.com

Bacharel em Enfermagem - UFMS

Sonia Regina Jurado

srjmartins@yahoo.com.br

Professora adjunta e Tutora do Grupo PET- Enfermagem – UFMS

Talita de Melo e Silva

tatinhamelo@gmail.com

Bolsista do Grupo PET - Enfermagem - UFMS

RESUMO

O envelhecimento da população é um fato vivenciado mundialmente. Juntamente com o aumento na expectativa de vida, vem aumentando a incidência de doenças que causam alterações psíquicas e orgânicas, dentre elas, a depressão é a mais comum entre os idosos, sendo uma das patologias crônicas mais habituais, gerando maior probabilidade de incapacidade funcional. Desta forma o presente estudo teve como objetivo rastrear a presença de sintomas depressivos leves e graves nos idosos cadastrados em uma Estratégia de Saúde da Família do município de Três Lagoas (MS), por meio da Escala de Depressão Geriátrica (EGS). Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa. Em relação aos sujeitos da pesquisa, a amostra foi composta por 319 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, cadastrados  na Estratégia da Saúde da Família da Vila Haro do município de Três Lagoas. O período de coleta de dados compreendeu de maio a novembro de 2008. Em relação aos resultados, dos 319 idosos entrevistados, 58,3% (186) eram do sexo feminino e 41,7% (133) do sexo masculino. Quanto à faixa etária a maior parte dos idosos 179 (56,1%) perteceiam à faixa etária de 60 a 69 ano, verificou-se que 97 (30,4%) dos idosos eram analfabetos e 175 (54.8) tinham renda familiar mensal de um a mais salários mínimos. Em relação aos sintomas depressivos rastreados pela EDG, 74,9% (239) dos idosos apresentaram escore total dentro da normalidade, 22,6% (72) apresentaram sintomas depressivos leves e 2,5% (8) sintomas depressivos graves. Vale salientar que os resultados na presente estão de acordo com os dados encontrados na literatura. Conclui-se, portanto, que estudos de rastreamento devem ser incentivados em nosso país, que carece de estudos epidemiológicos sobre o assunto, valendo ressaltar que os casos rastreados foram encaminhados para uma avaliação com especialistas. [pic 1]

Palavras-chaves: idoso; rastreamento; sintomas depressivos.[pic 2]

[pic 3]

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo normal na vida de qualquer indivíduo. Camarano (2002) aponta o envelhecimento populacional como um proeminente fenômeno mundial, onde há um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais grupos etários.

Segundo Franciulli et al. (2007), a presença de doenças crônicas durante o processo de envelhecimento, quando potencializadas pela perda da função de órgãos e sistemas biológicos, pode gerar limitações funcionais que levam à incapacidade, tornando muitas vezes o idoso dependente para a realização das suas atividades. Além das doenças crônicas, as limitações físicas, o declínio cognitivo, a perda sensorial, juntamente com os sintomas depressivos, são fatores de risco para o prejuízo da capacidade funcional.

A elevação da expectativa de vida tem gerado também o aumento na incidência de doenças psiquiátricas. Entre as doenças psiquiátricas existentes, segundo Leite et al. (2006), a depressão é a desordem mais comum em idosos, sendo uma das doenças crônicas mais freqüentes, levando a uma maior probabilidade de desenvolvimento de incapacidade funcional, gerando um importante problema de saúde pública.

De acordo com Almeida et al. (1999), é de suma importância, que os profissionais de saúde tenham familiaridade com as características da depressão no idoso e estejam preparados para investigar a presença de sintomas depressivos entre aqueles em contato com eles. Salientando assim o uso sistemático de escalas que facilitem a detecção desses casos na prática clínica. A escolha da escala vai depender de uma série de fatores que vão desde como sua capacidade para detectar casos, sua sensibilidade para monitorar mudanças ao longo do tempo, a consistência de suas medidas e a facilidade com a qual ela pode ser administrada. Atualmente existem várias escalas que avaliam sintomas depressivos, sendo que muitas delas têm sido usadas para rastrear tais sintomas na população.

A escala de depressão geriátrica (EDG) vem sendo um dos instrumentos mais utilizados para detecção de sintomas depressivos em idosos e variados estudos apontam altos índices de confiabilidade e validade para a referida escala (PARADELA et al., 2005; ALMEIDA et al., 1999; AZAMBUJA 2007; FERRARI et al., 2007).

Azambuja (2007) afirma que a EDG, construída por Yesavage em 1983, é um instrumento de triagem de depressão, simples e com boa correlação com o diagnóstico de depressão, além de ser um bom parâmetro para avaliar a resposta terapêutica do indivíduo.

A escala original tem 30 itens, foi construída por Yesavage, desenvolvida especialmente para o rastreamento dos transtornos de humor em idosos, com perguntas que evitam a esfera das queixas somáticas. Ela é composta por perguntas fáceis de serem entendidas, tem pequena variação nas possibilidades de respostas e pode ser auto-aplicada ou aplicada por um entrevistador treinado.

Segundo Paradela et al. (2005), existe a versão curta da EDG, que possui 15 itens (EDG-15), elaborada por Sheikh & Yesavage (1986) a partir dos itens que mais fortemente se correlacionavam com o diagnóstico de depressão. Vale destacar que tais itens mostraram boa sensibilidade, especificidade e confiabilidade. Essa versão reduzida é bastante atraente para rastreamento dos transtornos do humor em ambulatórios gerais, assim como em outros ambientes não-especializados, pois o tempo necessário para a sua administração é menor (PARADELA et al., 2005).

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