Sifilis doença sexualmente transmissivel

RESUMO

        A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, tendo como agente patológico a bactéria Treponema Pallidum. Pode ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Ela é caracterizada por ter diferentes períodos de atividade e latência, possuindo acometimento sistemático  podendo evoluir para um estágio mais grave, caso não for tratada corretamente.

        O diagnóstico pode ser feito através de testes laboratoriais e o tratamento, é realizado principalmente com penicilina, recomenda-se a abordagem tanto do paciente quanto do parceiro, por meio do uso de preservativo, políticas públicas educacionais, bem como o acompanhamento do pré-natal são cruciais para a prevenção da sífilis e da sífilis congênita respectivamente. Apesar de ser conhecida desde o século XV, ainda constitui em um grande problema de saúde em diversos países, sendo eles desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Seu estudo ocupou diversas áreas médicas especialmente a dermatologia.

Palavras chaves: Doença sexuamente transmissível; sífilis; sífilis congênita; Treponema pallidum.

1. INTRODUÇÃO

        A sífilis é uma patologia cronica que existe desde o século XV. Ataca quase todos os órgãos do sistema, apesar de haver tratamento eficaz e de baixo custo, continua sendo um problema de saúde pública ate nos dias atuais.

        Expandiu-se na Europa no final do século XV, e com sua rápida propagação, tornou-se uma das pragas mundiais. Pelo fato de surgir lesões na pele e nas mucosas, a doença associou-se à dermatologia.

        Foram elaboradas duas teorias na intenção de esclarecer sua origem. A primeira teoria, consistia em que a sífilis seria nativa no novo mundo e teria sido introduzida na Europa pelos marinheiros espanhóis que tiveram participação na descoberta da América. Na segunda teoria, outros acreditavam que a sífilis seria descendente de mutações e adaptações de espécies de treponemas nativas do continente africano.

        Tornou-se preocupante a expansão da endemia sifilítica no século XIX. Em compensação a medicina foi evoluindo e a descoberta da droga Penicilina causou maior impacto por sua incrível eficacia, assim fez com que pensasse que a doença estava controlada, fazendo com que diminuísse a interesse pelo mesmo.

        

O agente etiológico

        A sífilis tem como agente transmissor a bactéria Treponema Pallidum, do gênero Treponema e da família dos Treponemataceae, incluindo dois outros gêneros: Leptospira e Borrelia. O gênero possui quatro espécies patogênicas e aproximadamente seis não patogênicas.

        A penetração da bactéria no organismo se dá pela via sexual, atingindo o sistema linfático regional, indo para outras partes do corpo por disseminação hematogênica. Por defesa do próprio organismo, localmente há de ter uma modificação e exulceração no local de inclusão da bactéria, e sistemicamente há a produção de imunocomplexos.

Epidemiologia

        Segundo os dados, a sífilis é a segunda ou terceira causa de úlceras genital (as outras seriam o cancro mole e a herpes genital). Houve uma maior intensidade de casos na Irlanda, Alemanha e em cidades americanas como San Francisco e Los Angeles, sendo em pessoas com comportamento de risco, como homens que fazem sexo com homem, e profissionais do sexo.

        Em 2003 foram estimadas no Brasil 843.300 casos de sífilis. Os casos de sífilis congênita entre 1998 e 2004 totalizaram 24.448.

Etiopatogenia

        A penetração do treponema se dá por lesões no decorrer da relação sexual sem camisinha. Em seguida o treponema atinge o sistema linfático regional e por disseminação hematogênica atinge também outras partes do corpo.

        Em resposta de defesa local resulta em modificações e exulcerações no ponto de inclusão da bactéria, enquanto a disseminação sistêmica resulta na produção de imunocomplexos circulantes que podem instalar-se em qualquer órgão. Porém a imunidade não tem a capacidade de proteção. A imunidade celular é mais lenta, com isso acaba permitindo ao Treponema Pallidum a se multiplicar-se e sobreviver longos períodos.

Transmissão

        É uma doença sexualmente transmissível (DST) ou seja ela pode ser adquirida ou também pode ser transmitida verticalmente (sífilis congênita) da mãe para o feto através do contato com o sangue.

        Há outras formas de transmissão mais distintas, sendo assim por via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão sanguínea.

Clínica

        A história nativa da doença, apresenta evoluções que alternam entre períodos de atividades clínicas e imunológicas distintas (sífilis primaria, secundaria, terciaria e latente). A sífilis divide-se também em recente onde é diagnosticada no primeiro ano de contagio, e em tardia onde é diagnosticada depois de ano de contagio.

Sífilis Primaria

        É caracterizada por uma lesão específica, o cancro duro que surge no local da inoculação sendo 95% dos casos nas genitálias com aparecimento em media de três semanas após a infecção. No homem a lesão é mais comum no prepúcio e no meato uretral, nas mulheres é comum o aparecimento das lesões nos pequenos lábios, parede vaginal e colo do útero. No geral, é mais comum na região anal, boca, língua e região mamaria. O cancro duro é uma erupção cutânea rósea que evolui para vermelho mais intenso, geralmente ele é único e indolor, praticamente sem manifestação inflamatória. Após uma ou duas semanas há o aparecimento de nódulos duros e indolores. O cancro diminui espontaneamente entre quatro a cinco semanas sem deixar cicatriz.    

Sífilis secundaria

        Após o período de latência que dura em torno de seis à oito semanas a doença volta a se manifestar, afetando a pele e os órgãos internos correspondendo a distribuição do treponema pelo corpo. Na pele as lesões ocorrem por surtos e de forma simétrica, podendo apresentar-se sob a forma de manchas de cor avermelhadas e passageira. Novos surtos ocorrem papulosas eritêmato acobreadas, arredondadas de superfície plana, recobertas por discretas escamas. O local dessas lesões geralmente se da pelas regiões palmares e plantares, na face as pápulas se localizam em torno da boca e nariz. Na região inguinocrural as lesões podem tornar-se ricas em treponemas contagiosos devido a umidade e atrito. A sífilis secundaria vem acompanhada de adenomegalia generalizadas e sintomas inespecíficos como: mal estar, anorexia, febre baixa, astenia, cefaleia, meningismo, artralgias, mialgias, faringite e rouquidão.