A Farmacodinâmica Anticonvulsivantes
Por: Flavio Oliveira • 1/11/2019 • Bibliografia • 2.160 Palavras (9 Páginas) • 415 Visualizações
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Anticonvulsivantes
- Utilizados para tratar epilepsia e alterações convulsivas não epileptiformes.
- EPILEPSIA
- Termo que designa um grupo de alterações neurológicas em que ocorrem convulsões periódicas.
- Muitas vezes não há causas reconhecíveis.
- Causas genéticas e adquiridas.
- Convulsões 🡪 despolarização episódica de alta frequência de impulsos por um grupo de neurônios no cérebro. [pic 2]
[pic 3]
Classificação clínica da epilepsia
- Crises parciais[pic 4]
- Despolarização inicia-selocalmente.
- Simples 🡪 sem perda de consciência
- Complexa 🡪 com perda deconsciência
- Crises generalizadas
- Envolvem os dois hemisférios cerebrais.
- Incluem as crises de ausência (canais de cálcio –Tálamo – descarga rítmica)) e tônico clônicas (córtex motor).
Epilepsia
- Despolarização anômala pode associar-se a:
- aumento da transmissão de aminoácidos excitatórios;
- comprometimento da transmissão inibitória;
- propriedades anômalas das células afetadas ( morte neuronal).
Anticonvulsivantes
- Ação na atividade dos canais iônicos; • Inibem a despolarização neuronal anômala
- Classificações:
- fármacos que aumentam a inibição mediada pelos canais de Na;
- fármacos que inibem os canais de cálcio;
- fármacos que potencializam a açãoGABA;
- fármacos que inibem os receptores de glutamato.
Inibição dos canais de sódio
- Canais de Na+ dependentes de voltagem – geração de potencial de ação.[pic 5]
- Bloqueiam a despolarização de alta frequência.
Inibição dos canais de sódio
[pic 6]
Inibição dos canais de sódio[pic 7]
CARBAMAZEPINA
- Usos terapêuticos:
- Todos os tipos. Exceto: crise de ausência.
- Segurança:
- Sedação, ataxia, visão embaçada, diplopia, letargia, instabilidade, retenção hídrica, hiponatremia, reações de hipersensibilidade, leucopenia.
- Indutora enzimática.
- Alimentos (principalmente gordurosos) aumentam sua biodisponibilidade.
- Oxcarbazepina – pró farmaco, menor tendência para indução deCYP.
Inibição dos canais de sódio
FENITOÍNA
- Usos terapêuticos:
- Todos os tipos. Exceto: crise de ausência.
- Monitorização terapêutica.
- Segurança:
- Ataxia, vertigem, comprometimento cognitivo, sedação, letargia, hipertrofia gengival, hirsutismo, reações de hipersensibilidade, discrasias sanguíneas.
- Indutora enzimática.
Inibição dos canais de cálcio
- Bloqueio dos canais de Ca2+ ativados por baixa voltagem do tipoT.[pic 8]
- Canal do tipo T – atividade importante para a determinação da despolarização dos neurônios do tálamo.
- Ex: valproato, clonazepam
- Inibição dos canais do tipo P/Q.
- Redução da entrada de cálcio nos terminais nervosos.
- Ex: gabapentina
Inibição dos canais de cálcio
VALPROATO
Lembrando: também inibe canais de sódio
- Usos terapêuticos:
- Maioria dos tipos de epilepsia, incluindo crises de ausência.
- Segurança:
- Náusea, sedação, instabilidade, tremor, alopecia, ganho de peso, hepatotoxicidade (mais grave).
- Síndrome do ovário policístico (mais frequente em < 20 anos).
Inibição dos canais de cálcio
GABAPENTINA e PREGABALINA
- Usos terapêuticos:
- Crises parciais
- Segurança:
- Sedação, ataxia, ganho de peso, edema periférico.
- Ajustes na DRC.
- Pregabalina mais potente que gabapentina.
Potencialização da ação doGABA
Fenobarbital[pic 9]
Diazepam
Clonazepam
Clobazam
[pic 10]
Anticonvulsivantes
LAMOTRIGINA
- Inibe os canais de sódio, possivelmente os canais de cálcio e inibe a liberação de glutamato.
- Usos terapêuticos:
- Todos os tipos.
- Titulação da dose deve ser lenta.
- Segurança:
- náusea, tontura, sedação, ataxia, reações de hipersensibilidade.
Anticonvulsivantes
TOPIRAMATO
- Inibe os canais de sódio e cálcio.
- Aumenta a ação doGABA.
- Bloqueia os receptoresAMPA.
- Usos terapêuticos:
- Todos os tipos. Exceto: crises de ausência.
- Segurança:
- Sonolência e fadiga. Dificuldade de concentração. Pacientes podem apresentar dificuldade para encontrar as palavras e problemas de cognição. Cálculos renais. Perda depeso.
Farmacoterapia
- Objetivo terapêutico: supressão das convulsões com mínimo de efeitos adversos.
- 80% dos pacientes podem alcançar esse objetivo.
- Seleção do medicamento.
- Titulação da dose.
- Objetivo terapêutico não alcançado com monoterapia:
- troca;
- adição de um segundo anticonvulsivante.
- Anticonvulsivantes mais recentes x mais antigos.
- 20% a 35% dos pacientes terão controle insatisfatório com anticonvulsivantes.
Mais sobre segurança
- Efeitos adversos mais frequentes no SNC: sedação, tonturas, visão turva ou dupla, dificuldade de concentração e ataxia.
- Comprometimento cognitivo • Mais pronunciado com barbitúricos.
- Novos agentes 🡪 menos efeitos na cognição. Exceção: topiramato
- Importante: titulação da dose
- Melhora se diminuição da dose ou redução do número de medicamentos.
- Efeitos adversos intoleráveis: introdução de um segundo agente (lembrar titulação) e descontinuar o primeiro.
- Interferência com ACO: carbamazepina, topiramato, oxcarbazepina em altas doses, lamotrigina e clobazam. [pic 11]
Uso crônico
- Pacientes podem desenvolver osteoporose.
- Interferência com o metabolismo da vitamina D.
- Medicamentos envolvidos: fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, oxcarbazepina e ácido valproico.
- Se fatores de risco associado ou redução na DMO:[pic 12]
- Suplementação com vitamina D e cálcio.
Uso crônico
- Com relação ao valproato, uma sugestão é a de que o ganho de peso seria consequência de efeito hipotalâmico da droga, através de estimulação GABAérgica.
- Uma segunda hipótese é a de que o valproato provocaria aumento da secreção pancreática de insulina e ao mesmo tempo reduziria a sensibilidade insulínica
- GANHO DE PESO
Quando suspender?
- Pacientes podem não necessitar de utilizar anticonvulsivantes a vida toda.
- Tentativa de redução da polifarmácia.
- Descontinuar primeiro:
- medicamento menos efetivo; ou
- medicamento considerado mais responsável por efeitos adversos.
- Alguns pacientes podem descontinuar esses medicamentos completamente.
Quando suspender?
- Fatores que favorecem a retirada bem-sucedida:
- 2 a 4 anos sem apresentar convulsões;
- controle completo das convulsões dentro de 1 ano de início do tratamento; • início de convulsões após 2 anos, mas antes dos 35 anos;
- exame neurológico normal.
- Fatores associados a um mau prognóstico na descontinuação:
- intervalo isento de convulsões, porém histórico de alta frequência de convulsões;
- episódios repetidos de mal epilético;
- combinação de tipos de convulsões;
- desenvolvimento de funcionamento mental anormal.
Referências
- WELLS, B.G. et al. Manual de farmacoterapia. 9ª ed. PortoAlegre:AMGH, 2016.
- RANG, H. P.; DALE, M. M; RITTER, J. M. et al. Farmacologia 7ª ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 2011.
Até nossa próxima aula!
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