- INTRODUÇÃO
A mistura de sólidos obtendo uma homogeneidade, é uma etapa definitiva na preparação de capsulas nas farmácias magistrais. O grau de mistura deve ser a melhor possível principalmente quando está relacionado a um fármaco potente. Uma mistura de pós ineficientes pode causar um aumento na variação da proporção de princípio ativo nas capsulas, resultando em risco em caso de substâncias com uma estreita margem entre a dose terapêutica e dose tóxica. A diluição geométrica é um método de mistura utilizado para assegurar que pequenas quantidades de pós, estejam homogeneamente distribuídas por toda a mistura. Empregado com o objetivo de facilitar e aumentar a segurança e a precisão da pesagem de fármacos com baixa dosagem, minimizando os riscos de uma superdosagem, garantindo a eficácia por igual da forma farmacêutica. Utilizado antes da encapsulação onde ocorre uma diferença de proporção entre os componentes ativos e o excipiente, fazendo-se necessário o processo de homogeneização. 1.2. CÁLCULOS Considerando-se que a diluição utilizada é 1:10 (ativo/excipiente), e que são usados 0,1g do princípio ativo (diclofenaco de potássio), então devem ser utilizados 0,9g de excipientes, em proporção de 6:4, sendo: 6 partes para o amido: 0,9g ---------- 10 partes X ----------- 6 partes X = 0,54g de amido 4 partes para a farinha de glúten: 0,9g – 0,54g = 0,36g de farinha de glúten Ainda, o corante deve ser adicionado na proporção de 1% da massa total da mistura (1g) e retirando a mesma quantia de amido: 1g ------------ 100% X ------------- 1% X = 0,01g de corante Portanto, retirando-se a massa de corante do amido, tem-se: 0,54 – 0,01 = 0,53g de amido Finalmente, para o preparo da mistura, são necessários: - 0,53g de amido; - 0,36g de farinha de glúten; - 0,1g de diclofenaco de potássio; - 0,01g de corante. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelo método de diluição geométrica, foi possível misturar todos os componentes da formulação de modo homogêneo, o que foi evidenciado pelo corante, visto que princípio ativo e excipientes possuíam uma única coloração. Desse modo, a mistura adquiriu uma coloração alaranjada e uniforme, conforme mostrado na imagem a seguir: |
| [pic 2] Imagem 1: Pó homogeneizado por diluição geométrica. Verificou-se que a adição do corante permitiu identificar erros, tais como os erros de pesagem, de fracionamento da adição e intensidade da força empregada na técnica. Esses fatores alteram o resultado da metodologia, conforme ilustra a imagem abaixo, onde há diferença entre a coloração dos pós, indicando algum erro de cálculo de pesagem e variação da força empregada por cada manipulador: [pic 3] Imagem 2: Diferença dos pós homogeneizados. - CONCLUSÃO
Em suma, foi possível perceber que a diluição geométrica garante que pequenas quantidades de componentes estejam homogeneamente distribuídas na mistura, com relação a outros métodos, caracterizando-se por isso como o método mais usual. Ainda, a inspeção visual do pó resultante é importante para determinar se a mistura foi bem sucedida e, uma vez que muitos pós são brancos, a determinação visual de uniformidade pode ser facilitada pela adição de corante à mistura. - BIBLIOGRAFIA
BENETTI, V. M. Comparação entre dois métodos manuais de obtenção de cápsulas rígidas de gelatina. Porto Alegre; UFRGS, 2010. V1 - 42p. Disponível em: . Acesso em: 10 de novembro de 2018. GUIMARÃES, S. S. Desenvolvimento de método espectrofotométrico e avaliação de processos de mistura em escala magistral: caso clonidina. 2007. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007. Disponível em:. Acesso em: 11 de novembro de 2018. |