As Doenças Negligenciadas: (Dengue, Doenças De Chagas, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tuberculose)
Por: 070976 • 21/5/2023 • Resenha • 6.485 Palavras (26 Páginas) • 94 Visualizações
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DOENÇAS NEGLIGENCIADAS: (DENGUE, DOENÇAS DE CHAGAS, ESQUISTOSSOMOSE, HANSENÍASE, MALÁRIA, TUBERCULOSE)
Resumo:
Doenças negligenciadas são doenças que não só prevalecem em condições de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade, já que representam forte entrave ao desenvolvimento dos países. Como exemplos de doenças negligenciadas, podemos citar: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, malária, tuberculose, entre outras. As doenças negligenciadas são um grupo de doenças infecciosas, muitas delas parasitárias, que afetam principalmente as populações mais pobres e com acesso limitado aos serviços de saúde; especialmente aqueles que vivem em áreas rurais remotas e em favelas. A prevenção e o controle dessas doenças relacionadas à pobreza requerem uma abordagem integrada, com ações multissetoriais, iniciativas combinadas e intervenções econômicas para reduzir o impacto negativo na saúde e no bem-estar social e econômica
Introdução:
As doenças negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Essas enfermidades também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle. Doenças, como Dengue, doenças de chagas, esquistossomose, hanseníase, malária, tuberculose continuam sendo algumas das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Estas enfermidades, conhecidas como doenças negligenciadas, incapacitam ou matam milhões de pessoas e representam uma necessidade médica importante que permanece não atendida.
Embora as doenças citadas acima sejam mortais, a tuberculose é responsável por 11,4% da carga global de doença, apenas 21 (1,3%) dos 1.556 novos medicamentos registrados entre 1975 e 2004, foram desenvolvidos especificamente para essas doenças. Portanto, 1.535 medicamentos foram registrados para outras doenças.
As doenças negligenciadas são um grupo de doenças tropicais endêmicas. Juntas, causam entre 500 mil e 1 milhão de óbitos anualmente. As medidas preventivas e o tratamento para algumas dessas moléstias são conhecidos, mas não são disponíveis universalmente nas áreas mais pobres do mundo. Em alguns casos, o tratamento é relativamente barato. Em comparação às doenças negligenciadas, as três grandes enfermidades (Aids, tuberculose e malária), geralmente recebem mais recursos, inclusive para pesquisa. As doenças negligenciadas podem também tornar a Aids e a tuberculose mais letais.
Um estudo recente sobre o financiamento mundial de inovação para doenças negligenciadas (G-Finder2, na sigla em inglês) revelou que menos de 5% deste financiamento foram investidos no grupo das doenças extremamente negligenciadas, ou seja, entre elas, leishmaniose visceral e doença de Chagas, ainda que mais de 500 milhões de pessoas sejam ameaçadas por estas três doenças parasitárias. As doenças negligenciadas são um problema global de saúde pública, mas as indústrias farmacêuticas são orientadas quase sempre pelo lucro, estando o setor industrial privado focado nas doenças globais para as quais medicamentos podem ser produzidos e comercializados com geração de lucros. Com baixo poder aquisitivo e sem influência política, os pacientes e o sistemas de saúde mais pobres não conseguem gerar o retorno.
Neste cenário de estudo vamos dar ênfase às e nos aprofundar para podermos conhecer um pouco mais sobre algumas doenças parasitarias que estão no Ranck das 17 doenças que mais mata por serem negligenciadas, entre elas estão Dengue, doenças de chagas, esquistossomose, hanseníase, malária, tuberculose.
Dengue:
Nos últimos anos, a dengue continua sendo um problema alarmante no Brasil: dados do Ministério da Saúde
Para que a doença deixe de ser tão negligenciada, diversos órgãos de saúde no Brasil buscam formas mais eficazes de combater a ocorrência da enfermidade. Entre elas o combate ao mosquito Aedes aegypti. Onde há mais insetos vetores da dengue, maior a probabilidade de uma epidemia da doença. Por isso, o controle dos mosquitos transmissores é uma das medidas mais fortes de prevenção da enfermidade.
Há quatro tipos de vírus da dengue: Den-1, Den-2, Den-3 e a Den-4. Eles pertencem à família Flaviridae e são vírus que só contêm RNA. Eles são da mesma família do vírus que causa a febre amarela, e tanto a dengue quanto a febre amarela são transmitidas pelo mesmo mosquito, a figura 1 é o Aedes aegypti.
Figura 1 - Aedes Aegypti
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Fonte: Muhammad Mahdi Karim 2009
A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.
O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
https://www.saude.sc.gov.br/index.php/noticias-geral/12764-boletim-epidemiologico-n-21-2021-vigilancia-entomologica-do-aedes-aegypti-e-situacao-epidemiologica-de-dengue-febre-de-chikungunya-e-zika-virus-em-santa-catarina-atualizado-em-24-07-2021-se-29-2021
Sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
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