Doenças Negligenciadas
Casos: Doenças Negligenciadas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: b.santos • 23/4/2013 • 4.172 Palavras (17 Páginas) • 614 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O termo “doenças negligenciadas” é relativamente recente e polêmico. Foi originalmente proposto na década de 1970, por um programa da Fundação Rockefeller como “the Great Neglected Diseases”, coordenado por Kenneth Warren. Em 2001 a Organização Não Governamental “Médicos Sem Fronteiras” (MSF) em seu documento “Fatal Imbalance” propôs dividir as doenças em Globais, Negligenciadas e Mais Negligenciadas (MSF 2001).
Espalhadas por todo o planeta, mais de um bilhão de pessoas vivem com menos de US$ 2 por dia: seja no Brasil ou outros países da América Latina e do Caribe, na África, na Ásia e, também, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Estão principalmente no campo, em áreas urbanas de pobreza extrema e em regiões de conflito. Sofrem de todo tipo de carência – de água potável, de escolaridade, de saneamento básico, de moradia e de acesso a tratamentos de saúde – e são as principais vítimas de doenças negligenciadas.
As doenças negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas,
(vírus, bactérias, protozoários e helmintos) além de serem consideradas endêmicas em populações de baixa renda. renda vivendo, sobretudo em paises em desenvolvimento na África, Ásia e nas Américas. Elas também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e no controle.
Doenças negligenciadas são aquelas que atingem (grandes) populações de países pobres, que geralmente não tem dinheiro para se tratar e portanto não atraem a atenção das grandes corporações farmacêuticas. Por conseguinte, há falta de modernos medicamentos para o tratamento e erradicação dessas patologias. Basta lembrar que o tratamento da Leishmaniose ainda é literalmente do século passado. É o tipo do tratamento onde não se sabe quem faz mais mal, a doença ou o medicamento.
As doenças negligenciadas foram classificadas em;Tipo I (equivalente às doenças globais dos MSF), Tipo II (Negligencias/MSF) Tipo III (Mais Negligenciadas/MSF).
Para muitos a utilização do conceito de doenças emergentes e re-emergentes é mais adequada para se referir a este conjunto de doenças.
Em um primeiro momento, foram incluídas no conceito de “doença negligenciada”: doença de Chagas, doença do Sono, leishmanioses, malária, filarioses, esquistossomose. Posteriormente foram incluídas outras doenças como a Hanseníase, a Tuberculose, Dengue, Febre Amarela e HIV/AIDS. Mais recentemente outras doenças tais como Ascaríase, Tricuríase, Necatoríase, Ancilostomíase, Tracoma, Dracunculíase e a Úlcera de buruli foram também incluídas. No que se refere ao nível de financiamento internacional para pesquisa HIV/AIDS, Tuberculose e Malária tem recebido investimentos significativos, não podendo ser mais consideradas como “negligenciadas” .
O progresso científico dos últimos 30 anos, principalmente em países desenvolvidos, gerou avanços médicos sem precedentes e um ganho substancial na expectativa de vida.
De acordo com estudos publicados pelo Instituto George para a Saúde Internacional, com apoio da Fundação Bill & Melinda Gates, em 2007 foram investidos US$ 2,56
bilhões em pesquisa de doenças negligenciadas. Desse total, pesquisas sobre a Aids
ficaram com 42%; malária e tuberculose, com outros 34% e, menos de 5%, foram para pesquisas em doença do sono, leishmaniose visceral e doença de Chagas, que afetam juntas mais de 500 milhões de pessoas.
Mais de 47 milhões de pessoas na América Latina e Caribe estão em situação de risco ou sofrem com doenças infecciosas que variam de dengue a esquistossomose.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – junto com a Organização Panamericana de Saúde e a Rede Global para Doenças Tropicais Negligenciadas – está planejando uma ação vigorosa para combater as chamadas doenças negligenciadas, que afetam as populações mais pobres da região, em particular os indígenas e afro-descendentes.
No Brasil, as doenças negligenciadas também sofrem com uma disponibilidade de recursos muito aquém do necessário ao seu combate. Nesse sentido, é um desafio para a comunidade científica brasileira criar meios de se diagnosticar, tratar e superar tais doenças com os orçamentos destinados ao setor.
2 DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Negligência significa falta de cuidado, de atenção; desleixo, desmazelo; falta de interesse, de motivação; indiferença, preguiça (Dicionário Houaiss).
Doenças negligenciadas são doenças que não só prevalecem em condições de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade, já que representam forte entrave ao desenvolvimento dos países. O emprego do termo “doenças negligenciadas” é relativamente recente e polêmico. Foi originalmente proposto na década de 1970, por um programa da Fundação Rockefeller como “the Great Neglected Diseases”, coordenado por Kenneth Warren. As doenças negligenciadas não afetam apenas a saúde das pessoas. O impacto social e econômico é enorme
Estas doenças são chamadas de negligenciadas porque os investimentos em pesquisa geralmente não se revertem em desenvolvimento e ampliação de acesso a novos medicamentos, procedimentos diagnósticos, vacinas e outras tecnologias para sua prevenção e controle. O problema é particularmente grave em relação à disponibilidade de medicamentos, já que as atividades das indústrias farmacêuticas são principalmente orientadas pelo lucro, e o retorno financeiro exigido dificilmente seria alcançado no caso de doenças que atingem populações marginalizadas, de baixa renda e com pouca influência política, localizadas, majoritariamente, nos países em desenvolvimento.
Doenças negligenciadas são um grupo de doenças tropicais endêmicas especialmente entre as populações pobres da África, Ásia e América Latina.
Juntas, essas doenças causam entre 500.000 e 1 milhão de óbitos anualmente.
As medidas preventivas e o tratamento para algumas dessas doenças são conhecidos, mas não são disponíveis universalmente nas áreas mais pobres do mundo. Em alguns casos, o tratamentos é relativamente barato. O custo do tratamento da esquistossomose, por exemplo, é de USD$0.20 por criança por ano.
A cada dia, cerca de três mil
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