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Epidemiologia: Leptospira

Por:   •  28/3/2016  •  Resenha  •  1.495 Palavras (6 Páginas)  •  452 Visualizações

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Leptospira sp

ASSIS/SP

2014

 

Resumo

     

SUMARIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................

Introdução

A leptodpirose é uma zoonose causada por espiroquetas invasivas pertencentes ao gênero Leptospira. A infecção humana pode ser subclínica, detectada por soro conversão em grupos de risco ou apresentar graus variados de severidade. As infecções, que resultam em forma de brandas, mimetizam outras não relacionadas como influenza ou dengue, são autolimitadas e frequentemente causadas pelos sorovares Hardjo, Grippotyphosa, Pomona e Tarassovi. As formas graves são potencialmente fatais e principalmente, mas não exclusivamente, associadas aos sorovares Icterohaemorrhagiae, Copenhageni, Australis, Autumnalis, Bataviae, Lai e Pyrogenes (Alston & Broom 1958, Faine ET AL. 1999).

Caracterização do agente etiológico

Os agentes da Leptospirose compreendem um grupo heterogêneo de espécies patogênicas pertencentes ao gênero LeptospiraI. São espiroquetas únicos na sua forma em espiral longa, fina e flexível (0,1 um de largura por 6-20 um de coprimento), uma ou ambas as extremidades em forma de gancho. Podem ser cultivados em meios liquidos, semi-sólidos e sólidos, mas o crescimento in vitro é fastidioso. A temperatura ideal para o cultivo situa-se na faixa de 28-30°C e o tempo de geração em cultura ou em modelos animais é de 6-8 horas. As leptospirose exibem movimentos característicos de rotação e translação auxiliados pela forma em espiral e por dois filamentos axiais ou flagelos com inserções polares que se localizam no especo periplásmico entre a membrana citoplasmática e um envoltório externo. As leptospira não são caracterizadas como bactérias gram-negativas e nem como gram-positivas.

Apesar da doença ser causada por uma única espécie de bactéria, existem cerca de 200 sorotipos diferentes da Leptospira interrogans, conforme suas propriedades antigênicas. Tais sorotipos são atualmente agrupadas em 20 sorotipos. Tais variantes não possuem especificidades por determinados hospedeiros, mas possuem certas preferências. Por exemplo, o sorogrupo Icterohaemorrhagiae o mais importante em termos de saúde publica, tendo com hospedeiro preferencial o rato de esgoto (Rattus norvegicus). Já o sorogrupo pomona tem tropismo pelos suínos e o Hardjo, por bovinos.

Transmissão

O clima tropical é o mais favorável à sobrevivência da bactéria no meio ambiente e ao contato do homem com as fontes de infecção. A veiculação hídrica representa o principal mecanismo de transmissão de leptospiras dos animais infectados para o homem e frequentemente se associa a surtos epidêmicos. As portas de entrada mais comuns são: lesões na pele e membranas mucosas intactas ou não. Supostamente, a infecção pode ocorrer como consequência de imersão prolongada na água sem que haja lesões visíveis na pele.

Alguns sorovares patogênicos podem sobreviver por períodos prolongados, que variam de dias a meses, em meios aquosos se nutrientes ou no solo úmido com condições favoráveis de salinidade, pH e iluminação (Karaseva et al. 1973, Trueba et al. 2004). Raramente ocorre infecções causadas por mordida de animais, mas a transmissão de humano para humano é raramente descrita. Há poucos relatos de transmissão transplacentária em humanos e somente em situações exceocionais verifica-se a excreção de leptospiras na urinas por períodos prolongados (Johnson 1950, Harrison & Fitzgerald 1988, Neves et al. 1994).

Manifestações clínicas

A infecção por espiroquetas do gênero Leptospira pode ser assintomática ou produzir uma ampla variedade de sinais e sintomas que confundem com outras doenças febris. Nos casos sintomáticos de leptospirose as manifestações clínicas variam de leve a moderada ou grave, podendo inclusive ser fatais. Mais de 90% dos indivíduos  sintomáticos apresentam a forma mais branda e geralmente anictérica da doença, enquanto a forma grave com icterícia  ocoore em 5 a 10% dos pacientes infectados (WHO 2003).

O período de incubação é de uma a duas semanas, podendo variar de 2 a 30 dias. Tipicamente a doença apresenta um caráter bifásico, mas a distinção entre a primeira e a segunda fase nem sempre é tão evidente. A primeira fase, ou fase de bacteremia, corresponde à disseminação das bactérias no sangue e em outros líquido corporais, e dura de 4 a 7 dias. A segunda fase, ou fase imune, inicia-se com o aparecimento de anticorpos, tem duração de aproximadamente 10 q 30 dias e as  bactérias são eliminadas na urina de forma intermitente.

Forma anictérica- O inicio é quase sempre súbito, com febre alta e contínua com calafrios. Há cefaléia intensa e constante algumas vezes com fotofobia(sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz, caracterizada por ofuscamento, lacrimejamento e vermelhidão ocular). Dor abdominal, diarréia, náuseas e vômitos são freqüentes e podem levar à desidratação. O comprometimento pulmonar manifesta-se através de tosse, dor torácica e, em poucos casos, com hemoptise(expulsão sanguínea ou sanguinolenta através da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória.)

Forma ictérica-Leptospirose grave, leptospirose ictero-hemorrágica ou síndrome de Weil. A síndrome de Weil é caracterizada por icterícia, insuficiência renal, distúrbios hemorrágicos e alta mortalidade.

A insuficiência renal corre geralmente durante a segunda semana de doença. Hipovolemia e perfusão sanguinea renal diminuída contribuem para o desenvolvimento de necrose tubular aguda com oligúria ou anúria.

O compromeimento pulmonar é comum, resultando em tosse, dispnéia, dor torácica, hemoptise e ate insuficiência respiratória.As manifestações hemorrágicas mais comumente observadas são epistaxe (sangramento nasal),petéquias (pequeno ponto vermelho no corpo), púrpuras (manchas roxas), equimoses (mancha escura ou azulada na pele). Mais raramente encontram-se hemorragias gastrintestinais e subaracnóidea( sangramento no espaço entre o cérebro e a camada que o rodeia).

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