O Artigo Farmacognosia
Por: Thiago Reghin • 27/8/2019 • Artigo • 3.164 Palavras (13 Páginas) • 230 Visualizações
Uma análise discreta sobre a utilização de plantas medicinais por moradores do estado de Santa Catarina
A discrete analysis on the use of medicinal plants by residents of the state of Santa Catarina
Maria de Fátima Dias Cardoso
CARDOSO, M. F. D.
Aluna de graduação em farmácia, Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
multicoisas21@gmail.com
Tayane Dreher Maciel
MACIEL, T. D.
Aluna de graduação em farmácia, Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
tay.dreher@yahoo.com.br
Resumo
Foram entrevistados seis indivíduos do sexo masculino e feminino, moradores do Estado de Santa Catarina, através de um formulário, para obter conhecimentos gerais sobre as informações que os habitantes detinham sobre plantas medicinais. O objetivo do estudo foi declarar se as informações descritas pelos entrevistados possuem embasamento científico, em consideração ao uso terapêutico para as plantas medicinais mencionadas pelos mesmos. Os resultados foram considerados satisfatórios, com algumas ressalvas, que podem ser “consertadas” através da busca de informações corretas sobre o assunto.
Palavras-chave: etnobotânica, planta medicinal, conhecimento popular
Abstract
Six male and female individuals, residents of the State of Santa Catarina, were interviewed, through a form, to obtain general knowledge about the information that the inhabitants had about medicinal plants. The objective of the study was to declare if the information described by the interviewees has scientific basis, considering the therapeutic use for the medicinal plants mentioned by them. The results were considered satisfactory, with some caveats, that can be "repaired" through the search for correct information on the subject.
Keywords: Palavras-chave: ethnobotany, medicinal plant, popular knowledge
INTRODUÇÃO
O Brasil em seu território, possui a maior diversidade biológica do planeta, possuindo uma rica flora e despertando interesses de comunidades científicas internacionais para o estudo, conservação e utilização racional destes recursos. Há então, muitas plantas medicinais que fornecem material para a produção de analgésicos, tranquilizantes, diuréticos, laxativos e antibióticos entre outros (SOUZA & FELFILI, 2005).
O conhecimento em etnobotânica vem crescendo nos últimos tempos justamente pelos estudos em etnoecologia, manejo e conservação (ZENI & BOSIO, 2011).
A Etnobotânica, através da diversidade vegetal e a interação com o ser humano constitui parte fundamental da natureza, que incorpora a fauna e a flora sendo responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas (AGOSTINHO, 2016).
Como a população brasileira está em contato com tamanha quantidade de plantas, e muito variadas, tanto cultivando em suas próprias residências, assim como comercialização em supermercados, farmácias e afins, há uma cultura histórica na utilização “caseira” das mesmas como chás, pomadas, compressas entre outros. A cultura familiar, pode ser citada como uma forma de adquirir conhecimentos sobre plantas medicinais, como cultivo, preparação e finalidade terapêutica. Na atualidade, também podemos adquirir informações na internet, livros, TV ou até mesmo cursos e palestras.
A demanda cada vez maior por tratamentos alternativos está relacionada à percepção das limitações da medicina convencional, aumentos das doenças iatrogênicas e crônicas, enfraquecimento da relação médico-paciente e busca por atenção integral à saúde, além da questão financeira e de inclusão social relacionadas a essas terapias (ZENI, et al., 2017)
Um grande questionamento, é até que ponto essas informações adquiridas pelos habitantes sobre o uso de plantas medicinais estão corretas. A toxicidade de medicamentos preparados com plantas pode parecer trivial, quando comparada com os tratamentos convencionais, entretanto é um problema sério de saúde pública. Identificação incorreta de espécies de plantas e uso diferente da forma tradicional podem ser perigosos, levando a superdose, inefetividade terapêutica e reações adversas. Além disso, o uso desses produtos pode comprometer a eficácia de tratamentos convencionais, por reduzir ou potencializar seu efeito (DIAS & BALBINO, 2010).
Através de um formulário, o presente artigo procurou conhecer mais sobre os conhecimentos gerais dos moradores do estado de Santa Catarina sobre plantas medicinais, e a partir disto, fazer uma análise discreta sobre o tema verificando se os mesmos utilizam estas plantas para os fins terapêuticos adequados e se as mesmas possuem comprovação científica para o uso indicado pelos participantes.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram entrevistadas seis pessoas do sexo masculino e feminino, moradores do Estado de Santa Catarina, nas cidades de São Francisco do Sul, Joinville e Araquari através de um formulário. Neste questionário, informou-se a idade do entrevistado, localidade e escolaridade. Caso o mesmo tenha feito uso de plantas medicinais, questionou-se sobre qual é a frequência deste uso. Citou-se então, as plantas utilizadas pelo indivíduo e para qual finalidade, assim como qual parte da planta é utilizada e como é preparada (Ex.: Chás ou compressas). Perguntou-se onde é obtida a planta (ex.: cultivo ou supermercados), assim como de onde vem o seu conhecimento sobre plantas medicinais, quantas plantas possui em sua residência, se conhece a utilidade de todas elas, se apresentam efeitos positivos e também caso aja alguma enfermidade, se é utiliza primeiramente as plantas medicinais ou procura ajuda médica. O questionário completo ficará em anexo ao final deste artigo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A idade dos entrevistados varia entre 25 e 78 anos, assim como o nível de escolaridade do fundamental ao ensino superior. Com base nestes critérios, há uma diferença de gerações assim como de instrução dos moradores, que talvez possam contribuir para a diferença de conhecimento sobre plantas medicinais. (Tabela 1)
Entrevistado | Idade | Escolaridade | Localidade |
1 | 25 anos | Farmacêutica | São Francisco do Sul - SC |
2 | 47 anos | Técnico de Enfermagem | São Francisco do Sul - SC |
3 | 39 anos | Engenheiro Agrônomo | São Francisco do Sul - SC |
4 | 71 anos | Ensino Fundamental | São Francisco do Sul - SC |
5 | 28 anos | Superior Cursando | Joinville - SC |
6 | 78 anos | Ensino Fundamental | Araquari - SC |
Tabela 1: Informações sobre idade, escolaridade e localidade dos moradores entrevistados.
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