Orientação para portifolio

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SOCIEDADE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PORTFÓLIO

Roteiro com orientações básicas para a construção do portfólio na Disciplina de Estágio Supervisionado no SUS.

Professor: Deison Lucietto

NITERÓI/RJ

2018

APRESENTAÇÃO

Este material traz orientações básicas para a elaboração do portfólio na Disciplina de Estágio Supervisionado no SUS, do curso de Farmácia da Universidade Federal Fluminense.

        Inicialmente são apresentadas breves considerações sobre o portfólio, sua construção e suas utilidades na formação em saúde. Depois, são trazidas orientações sobre a estrutura e os elementos que devem compor o portfólio, bem como dicas para sua organização. Por fim, são estabelecidas suas finalidades, formas de acompanhamento e de avaliação na Disciplina de Estágio Supervisionado no SUS.

Essas orientações têm o intuito principal de auxiliar o(a) estudante de Farmácia da UFF na sua trajetória no SUS (ações e reflexões), servindo como um “guia” para a construção de seu portfólio. Embora se preconize uma estrutura com elementos a serem necessariamente contemplados, defende-se que cada estudante possui liberdade para acrescentar informações e para escolher a melhor forma de apresentar os conteúdos do seu portfólio. Criatividade e autonomia são sempre incentivadas.

Espera-se que a adoção do portfólio na Disciplina possa contribuir para a formação de farmacêuticos críticos, reflexivos e comprometidos com a construção de seu próprio pensar-fazer. Tais aspectos são fundamentais para a melhoria da formação dos profissionais de saúde e, consequentemente, dos modos de prestar o cuidado em saúde no SUS. Desejamos um excelente estágio a todos!

Professor 

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1 PORTFÓLIO: DEFINIÇÃO, CONSTRUÇÃO E UTILIDADES

Também conhecido como dossier, processofólio, porta-fólio, portifólio, portefólio e e-fólio (na sua versão digital), o portfólio é um instrumento que organiza a coleção dos trabalhos realizados pelo estudante durante um determinado período. Como representa a produção do estudante, permite acompanhar o seu desenvolvimento (ALVARENGA, 2001; RANGEL, 2003).

Etimologicamente, o termo deriva do latim: “portar” vem de “portare” (carregar, conduzir) e “folium” (das plantas, lâminas e páginas). Ele tem origem no campo das artes visuais e da moda, sendo bastante utilizado no campo da educação como ferramenta pedagógica para o monitoramento e avaliação do processo de ensino e aprendizagem (REZENDE, 2010). Tem sido visto sob distintas perspectivas: como método, estratégia e instrumento de aprendizagem. Mesmo com diferentes concepções, é considerado um meio inovador e eficaz para o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo (CESÁRIO et al., 2016).

Várias são as possibilidades de construção de portfólios, em função dos objetivos de sua utilização: desde aqueles com formatos livres até aqueles que apresentam estrutura e elementos previamente definidos.

Em sentido genérico, enquanto uma construção individual, o portfólio pode incluir registro de visitas, anotações diárias, resumos de textos, projetos e relatórios de pesquisa, anotações de experiências, ensaios autorreflexivos, esquemas, desenhos, fotos, reflexões, provas, testes, produções diversas. Dessa forma, envolve as tarefas que possibilitam discutir como as experiências no curso ou disciplina mudaram a vida, hábitos e comportamentos do estudante (ALVARENGA, 2001; RANGEL, 2003).

De acordo com Alvarenga (2001), o portfólio possui utilidades tanto para discentes quanto para docentes. Para os estudantes destacam-se as seguintes: 1) demonstração de habilidades específicas, competências e valores; 2) reflexão e avaliação sobre o próprio aprendizado; e 3) explicação da natureza do trabalho e o tipo de desenvolvimento que a tarefa possibilitou. Para os professores, especificamente, o portfólio possibilita a avaliação do processo de aprendizagem e o fornecimento de feedbacks.

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2 SOBRE O USO DO PORTFÓLIO NA DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO SUS

2.1 Finalidades do portfólio

O portfólio será utilizado na disciplina Estágio Supervisionado no SUS do Curso de Farmácia da UFF com as finalidades de: 1) acompanhar as atividades realizadas pelo(a) estudante no campo de estágio; 2) acompanhar mudanças nos conhecimentos e atitudes do(a) estudante em relação às práticas de saúde coletiva realizadas; 3) analisar percepções e capacidades crítica e reflexiva do(a) estudante frente às tarefas, desafios e oportunidades no campo de estágio.

Como se trata de instrumento de avaliação, é sua elaboração merece atenção e cuidado.

2.2 Acompanhamento do portfólio

Cada estudante irá apresentar o seu portfólio em momentos distintos para o professor, conforme cronograma disponibilizado no início do semestre letivo.

2.3 Avaliação

        Os critérios e pesos para a avaliação do portfólio seguirão as definições do plano de ensino da disciplina, apresentados no início do semestre letivo.

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3 ESTRUTURA BÁSICA DO PORTFÓLIO NA DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO SUS

        Embora existam diferentes possibilidades de construção de portfólios, para a Disciplina de Estágio Supervisionado no SUS do Curso de Farmácia da UFF propõe-se uma estrutura básica, contemplando os seguintes elementos:

3.1 Apresentação externa

• O portfólio pode ser apresentado em pasta, caderno ou encadernado, com formato livre.
• Dica: é importante prever algum mecanismo que possibilite inserir novas informações àquelas já existentes, uma vez que novos conhecimentos serão construídos ao longo do estágio.

3.2 Capa

• Elemento que deve conter dados da universidade, do curso, do estudante, da unidade de saúde, do professor tutor e data de entrega.
• O formato é livre.
• Dica: podem ser usados desenhos, imagens, recortes e outros.

3.3 Introdução

• Elemento que faz a apresentação geral dos assuntos e conteúdos que serão desenvolvidos ao longo do portfólio.
• Deve contemplar informações básicas sobre a importância do estágio no SUS na formação do farmacêutico. Poderão ser trazidas informações sobre SUS, metodologias ativas de ensino, uso de portfólio, etc., bem como sobre a Disciplina de Estágio Supervisionado no SUS, dias e turnos de realização do estágio.
• Dica: é interessante consultar fontes como livros, artigos científicos, legislações e sites de entidades governamentais para fundamentar as ideias apresentadas na introdução.

3.4 Identificação da Unidade Básica de Saúde

• Elemento que faz a apresentação da unidade de saúde onde foi realizado o estágio.
• São itens que precisam estar contemplados: identificação da unidade, endereço completo, telefone, horários de funcionamento, estrutura física (recepção, sala de espera, consultórios, etc.), serviços oferecidos (tipos atendimento, grupos educativos, etc.), composição da equipe de saúde (profissionais de saúde de nível superior, técnico/auxiliar), trabalhadores de saúde (pessoal administrativo, vigilância etc.) e dados do preceptor.
• Dica: podem ser utilizadas imagens, mapas, registros fotográficos e outros que facilitem a visualização da UBS.

3.5 Identificação do território

• Elemento que descreve as principais características do território de abrangência da UBS.
• Devem ser descritos aspectos como: tamanho da população adscrita/coberta; características da população por variáveis demográficas, sociais, econômicas, culturais (sexo, idade, etnia, cor/raça, estado civil, escolaridade, ocupação, renda, cultura, etc.); e características do processo saúde-doença (principais doenças, fatores de risco, padrão de mortalidade, etc.).
• Dica: podem ser usados: mapas; imagens de satélite; fotografias; dados de sites como IBGE, DATASUS, Prefeitura; dados do Plano Municipal de Saúde; e registros da UBS. Também poderão ser feitas entrevistas com informantes-chaves sobre o território, como profissionais de saúde, trabalhadores, agentes comunitários de saúde que atuam há mais tempo da UBS, líderes comunitários, etc.

3.6 Atividades realizadas

• Elemento que descreve as atividades realizadas e que apresenta as reflexões pessoais sobre as ações desenvolvidas ao longo do estágio. Para tanto, é necessário refletir sobre o que foi realizado.
• Recomenda-se que o(a) estudante registre como se sentiu (suas impressões) ao realizar as atividades em cada dia de estágio. Pode-se utilizar um modelo de ficha de registro diário de ações/reflexões disponibilizado.
• Esse elemento pode ser organizado por dia de estágio ou por setor onde realizou as atividades.

• Dica: é importante registar as atividades realizadas e/ou acompanhadas ao término de cada dia de estágio. Para isso, deve-se usar algum tipo de diário de campo.

3.7 Avaliação das atividades realizadas

• Elemento que faz a avaliação final das atividades realizadas ao longo do estágio. Para isso, é preciso analisar o que foi planejado (plano de atividades) e o que foi, de fato, executado.
• A avaliação das atividades pode ser feita através de suas potencialidades/pontos positivos (“Que bom...”), suas fragilidades/pontos negativos (“Que pena...”) e críticas/sugestões (“Que tal..”).

3.8 Considerações finais

 

• Elemento que traz as considerações do(a) estudante sobre suas vivências no SUS. Nesse sentido, apontam-se suas conclusões, tendo em mente os objetivos da inserção do estudante de Farmácia no SUS e na atenção básica em saúde. Podem ser feitas considerações sobre o uso do portfólio na construção do conhecimento.
• Dica: pode-se fazer um parágrafo comparando conhecimentos, expectativas e pressupostos sobre o estágio, o SUS e a inserção do farmacêutico na atenção básica em saúde antes de iniciar as ações e comparar com sua visão final do processo. Houve mudança de percepções? Positiva ou negativamente? Por que?

3.9 Referências bibliográficas

        Nesse elemento devem ser listas as fontes utilizadas na construção do portfólio. Para isso, deve-se seguir as normas previstas no item “Referenciação bibliográfica” do Manual “Apresentação de trabalhos monográficos de conclusão de curso - Universidade Federal Fluminense (2012)”.

3.10 Anexos

        Os anexos devem ser inseridos sequencialmente (A, B, C, etc.), em folhas separadas. Por exemplo: fotografias, imagens, mapas retirados de sites; trechos de entrevistas, questionários preenchidos, etc.

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REFERÊNCIAS

ALVARENGA, G. M. Portfólio: o que é e a que serve? Olho Mágico, v. 8, n. 1, p. 19–21, 2001.