A Fisioterapia da Respiração
Por: Monaline Silva • 8/6/2022 • Relatório de pesquisa • 1.509 Palavras (7 Páginas) • 119 Visualizações
ELA
A esclerose lateral amiotrófica (ELA), forma mais comum de doença do neurônio motor, é uma doença neuro degenerativa caracterizada por perda irreversível de neurônios motores na medula espinal, tronco encefálico e córtex cerebral, que leva à atrofia muscular, espasticidade e consequentemente à morte em decorrência de insuficiência respiratória, pneumonia por aspiração ou embolia pulmonar após imobilidade prolongada.
A ELA é categorizada em duas formas, a mais comum é a esporádica, que não possui nenhum componente herdado geneticamente. Os restantes dos casos são de tipo familiar, devido ao seu fator de herança genética dominante associado.
A ELA esporádica corresponde a 90 e 95% dos casos e acredita-se que seja devida a diversos fatores que levam a degeneração dos neurônios motores do mesencéfalo e medula com atrofia das grandes vias piramidais no córtex motor primário e no trato piramidal. Na ELA familiar há um padrão de herança autossômica dominante, recessiva ou ainda ligada ao X, gerando mutações genéticas e levando a uma variedade de defeitos celulares no neurônio motor. O subtipo Bulbar está relacionado ao comprometimento dos neurônios do tronco cerebral, envolvendo a musculatura de inervação bulbar, sendo a disartria e a disfagia sintomas predominantes, acompanhados de fraqueza, atrofia e fasciculações de língua. 6Caracteriza-se por perda progressiva da força muscular de forma assimétrica nos membros e evoluem para o restante da musculatura corporal variando de acordo com as regiões acometidas do sistema nervoso central (SNC).Há também sintomas secundários ao quadro clínico primário, sendo eles os distúrbios psicológicos e de sono, constipação, sialorréia, espessamento das secreções da mucosa, hipoventilação crônica e dor. Assim, há diminuição das atividades de vida diária (AVD’s) e um descondicionamento físico geral levando o indivíduo a um estado de imobilidade e resultando em contraturas musculares, rigidez articular, dor e deformidades.
O tratamento da ELA consiste em administrar medicamentos neuroprotetores, sendo o Riluzole o único atualmente indicado pelos médicos devido sua ação de desacelerar a progressão da doença, podendo aumentar a sobrevida do paciente entre 6 e 21 meses. A conduta varia de acordo com a evolução da doença e do estágio em que ela se encontra e deve ser traçada de forma individual, fazendo-se necessária uma equipe multidisciplinar para auxiliar o paciente e familiares nas AVD’s. fisioterapeutas podem utilizar vários recursos disponíveis para oferecer o melhor tratamento para o seu paciente. Ventilação mecânica com pressão positiva não invasiva é muito utilizada para combater sintomas como dispneia noturna, insônia e desconforto respiratório.9 Da mesma forma, testes de função respiratória têm sido usados como uma medida da progressão da doença nos pacientes, dentre estes, a capacidade vital forçada (CVF) é amplamente utilizada.10Com o passar do tempo esses pacientes evoluem para ventilação invasiva através da traqueostomia, o que prolonga a expectativa de vida.
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A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa, que afeta os neurônios motores em nível bulbar, cervical, torácico e lombar e evolui com fraqueza nos membros superiores e inferiores, disartria, disfagia, alterações cognitivas e comportamentais, culminando com a perda da capacidade funcional do indivíduo1 . Não se conhece, nos dias atuais, uma cura definitiva para a mesma, sendo que as pessoas necessitam atenção à saúde multidisciplinar e interdisciplinar no decorrer de sua progressão, a fim de retardar o aparecimento das alterações e melhorar sua qualidade de vida2
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A etiologia da ELA é multifatorial, incluindo componentes genéticos e ambientais.3,4Estudos recentes relatam que esta doença é mais comum em sujeitos do sexo masculino e a taxa de sobrevida média dos pacientes de 3 a 5 anos, sendo a insuficiência respiratória a maior causa de mortalidade
A fisioterapia, quando introduzida precocemente, preservará a função cardiopulmonar e a integridade muscular, que são componentes necessários para maximizar a capacidade funcional, contudo, o paciente será beneficiado mesmo quando sua resistência é baixa e o fim da vida está próximo.13Portanto, os fisioterapeutas estão de acordo com a literatura ao descreverem, na Categoria II, o comprometimento respiratório na ELA e suas condutas para abordar esses sintomas, pois uma pesquisa5evidencia que as deficiências respiratórias da doença estão relacionadas à fraqueza muscular respiratória que prejudica a capacidade de limpar as secreções nas vias aéreas. Assim, algumas intervenções fisioterapêuticas que beneficiam são o recrutamento de volume pulmonar e técnicas de desobstrução das vias aéreas.6Os participantes desse estudo também fazem referência à traqueostomia e suporte ventilatório a esses indivíduos, cujos papéis geram crescente discussão. Os pacientes que apresentam problemas graves de secreção ou não toleram a ventilação não invasiva, consideram a traqueostomia como procedimento eletivo, apesar de aquele tipo de ventilação demonstrar eficácia na redução dos sintomas, melhorando a qualidade de vida e a prolongando.3Ainda na Categoria II, os exercícios dentro das condutas fisioterapêuticas para abordar os déficits motores são relatados como dependentes do estágio da doença. Devido às limitadas evidências quanto aos benefícios e riscos do exercício no paciente com ELA, o fisioterapeuta precisa monitorar cuidadosamente e ajustar o modo e intensidade do exercício, respeitando as fases de progressão da doença, evitando fadiga excessiva e possíveis danos.6Quanto à dor, os fisioterapeutas fazem intervenções para o seu controle e destacam a importância de evitar a imobilidade e do posicionamento no leito conforme relatos da Categoria II. Corroborando isso, estudo6 revela que, a depender da causa da dor, as intervenções fisioterapêuticas podem incluir exercícios de amplitude de movimento (ADM), alongamento passivo, mobilizações articulares e orientações quanto ao suporte e à proteção articular adequada. Embora a ELA não afete principalmente as vias da dor, outros fatores podem causá-la como os comprometimentos musculoesqueléticos, a perda de ADM, a imobilidade, a fraqueza muscular, dificuldade de posicionamento, edema e lesões agudas como entorses, distensões e quedas.
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